Com um elenco fraco e a apresentação artificial
de Roberto Justus, a segunda temporada do “Power Couple Brasil” já está no ar
há duas semanas na Record sem despertar muito interesse nem gerar grandes
repercussões na web. Baseado em um formato israelense, o programa reúne um
grupo de celebridades e seus respectivos pares para serem testados não apenas
através da convivência como encarando desafios radicais. A ideia não é ruim. O
problema é a seleção dos tais famosos. A primeira temporada até conseguiu
chamar alguma atenção por ter entre os participantes alguns nomes conhecidos como
Gretchen, Simony, Túlio Maravilha e Popó. Já dessa vez os mais populares são
Rafael Ilha, o ex-Polegar invariavelmente associado a confusões e envolvimento
com drogas, e o cantor Sylvinho, lembrado apenas pela música do Ursinho Blau-Blau,
sucesso nos anos 80. Os demais são mais artistas de terceiro escalão igualmente
com pouca vocação para assumirem algum papel de protagonista.
Os modelos Lorena Bueri e Diego Cristo, que
iniciaram um relacionamento há três anos quando participaram do reality “A
Fazenda 7” na mesma emissora, até se esforçam para ser o novo Casal Power. Mas são
pouco originais e copiam muitos comportamentos de Laura Keller e Jorge,
vencedores da primeira temporada. Andressa e Nasser parece terem saído
diretamente do “Big Brother Brasil 13”, da Rede Globo, onde se conheceram. Na
lista de celebridades que continuam no jogo estão ainda os atores Fábio Villa
Verde, Maurício Ribeiro e Nayara Justino, a MC Marcelly e o humorista Marcelo
Ieié. O rapper Thaide e sua mulher, Ana, e a modelo Carol Narizinho e seu
companheiro, Matheus, foram os primeiros casais eliminados. Não reconheceu os nomes?
Não se preocupe, muitas vezes faltam legendas para que a maioria dos
telespectadores também saiba quem é quem no vídeo.
A locação continua sendo a mesma: uma mansão em São
Paulo que poderia ser valorizada se contasse com uma cenografia com um estilo
mais definido e que não misturasse tantos elementos. Dá a impressão de que os
cenários foram feitos com a xepa do acervo. A direção de arte peca ao fazer uma
decoração cafona, de gosto duvidoso, apesar de até combinar com o figurino
usado pelos participantes, que também revelam um gosto pessoal bem duvidoso. Em
relação à dinâmica, as provas são pouco originais e repetitivas do que já foi
visto na primeira temporada. Sem falar que é irritante o suspense que Justus
tenta criar para revelar para o marido quanto a mulher apostou nele, e vice
versa. A demora é desnecessária, pois o público já sabe desde o começo o valor.
E deveria preocupar a direção do programa a falta de proteção dos participantes
em provas de esforço físico, como joelheiras quando todos precisam se arrastar
no chão de terra e luvas em desafios como aquele em que as mulheres tiveram que
se apoiar em uma estrutura de ferro que estava quente por causa do sol.
No programa dessa terça-feira (2) decidiram investir na treta entre Diego e Rafael Ilha, e foi constrangedor ver como o cantor tem um gestual forçado, meio mecânico, quando está longe do desafeto e dissimulado quando está na frente do mesmo. Além do mais, a briga entre os dois foi muito roteirizada, com acusações e pedidos de desculpas pouco convincentes. Péssima interpretação e texto precário. Mas o que mais causa estranheza é a forma agressiva como Frank trata a própria mulher, a MC Marcelly, de quem também é empresário. Desde a estreia do programa é visível a forma como ele age, deixando-a constrangida e acuada. O pior é que o destempero e a agressividade dele estão aumentando a cada episódio, como nesse último em que até Andressa foi intervir na discussão dele com a mulher, que ouve sempre tudo calada. Marcelly, aceitando tudo, está passando a imagem da mulher amedrontada, dependente e doutrinada pelo homem a ser sua escrava e não sua parceira. Se diante de câmeras ele a trata assim, é melhor nem imaginar o que não deve fazer entre quatro paredes. É até temeroso tentar prever o fim desse jogo.
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