A Band se esforça, mas está difícil a sua versão de “X
Factor” chegar perto do original britânico produzido há 12 anos pela FremantleMedias’
Thames e exibido pela ITV no Reino Unido. Por aqui o programa estreou há duas
semanas e é apresentado nas noites de terça e quarta-feira, mas ainda falta
acertar a mão na dose de muitos ingredientes para o concurso musical se tornar
realmente atraente.
Em primeiro lugar, falta o mais importante:
matéria-prima de primeira qualidade. Ou seja, cantores com o tal fator X. Nas
quatro edições que já foram ao ar, dois ou três candidatos realmente surpreenderam
pela qualidade vocal. E aí o programa começou a apelar para outros fatores. Na edição
que foi ao ar nessa quarta-feira (7) teve desde um simpático senhorzinho de 86
anos do interior de São Paulo cantando uma música de sua autoria falando sobre
o relógio de uma tia, e que – pasmem! - passou para a segunda etapa do
programa, até um cara usando o pseudônimo de Gnomo fazendo uma apresentação no
melhor estilo “eu sou doidão”, que nem chegou a ser julgado, mas conseguiu
vender seu peixe. Ou seja, está parecendo mais um programa de calouros.
E se o nível dos candidatos não está dos mais elevado,
a bancada de jurados também parece pouco motivada. O produtor musical Rick
Bonadio e o ex-Titãs Paulo Miklos são os que se mostram mais interessados em
fazer uma avaliação séria e profissional dos candidatos, mas lhes faltam
estímulos. Enquanto a cantora de axé Alinne Rosa foi lá só dar pinta com suas caras
e bocas, pegando sempre carona no que Bonadio fala. E Di Ferrero, com uma
intragável expressão enfadonha, segue no vai-da-valsa e faz anotações sem parar
num bloco. O que o vocalista do NX Zero escreve tanto se depois não tem nenhuma
opinião conceitual sobre a apresentação que assistiu?
Apresentando o programa está a atriz Fernanda Paes
Leme, que se comporta como se estivesse fazendo uma matéria como “repórter por
um dia” no “Vídeo Show” da Rede Globo, sua antiga emissora. Alguém precisa
avisá-la de que ela não está no camarote vip de um show, ali ela é a
apresentadora do programa e que, mesmo da coxia, precisa se comportar como tal,
com a responsabilidade que a função merece. Está exagerada a sua tentativa de
parecer muito amiga de todos que vão cantar, assim como é inexplicável tantas
lágrimas na maioria das apresentações. E, para completar, ainda tem Maurício
Meireles entrevistando os candidatos nos bastidores, ainda se sentindo o
repórter do “CQC”. Alguém precisa avisá-lo que aquele programa não existe mais,
antes que ele mande beijos para o Marcelo Tass. É só o que falta...
Ou melhor, ainda falta muito para o “X Factor” da Band encontrar o seu próprio Fator X, que é aquele “algo” indefinível que faz alguém ou algo acontecer e brilhar.
Mais "X Factor" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2011/12/x-factor-uma-final-previsivel-e-sem.html