Já é histórico o risco que correm autores que se
aventuram em começar uma novela ambientada em uma fase e, logo em seguida,
jogar a história para a atualidade. Eles mexem com aquele sentimento nostálgico
mais exarcebado em alguns telespectadores, principalmente os de gerações mais
antigas, que querem ver um pouco mais daqueles modismos e costumes de épocas. E
mexem também com o público mais jovem, que tem nos novos atores, intérpretes
dos personagens na fase jovem, uma referência mais próxima. Aguinaldo Silva,
autor de “Império”, novela das nove da Rede Globo que estreou segunda-feira
(21), colocou a mão no fogo sem medo de se queimar. E, pela primeira semana no
ar, ainda não ficou chamuscado.
Logo nos
primeiros capítulos, Aguinaldo Silva já mostrou fôlego de quem vem com tudo
para apresentar uma boa história, com cenas que mesclaram ação, amores mal
resolvidos, traições, mentiras e muito, muito vilanismo. Destaque para as
excelentes interpretações de Marjorie Estiano, Vanessa Giácomo e do estreante
Chay Suede. Também teve as cerejas do bolo: os veteranos Reginaldo Faria e
Regina Duarte em participações que mereceram serem chamadas de especiais.
Já quando entra a segunda fase, a partir do quarto
capítulo, acontece aquele impacto de mudança de etapas na história. Sai Chay
Suede e entra Alexandre Nero, sai Adriana Birolli e entra Lilia Cabral, sai
Vanessa Giácomo e entra Malu Galli, e, no lugar da marcante Marjorie Estiano
entra a sempre dramaticamente impactante Drica Moraes.