sexta-feira, 30 de agosto de 2013

“Amor à Vida”: Desde o começo da novela, Paloma tem se mostrado a personagem mais inverossímil, confusa e inconstante, para ocupar o posto de mocinha da história


Paloma, personagem de Paolla Oliveira em “Amor à Vida”, novela das nove da Rede Globo, é a protagonista mais patética que já se viu nos últimos tempos nos folhetins. Não adiantou nem o momento heroína fajuta no capítulo dessa sexta-feira (30), dando uma de Kill Bill. No embate contra Alejandra (Maria Maya), só faltou o macacão amarelo usado por Uma Thurman no filme de Quantin Tarantino. Não convenceu. Até porque o auge da mocinha confusa e inconstante na história escrita por Walcyr Carrasco aconteceu no capítulo dessa quinta-feira (29), quando, em meio a uma busca frenética em trilhas em territórios incas no Peru pela filha sequestrada, ela resolve ter uma noite de amor com o ex, Bruno (Malvino Salvador).

Que tesão doido é esse que faz uma mãe se esquecer que a própria filha corre risco de vida e se entrega àquele que, até pouco tempo, era visto como quem roubou a criança dela. Salvador da criança de uma caçamba de lixo? Que prova ela tem disso? E por que descobrir a circunstância em que a bebê foi encontrada não parece ser um ponto prioritário para ela? Aliás, no capítulo de terça-feira (27), Paloma já tinha dado sinais de não ser essa mãe tão preocupada assim. Ao chegar à cidade peruana de Cuzco, a primeira coisa que ela fez após largar as malas no hotel foi sair para “fazer umas comprinhas”.

No fundo a trajetória de Paloma é coerente. Logo nos primeiros capítulos ela já mostrou ser movida apenas pelas próprias emoções, pensando muito mais em si mesma, quando abandonou a família no Peru para viver uma aventura com Ninho (Juliano Cazarré). Logo após saber que era adotada, ela teve uma noite de amor com o mochileiro que tinha acabado de conhecer e largou tudo para viver com ele. Ou seja, o cenário e o clima peruanos inspiram a moça. E, com certeza, são mais atraentes do que o todo das tramas dessa novela.


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“Na Moral”: Programa com proposta de fazer a diferença de novo não inova e fala sobre aborto do mesmo ponto de vista machista que é manifestado há décadas, eximindo os homens de qualquer culpa



Na moral, por que um programa que se chama “Na Moral”, tentando com isso acender uma luz mais verdadeira sobre uma série de assuntos polêmicos fala sobre “Aborto”, como aconteceu nessa quinta-feira (29), na Rede Globo, sem sair do lugar comum de tantos outros debates sobre esse mesmo assunto? A mulher continuou sendo o foco como maior responsável da interrupção de uma gestação. O homem só é lembrado em casos de estupro. E nos outros casos?

Na moral, por que esse assunto é tratado tendo apenas a mulher como dona absoluta da decisão? A mulher é dona do seu corpo? Ok. Isso vale para a mulher classe média dona da sua vida. E quando a mulher não é dona nem da sua própria vida? E quando ela depende, sim, do aval do lado masculino responsável por essa gravidez?

Estatísticas e mais estatísticas são divulgadas de mulheres que procuram clínicas de aborto. Por que essas pesquisas não revelam quantas mulheres procuraram essas clínicas sozinhas, com amigos ou parentes, e quantas foram acompanhadas pelo pai da criança? Ou a questão masculina só é lembrada quando se trata de uma gravidez fruto de um estupro?

Quando uma mulher se decide por fazer um aborto ela interrompe uma vida pela qual não foi a única responsável pela concepção. Mas é a única que tem que carregar sobre seus ombros a responsabilidade dessa vida, enquanto muitos homens se eximem da figura de pai. Uma vida não é gerada unilateralmente. Se existe uma culpa a ser julgada nas costas de alguém, que seja nas costas de mulheres e homens. Ambos participaram do momento que resultou na geração de um embrião.

