A novela à parte cuja origem se deu dentro de “Amor
à Vida” quando Marina Ruy Barbosa se negou a cortar os longos cabelos como
resultado do tratamento contra o câncer que sua personagem, Nicole, enfrentava
no folhetim escrito por Walcyr Carrasco teve seu auge no capítulo dessa
quinta-feira (8). Em uma cena patética, Nicole morreu no altar, não da doença
terminal, mas do impacto causado pelas fotos que mostravam seu noivo e sua
madrinha de casamento aos beijos.
Primeiro, em capítulos anteriores Nicole havia sido
alertada por Lídia (Ângela Rebello) de que Leila (Fernanda Machado) e Thales (Ricardo
Tozzi) não eram as pessoas mais confiáveis. Segundo, se ela reviu o testamento
para beneficiar a antiga governanta, por que preferiu fazer a linha da ingenuamente
enganada mantendo a realização da cerimônia de casamento sem antes apurar os
fatos? E, terceiro, que cena foi aquela em que uma noiva morre no altar e
nenhum dos médicos presentes na igreja faz qualquer movimento para ajudar a
socorrê-la?
E enquanto Nicole dava seu último suspiro, mantendo
os olhos, com seus longos cílios postiços, abertos, o único comentário de Cezar
(Antonio Fagundes) foi: “Esse casamento pode ser anulado”. E nem saiu do lugar
onde estava. Enquanto Leila aparecia de pé, ao lado do corpo, apertando sua
bolsinha social de mão, meio sem saber o que fazer. Aliás, a sensação que deu é
de que ninguém naquela cena sabia exatamente o que estava fazendo ali.
Enquanto todas as chamadas da novela exaltavam essa
sequência, o mais forte do capítulo foi mesmo quando o psicólogo Renan (Álamo
Facó) disse para Atílio/Gentil (Luiz Mello), em sua crise existencial entre
duas personalidades, uma frase que poderia passar despercebida, mas com certeza
merece ser destacada: “Chacrinha? Já ouvi falar sobre ele”, disse o médico
quando Atílio revelou que Márcia (Elizabeth Savalla) é uma ex-chacrete.
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