sexta-feira, 9 de agosto de 2013

“Amor à Vida”: Apesar de ter sido tão alardeada, cena patética da morte de Nicole perde para a sequência em que Gentil conta a psicólogo ter se rendido a ex-chacrete



A novela à parte cuja origem se deu dentro de “Amor à Vida” quando Marina Ruy Barbosa se negou a cortar os longos cabelos como resultado do tratamento contra o câncer que sua personagem, Nicole, enfrentava no folhetim escrito por Walcyr Carrasco teve seu auge no capítulo dessa quinta-feira (8). Em uma cena patética, Nicole morreu no altar, não da doença terminal, mas do impacto causado pelas fotos que mostravam seu noivo e sua madrinha de casamento aos beijos.

Primeiro, em capítulos anteriores Nicole havia sido alertada por Lídia (Ângela Rebello) de que Leila (Fernanda Machado) e Thales (Ricardo Tozzi) não eram as pessoas mais confiáveis. Segundo, se ela reviu o testamento para beneficiar a antiga governanta, por que preferiu fazer a linha da ingenuamente enganada mantendo a realização da cerimônia de casamento sem antes apurar os fatos? E, terceiro, que cena foi aquela em que uma noiva morre no altar e nenhum dos médicos presentes na igreja faz qualquer movimento para ajudar a socorrê-la?

E enquanto Nicole dava seu último suspiro, mantendo os olhos, com seus longos cílios postiços, abertos, o único comentário de Cezar (Antonio Fagundes) foi: “Esse casamento pode ser anulado”. E nem saiu do lugar onde estava. Enquanto Leila aparecia de pé, ao lado do corpo, apertando sua bolsinha social de mão, meio sem saber o que fazer. Aliás, a sensação que deu é de que ninguém naquela cena sabia exatamente o que estava fazendo ali.

Enquanto todas as chamadas da novela exaltavam essa sequência, o mais forte do capítulo foi mesmo quando o psicólogo Renan (Álamo Facó) disse para Atílio/Gentil (Luiz Mello), em sua crise existencial entre duas personalidades, uma frase que poderia passar despercebida, mas com certeza merece ser destacada: “Chacrinha? Já ouvi falar sobre ele”, disse o médico quando Atílio revelou que Márcia (Elizabeth Savalla) é uma ex-chacrete.

Quando se ouve alguém dizer que “já ouviu falar” em um dos maiores gênios da televisão brasileira, entende-se a falta de experiência de uma geração que não presenciou in loco a evolução desse veículo e desse produto no qual eles tanto almejam fazer parte e nem sempre sabem valorizar quando já estão lá dentro.


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