Nem sempre a ideia de fazer versões mirins para
competições adultas, seja de que gênero for, dá certo ou consegue um retorno tão
bom do público das mais distintas faixas etárias como está acontecendo com o “MasterChef
Junior”, da Band, que vai ao ar nas noites de terças-feiras. Graças ao sucesso,
a direção da emissora já planeja reprisar cada episódio nas tardes de sábado,
facilitando a vida do telespectador infantil que precisa dormir cedo. Além de a
emissora estar se utilizando do formato de uma disputa culinária que faz
sucesso em emissoras de televisão no mundo todo, conta muito a favor a
excelência dos competidores selecionados. Inicialmente foram 20, sendo seis
eliminados na estreia, semana passada, dia 20, e outros dois nessa terça-feira
(27).
Sem dúvida alguma está presente ali uma geração de
futuros chefs de cozinha, de entre 8 e 13 anos de idade, com habilidades
excepcionais que deixam muitos cozinheiros veteranos literalmente babando. Como
acontecido até mesmo entre os jurados, os chefs Henrique Fogaça, Erick Jacquin
Lacan e Paola Carosella, que não poupam elogios aos pequenos aprendizes de
cozinheiro. A versão infantil também tem mostrado a apresentadora Ana Paula
Padrão funcionando bem melhor na condução de crianças do que mostrou nas duas
temporadas anteriores destinadas a adultos.
Só para dar uma pincelada sobre a estreia, um erro gritante
foi terem colocado os pais dos competidores para assistirem do mezanino à
primeira prova. A interferência de alguns foi irritante, como foi o caso do pai
do pequeno Lorenzo, de 13 anos, que não parava de dar pitacos, desconcertando o
filho. Foi preciso Ana Paula pedir menos conversas entre os familiares presentes
na cozinha.
Felizmente foi a única prova em que a presença dos
pais foi permitida. A partir daí, mais soltos, pode-se perceber o quanto são
todos solidários entre si e muito mais organizados do que os adultos. “O que
será que a gente perde quando a gente cresce?”, filosofou Paola. Mas o que mais
surpreende é o domínio que a maioria tem sobre tempo de cozimento dos alimentos,
redução de molhos, combinação de ingredientes, e por aí vai. Logo de cara o
cardápio oferecido por eles incluía carne de javali, capeletti de barriga de
porco, risoto de limão siciliano, arroz vermelho... E a montagem dos pratos
apresenta uma criatividade de dar inveja a muitos cozinheiros formados.
Apesar da pouca idade, todos trazem alguma
bagagem de experiência na cozinha. Matheus, de 11 anos, explicou tranquilamente
o porquê do nome do bife ser T-Bone: por causa do osso em formato de T que o
corte da carne tem. Assim como Laura, também de 11 anos, que contou a história do
macarrão ao molho Alfredo com a mesma espontaneidade que se referiu à sua
empanada quando estava sovando a massa: “Olha a minha massa, parece um cocô”.
Em dois episódios deu para perceber que Aisha, de 9
anos, será a bonequinha e Laura, a queridinha. Enquanto Ivana, 9 anos, já passou
da conta na cota de choro. Na estreia, chorou porque não conseguia amassar a
batata para o nhoque. Fogaça foi lá ajudar. Depois, chorou quando não conseguia
tirar o insufilme do rolo. Ana Paula a socorreu. Também chorou porque se
atrapalhou ao empratar as empanadas. E voltou a chorar na hora de levar o prato
para os chefs provarem. Jackin até lhe deu um guardanapo para secar as
lágrimas.
Ok que os jurados tenham que ter um cuidado especial
para não lidar com a sensibilidade e o psicológico das crianças, mas também
precisam ficar atentos para não acabarem favorecendo mais os que fazem mais
cena, em detrimento dos que realmente cozinham melhor. A competição é de
culinária e não da criança mais fofa. É preciso ficar atento ao paparico
exagerado para que eles não acabem prejudicando a própria Ivana, que já traz
consigo a pecha de ser filha de Fabio Coelho, presidente da Google Brasil e
Vice-Presidente da Google Inc..
Mais "MasterChef" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2015/09/master-chef-brasil-band-peca-ao-tentar.html