terça-feira, 6 de agosto de 2013

“Sangue Bom": Carrão mostra que pode ser mais do que mocinho e defende com propriedade vilão com todas as nuances de humanidade que o personagem exige


Humberto Carrão, com seus vinte e poucos anos, vem mostrando que um ator de sua geração pode ter potencial para ser muito mais do que apenas o mocinho da história. Sem, aparentemente, ambicionar o papel de galã, o ator tem dado mostras de que tem potencial para incorporar as nuances tanto do bonzinho quanto do vilão, como vem mostrando como o ambicioso e cruel Fabinho de “Sangue Bom”, novela das sete da Rede Globo. Nas cenas do capítulo dessa terça-feira (6), após se ludibriado no exame de DNA que lhe tirou o direito à herança de seu pai biológico, o ator correspondeu plenamente à plasticidade dada à sequência, feita no alto de um prédio, em que ele se desesperava, beirando à tentativa do suicídio.

Como diz o Tio Lili, interpretado por Edwin Luigi, Carrão está “todo trabalhado no ódio”. E não é um trabalho fácil para um ator que acabou de fazer um boa praça, como foi o Elano, co-protagonista que fez ano passado em “Cheias de Charme”. Saiu do mocinho para o vilão com competência, diferente de outros de sua geração que variam do romântico para o sedutor, com poucas nuances que distanciem um personagem do outro.  Ele está sabendo agarrar a oportunidade de mostrar que pode ser mais do que o mocinho da história ao defender um vilão humanamente sentimental e cruelmente amargurado.

Quando um vilão desperta no público ao mesmo tempo aversão e um sentimento de pena ou até vontade de justificar seus atos é porque o ator conseguiu chegar ao âmago do personagem. Isso Humberto vem conseguindo. Esse desprendimento da fachada de sedutor romântico que rende a tantos atores convites a bailes de debutantes só conta a favor de um jovem mais preocupado em construir uma carreira realmente consistente. Quero crer que seja realmente o seu caso.


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