Ainda não vi debates sobre aborto trazerem a figura masculina para o centro da discussão também: o homem que pressionou a mulher a abortar o próprio filho; o homem que deu as costas à mulher que engravidou; o homem que se recusou a ter mais um filho, independentemente do tipo de relacionamento que ambos tinham. Por que fica tudo em cima da mulher em tempos em que a diversidade nos leva a tantos filhos de ‘pães’?

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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

“Flor do Caribe”: Igor Rickli e Sérgio Mambertti se encaram em mais um grande momento de seus personagens em que o jovem estreante mostra ter superado as críticas iniciais a seu trabalho como ator


Sérgio Mambertti e Igor Rickli travaram um embate em cena como avô e neto, Alberto e Dionísio, respectivamente, em “Flor do Caribe”, no capítulo dessa quinta-feira (29) da novela das seis da Rede Globo. Numa verdadeira batalha de palavras duras, ameaças dissimuladas e acusações irônicas, Alberto retomou seu poder na empresa da família ao chamar o avô pelo seu verdadeiro nome: Klaus Wagner, fazê-lo se lembrar de seu passado nazista. Dionísio fica paralisado ao perceber que o neto pode desmascarar, entre outros crimes seus, o de ter contribuído clandestinamente com a Alemanha no fornecimento de minério para a fabricação de armas letais durante a Segunda Guerra Mundial.

A revelação mais forte, no entanto, foi quando Alberto acusou Dionísio de ter matado o próprio filho, pai do jovem. Diante de um veterano com o quilate de Sérgio Mambertti, o estreante em novelas Igor Rickli não se intimidou. O ator, que recebeu muitas críticas por sua interpretação no começo da novela de Walther Negrão que estreou em março, vem mostrando que não se deixou abalar e mostra, como antagonista, mais segurança do que muitos protagonistas.

Rickli também tem a seu favor ter nas mãos um papel que traz duas características que representam o sonho de muitos atores: a vilania e a loucura. No mesmo diálogo com Dionísio, Alberto acusa o avô de ter matado o próprio filho, seu pai. As expressões, o olhar, a entonação do jovem foram cruciais para que o público comece até a questionar se todo o ódio que ele guarda dentro de si não é fruto de tudo que ele já viu e viveu dentro da própria família. Afinal, em outra cena anterior, ele já revelou a dor de ter sido deixado de lado pela mãe, Guiomar (Cláudia Netto).

Mas, não adianta ter um personagem rico nas mãos se o ator, principalmente sendo estreante, não tiver competência para assumir o desafio e não se deixar abater pelas críticas. Vale lembrar aqui também que, após a estreia da novela, em março, minha primeira crítica foi justamente destacando a dobradinha de Rickli com Mambertti. A íntegra está aqui: http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/03/flor-do-caribe-sergio-mamberti-e-juca.html




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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

“Amor à Vida”: Em meio a situações surreais em cenas que deveriam ser sérias, Tatá Werneck ainda vive a personagem mais divertida e condizente com seu escalão


Tatá Werneck soube aproveitar a “inteligência pura” de Valdirene e, desde a estreia de “Amor à Vida”, em maio, vem garantido não apenas o destaque da sua personagem na novela das nove da Rede Globo, como também a sua presença em quase todos os programas da emissora. Ela já bateu ponto em atrações como o “Fantástico”, o “Mais Você”, o “Domingão do Faustão” e é figurinha fácil no “Caldeirão do Huck” e no “Vídeo Show”. Overdose? Pode até ser. Mas ela está tirando de letra essa super exposição, que acontece justamente em seu primeiro trabalho em novelas.

Sem falar que o autor Walcyr Carrasco tem sido generoso com Valdirene. Em meio a tantos personagens considerados de primeira linha que vivem situações surreais em meio a cenas que deveriam serem tratadas com seriedade, a periguete deita e rola na sua busca por marido rico. Um pequeno exemplo disso aconteceu no capítulo dessa terça-feira (27), quando Paloma (Paolla Oliveira) foi para o Peru procurar a filha sequestrada e logo na chegada a Cuzco diz que vai “fazer umas comprinhas”. Na boca de Valdirene, a frase seria apenas mais uma piada, mas na da protagonista pegou muito mal.

