Na moral, por que um programa que se chama “Na Moral”,
tentando com isso acender uma luz mais verdadeira sobre uma série de assuntos
polêmicos fala sobre “Aborto”, como aconteceu nessa quinta-feira (29), na Rede
Globo, sem sair do lugar comum de tantos outros debates sobre esse
mesmo assunto? A mulher continuou sendo o foco como maior responsável da
interrupção de uma gestação. O homem só é lembrado em casos de estupro. E nos
outros casos?
Na moral, por que esse assunto é tratado tendo
apenas a mulher como dona absoluta da decisão? A mulher é dona do seu corpo? Ok.
Isso vale para a mulher classe média dona da sua vida. E quando a mulher não é
dona nem da sua própria vida? E quando ela depende, sim, do aval do lado
masculino responsável por essa gravidez?
Estatísticas e mais estatísticas são divulgadas de
mulheres que procuram clínicas de aborto. Por que essas pesquisas não revelam
quantas mulheres procuraram essas clínicas sozinhas, com amigos ou parentes, e
quantas foram acompanhadas pelo pai da criança? Ou a questão masculina só é
lembrada quando se trata de uma gravidez fruto de um estupro?
Quando uma mulher se decide por fazer um
aborto ela interrompe uma vida pela qual não foi a única responsável pela concepção. Mas é a
única que tem que carregar sobre seus ombros a responsabilidade dessa vida, enquanto muitos
homens se eximem da figura de pai. Uma vida não é gerada unilateralmente. Se
existe uma culpa a ser julgada nas costas de alguém, que seja nas costas de mulheres e homens. Ambos participaram do momento que resultou na geração de um
embrião.
Mais "Na Moral" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/07/na-moral-pedro-bial-estreia-segunda.html