domingo, 6 de julho de 2014

“Na Moral”: Insistindo na vontade de querer ser um novo Chacrinha, mas sem qualquer naturalidade, Pedro Bial reestreia com pauta ultrapassada e depoimentos requentados


Pedro Bial não desiste da tentativa de se auto-comparar com Chacrinha. E foi em mais uma tentativa de copiar Abelardo Barbosa, autor da célebre frase "Em televisão nada se cria, tudo se copia”, que o jornalista inaugurou mais uma temporada do seu “Na Moral” nessa quinta-feira (3), na Rede Globo. Vestindo uma camisa branca com estampas de abacaxis em azul, numa referência ao Troféu Abacaxi que o Velho Guerreiro distribuía em seus programas, Bial ensaiava uns passinhos ao som de uma marchinha - no pior estilo Fátima Bernardes tentando parecer descontraída dançando no seu “Encontro” - enquanto algumas bailarinas com maiôs coloridos reluzentes rebolavam meio sem entender se estavam no “Big Brother” ou no “Domingão do Faustão”. Constrangedor.

A pauta da noite também nada tinha de novo. Jeitinho brasileiro? Origem da feijoada? Falta de pontualidade? Muito do mesmo sendo repetido sem buscar um ângulo diferente daquele que já foi exaustivamente explorado em matérias ao longo de anos. Os convidados da noite, o ator Tony Ramos, o chef Claude Troigros, o cientista político Alberto Carlos Almeida e o economista Eduardo Giannetti, não tiveram tempo de fazer a diferença. Eram sempre interrompidos por Bial, que recorria ao percussionista Pretinho da Serrinha em momentos em que tinha a deixa para desenvolver melhor o assunto, como quando Tony Ramos levantou a bola das “barbáries” da informalidade.

E o que era aquela consultora de relações internacionais com um arco na cabeça cheio de penas de arara azul, cachos de uva e outros enfeites tropicais? Fez lembrar aquelas caixas do supermercado Extra, que faz suas funcionárias usarem acessórios conforme as datas festivas: orelhas de coelho na Páscoa, coroa de princesa no dia das crianças, gorro de Papai Noel no Natal... Totalmente desnecessária também a participação das modelos Ellen Jabour e Carol Nakamura fazendo discurso contra a imagem vendida da sensualidade da mulher brasileira, estando ambas usando vestidos justíssimos e decotes acentuados na maior linha “vestida para matar”.

Para completar, no meio de um “debate” sobre bundas, Bial, de repente, fica sério e ao citar os protestos que aconteceram no país diz: “Sou jornalista da Globo, não bate em mim, não”. Gracinha totalmente sem graça para introduzir um assunto sério e que nem foi desenvolvido.

Para completar, na moral, continuo não entendendo por que aqueles figurantes vestidos de índio no estúdio...

Mais "Na Moral" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/07/na-moral-pedro-bial-estreia-segunda.html

E leia também entrevistas de TV em:
http://www.folhadoslagos.com/blogs/elena-correa/beth-goulart-o-talento-vem-da-alma-e-nao-do-corpo#.U7wwPEApuSo