É preciso destacar ainda que Tatá encara com muito bom humor o desafio de interpretar uma periguete que se acha irresistível e sedutora. Afinal, ela deve ter consciência de que não tem os atributos físicos de atrizes saradas e com barriga tanquinho que já fizeram sucesso nesse tipo de papel, como Ísis Valverde, a Suelen de “Avenida Brasil”, ou Deborah Secco, a Natalie Lamour de “Insensato Coração”. Para completar, a atriz não se intimida na hora de exagerar no lado sem noção, quase grosseiro, nas atitudes da personagem, caminhando de forma desengonçada, de pernas abertas, falando de boca cheia enquanto come compulsivamente e usando um figurino minúsculo, sim, mas muito cafona.

É claro que a parceria com a ótima Elizabeth Savalla, intérprete de Márcia, a mãe de Valdirene, e com Anderson Di Rizzi, também sabendo aproveitar seu momento como Carlito, ou Palhaço, o eterno apaixonado pela periguete, valorizaram o trabalho de Tatá. O trio de atores, com profissionalismo, está tirando de letra e, com graça, dando um respiro a uma trama com deslizes inacreditáveis, como o fato de um casal de médicos de um hospital conceituado ficar pedindo emprestado o apartamento de amigos para “saciarem” o tesão. Nenhum dos dois, Michel (Caio Castro) e Patrícia (Maria Casadevall), nunca ouviu falar em motel? Não bastasse isso, eles ainda vão transar dentro de provadores de lojas de confecção, como fizeram no capítulo dessa quarta-feira (28)? Isso já deve ser assunto para outro comentário no blog, mas, do jeito que essa novela vai, não se sabe mais que assunto faz parte de qual comentário.


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terça-feira, 27 de agosto de 2013

“Amor à Vida”: Condição sexual não deveria se sobressair mais a caráter e exemplo que personagem dá em novela de horário nobre em que ele é também um ser humano


Desde que Felix, em “Amor à Vida”, novela das nove da Rede Globo, assumiu sua condição sexual e foi cruelmente rejeitado por César (Antonio Fagundes), a discussão girou e continua girando apenas em torno de um pai rejeitar um filho gay. Esqueceram-se, no entanto, de lembrar que o personagem de Mateus Solano não representa a grande maioria de quem está nessa condição. O personagem traz consigo não apenas a condição de homossexual como também a falta de caráter, o cinismo, o vilanismo, o mau-caratismo.

É claro que todo ser humano traz consigo todos os defeitos e todas as qualidades. Mas Félix acabou se tornando um ser quase emblemático na novela de Walcyr Carrasco. Está longe de representar o que deveria ser o comum, o normal, o respeitável, o aceitável. Virou uma figura que usa sua sexualidade para atrair a atenção de uma forma desumanamente cruel com trejeitos e frases de efeito disparadas para todos os lados. Fora da realidade? Nem tanto. Há, sim, muitos Félix por aí. Ele mexe com religião, quando diz frases de efeito nem tão originais assim, como “Eu salguei a Santa Ceia”. A frase é tão batida quanto “Joguei pedra na cruz e acertei no olho”. Ouço isso desde a minha adolescência. Não é novidade.

Mas, diferentemente do Crodoaldo, personagem interpretado por Marcelo Serrado em “Fina Estampa”, e outros personagens assumidamente gays em tantos outros folhetins em que o toque de graça encobria seus traumas, Felix traz em si muito mais do que sua condição sexual, ele traz o aspecto psicológico familiar e, acima de tudo, o seu caráter. Felix não é apenas a retratação do gay enrustido, é a retratação do gay sem caráter. Tanto que ele mantinha relações sexuais com a mulher como se hetero fosse. E ela aceitava e continua aceitando tudo numa relação terapeuticamente necessitada de avaliação. E nada é citado se nesse vai e vem de relacionamentos existe um cuidado de prevenção nas relações.

