A imagem de Julianne Trevisol comemorando sozinha sua
vitória no “Super Chef Celebridades”, quadro do “Mais Você” da Rede Globo,
nessa sexta-feira (29), só veio reforçar a ideia já evidenciada no começo da
competição de que havia no ar uma certa tentativa forçada por parte de Ana
Maria Braga de fazer dessa turma “a mais animada” de todos os tempos. Tanto a
animação quanto a tal “união” da turma foi falsa, e isso ficou evidente quando
se viu os demais concorrentes, André Gonçalves, Danielle Winits, Eri Johnson, Carolina
Oliveira, Mumuzinho e Fernanda Venturini se mantendo à distância, sem irem
cumprimentar a vencedora. Talvez se Minotauro estivesse presente, fosse o único
a abraça-la, já que também nunca fez questão de fazer parte da “panelinha”. E,
como a atriz, o lutador visivelmente era o mais empenhado em estudar e
realmente aprender a cozinhar. Não estava ali apenas para aparecer e ser
assunto nas redes sociais.
Até mesmo a apresentadora parecia perdida esperando o
cálculo dos pontos do vitorioso, esperando que o resultado fosse outro para o
encerramento ter a mesma animação que ela tanto fazia questão de exaltar exageradamente
nessa edição. Ana Maria tocou tanto nessa tecla que André extrapolou nas
afetações, tentando ser engraçado chamando os outros de “bi” ou de “menina” o
tempo todo; Eri, como sempre, não parava de interpretar o personagem cheio de
caras e bocas que há anos criou para ele mesmo; Danielle quis fazer piada encarnando
a “loura burra”, chegando ao cúmulo de dizer que codorna era um ovo, numa distração
encenada e forçada para provocar risos, e Mumuzinho só queria cantar, mandar
beijo para o pessoal da favela e cozinhar na aba dos outros, como se estivesse em
uma extensão do “Esquenta”.
A jovem Carolina não teve tempo de mostrar a que veio,
já que foi eliminada na primeira semana, mas poderia ter mostrado mais
personalidade e educação quando teve essa chance. Fernanda, mais séria, ficava sempre
na dela. Mas a atleta deixou clara sua contrariedade quando viu em Juliana uma
concorrente forte na disputa por um espinafre. E bem que gostou quando viu o
trio André, Dani e Eri tentando desestabilizar a atriz. Talvez Juliana tenha
ficado mais próxima de Minotauro por que, apesar de exageradamente tranquilo, também
percebeu o favorecimento dado a alguns participantes e inclusive reclamou que
nas provas individuais os “amiguinhos” se ajudavam como se estivessem fazendo a
prova em grupo. Na ocasião, Ana Maria deu logo um jeito de anular a queixa do
lutador para defender seus “queridinhos”.
A vitória de Julianne não era previsível, mas era
esperada. Não era previsível por se tratar de uma atriz que, embora tenha
começado sua carreira na Globo, nos últimos dez anos vinha atuando na Record e,
ao retornar à emissora ano passado já se destacou como a Lu de “Totalmente
Demais”. Ou seja, estava concorrente com figurinhas mais conhecidas e com
território marcado na casa. Mas, vendo pelo lado realmente sério da gastronomia
e deixando de lado a preferência dos fãs por um ou outro famoso, era esperado
que a atriz levasse o prêmio pela forma como desde o começo foi a que melhor se
saiu nas provas, conseguindo três vezes a imunidade por alcançar as melhores
notas. Não foi à toa que no Quiz feito com os três finalistas com perguntas
sobre os ensinamentos dados a todos, a atriz acertou as cinco questões e saiu
na frente com um ponto.
Na final, ficou muito feio ver Juliana nervosa,
chorando porque estourou o tempo para servir seus pratos, e os outros
participantes não lhe darem qualquer apoio moral. Deixaram ela sentada isolada,
na ponta. Danielle Winits estava até dançando com a música de fundo, com os
braços para cima, como se estivesse comemorando com André e Eri por verem a
terceira finalista arrasada. Mas a justiça foi feita e os jurados, os chefs
Rafael Costa e Silva e Claude Troisgros e os atores Débora Nascimento e
Eriberto Leão, souberam colocar a dedicação e a emoção da concorrente à frente
das gracinhas e falta de comprometimento dos demais.
Vale ressaltar ainda que foi muito boa a substituição de Ludmila Soeiro no posto de chef fixo no quadro. Rafael Costa e Silva é tão exigente quanto a outra chef, porém ele é mais coerente nos seus critérios de avaliação dos pratos e do desempenho dos concorrentes e não se deixa levar pela bajulação de alguns famosos. Tomara que Rafa seja mantido nas próximas edições. Espera-se também que com as próximas turmas Ana Maria Braga saiba disfarçar um pouco mais suas preferências em relação a uma ou outra celebridade e não se esqueça da imparcialidade que deve manter do início ao fim no seu papel de apresentadora.
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