Felix se relaciona sexualmente com sua mulher com a mesma facilidade com que faz o mesmo com seu Anjinho. Alguma coisa está errada aí. E não é questão de preconceito. É questão de educação sexual. Seja qual for sua orientação. Voltamos aí à antiga questão da “função social” da novela. Em nenhum momento é dito que o sexo é feito de forma segura...

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“Super Chef Celebridades”: Após vencer três Panelas de Pressão, Nando Cunha erra na mão na estratégia adotada de se mostrar “magoadinho” com críticas feitas na internet e não assumir seu jeito divertido de ser



Nando Cunha errou feio na estratégia do “Super Chef – Celebridades”, que foi ao ar no “Mais Você” dessa terça-feira (27), na Rede Globo. O ator, que já passou por três “Panelas de Pressão”, espécie de Paredão do “Big Brother Brasil”, ficou incomodado com comentários que viu nas redes sociais dizendo que ele exagerava nas piadas e brincadeiras para angariar simpatia e se manter no programa e resolveu fazer a linha de pessoa séria, ofendida e sem graça. Perdeu toda a naturalidade. 

E, o pior, mostrou-se fraco diante de Virna, sua concorrente nessa eliminação. A campeã olímpica de vôlei admitiu claramente que é sempre movida pelo sentimento de atleta, que está ali para vencer, sim. Ora, se ela é movida pelo espírito competitivo que norteia sua profissão, por que ele não pode também se agarrar ao bom humor que manifesta na maioria de seus trabalhos como ator?

Desde a estreia do quadro, no dia 11 de agosto, Nando é o único que foi para todas as berlindas. Já venceu no voto popular a concorrência com as atrizes Christine Fernandes e Monique Alfradique e com o ator Kayky Brito. Ficou surpreso com as vitórias e, ao invés de se agarrar a esse público que votou para ele ficar, resolveu ficar incomodado com “comentários” sobre seu jeito divertido de ser. A própria Ana Maria Braga revidou a postura do ator dizendo que se fosse dar ouvido a tudo que falam dela não estaria onde está.

Nando está sendo mal agradecido com quem votou para ele ficar dando mais valor aos poucos que querem que ele saia. Quer unanimidade? Já ouviu falar em Nelson Rodrigues? Se ficar, que saiba resgatar a sua originalidade e seja leal a seu público. Se Virna ficar, estará provando que quem entrar no jogo tem que estar pronto para brigar para ganhar. Cada um no seu quadrado e com as suas armas. Nando deveria, acima de tudo, assumir seu jeito divertido de ser. Como já o fizeram o ator Luís Salém e o cantor brega Falcão em edições anteriores do quadro de culinária.





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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

“A Fazenda 6”: Atividade deixa no ar possível volta de peão eliminado, entre eles Scheila, enquanto Bárbara Evans consulta ginecologista após apelar para possível gravidez simultaneamente a crises de TPM



Não será surpresa se Scheila Carvalho a qualquer momento voltar a participar de “A Fazenda 6”, da Record. Afinal, desde o início o reality show tem dado mostras de não possuir nenhuma das regras que nortearam as edições anteriores. Ou, se possui, não tem preocupação em respeitá-las. Na edição gravada dessa quinta-feira (22), em uma atividade chamada Gênio da Lâmpada, entre algumas perguntas, os peões deveriam citar qual dos já eliminados eles gostariam de ver de volta ao jogo. O nome de Scheila foi o mais citado.

Fora do ar, também há uma campanha velada e insinuações até por parte da própria ex-dançarina do Tchan de que sua participação foi prejudicada pela polêmica criada em torno da traição de seu marido com uma empresária. No “A Tarde É Sua” dessa sexta-feira (23), na Rede TV!, com a presença dos advogados do casal, voltou a ser comentado que o público poderia ter votado pela eliminação da morena para que ela tomasse conhecimento do que estava acontecendo fora do confinamento.

É claro que isso não justifica o retorno de Scheila à sede da Fazenda. Mas, pelo correr da carruagem, esse reality rural já perdeu de vez os estribos. Sem falar que outra queridinha da emissora, Bárbara Evans, vem conseguindo produzir factóides, insinuando transar com Mateus Verdelho sob os edredons, mas falando com vozinha mansa e fazendo carinha de ingênua. A produção do programa chegou ao ponto de mandar um ginecologista para que Bárbara fosse submetida a uma consulta, pois ora ela diz que está grávida, ora diz que está de TPM. A garota deve estar bem confusa no próprio jogo.

E mais, não bastasse a total falta de noção em suspender a eliminação de peões, tornando a votação para formação de roça uma coisa totalmente desnecessária, a direção ainda considerou que a cusparada cheia de catarro (sim, a cena nojenta foi ao ar) de Andressa em Denise, não constituía agressão. Sem falar que Mateus e Yudi já tinham tentado jogar um balde de gelo sobre a mesma Denise, e ninguém sofreu qualquer advertência. Estando a Furacão da CPI certa ou não, nada justifica a falta de controle da emissora sobre o comportamento dos peões.

Para piorar a bizarrice, ainda surge Marcos, aquele que ganhou imunidade eterna logo na estreia do programa e tem sua vaga garantida até a final, que, na tentativa extrema de chamar a atenção, resolveu imitar Kléber Bambam. Tal qual o vencedor do “Big Brother Brasil 1” da Rede Globo, que comoveu o público com sua boneca improvisada Maria Eugênia, feita com cabo de vassoura e balde para a cabeça, Marcos “criou" um tal de “Dan”, com a cabeça feita de um vasinho de planta. Nada criativo, pouco inteligente e muito apelativo. Tal qual tem sido o todo do “reality”. Ali, nada está convencendo.



segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Análise: Emissora afiliada do SBT do Maranhão causa nojo ao humilhar uma mulher com problemas psicológicos em programa, cujo vídeo vira piada na internet



A TV Difusora Sul, afiliada do SBT, localizada em Imperatriz, no Maranhão, cometeu um dos deslizes mais condenáveis no rol de casos de falta de ética e de humanidade ao divulgar uma matéria feita pelo programa “Bandeira 2”, em que uma mulher, Dona Neide, visivelmente perturbada mentalmente, afirma ter feito as novelas “Rubi”, do SBT, e “Cheias de Charme”, da Globo. No vídeo, ela reclama pelo fato de ter sido mal paga e que por isso teve depressão. Pede que parem de reprisar “Rubi”, novela mexicana protagonizada pela atriz Bárbara Mori, e afirma que precisa de auxílio para voltar a sua terra, Teresina, no Piauí, para ser tratada.

É deprimente. O vídeo foi cair na internet, talvez por iniciativa do repórter do tal programa, que nem merece ter seu nome citado, e logo virou piada nas redes sociais. Segundo um site de Caruaru, em Pernambuco, o Portal Mídia Urbana, “O vídeo já passa das 300 mil visualizações no Youtube e faz sucesso entre os usuários da rede. Programas locais nos últimos anos vêm chamando a atenção por realizar entrevistas de gênero cômico no meio policial.”. Eles ainda se orgulham disso. E, o pior, esse tumor do sensacionalismo disfarçado de humorístico vai se propagando.

Não tem graça fazer piada no ar com um ser humano que, por piores que sejam as suas condições de vida, continua sendo, sim, um ser humano. Não tem graça querer audiência em cima da insanidade mental de pessoas que não têm a menor condição de serem entrevistadas.

Também não tem graça pessoas esclarecidas, ligadas ao meio ou não, não terem sensibilidade e ficarem compartilhando esse tipo de vídeo. Está longe de ser tratado como piada. Acho que o repórter e os produtores desse programa, junto com os donos dessa emissora, precisam de tratamento psicológico tanto quanto a Dona Neide.