sexta-feira, 9 de setembro de 2016

“X-Factor”: Com candidatos fracos e jurados apáticos, a versão da Band para atração britânica não encontrou seu próprio Fator X


A Band se esforça, mas está difícil a sua versão de “X Factor” chegar perto do original britânico produzido há 12 anos pela FremantleMedias’ Thames e exibido pela ITV no Reino Unido. Por aqui o programa estreou há duas semanas e é apresentado nas noites de terça e quarta-feira, mas ainda falta acertar a mão na dose de muitos ingredientes para o concurso musical se tornar realmente atraente.

Em primeiro lugar, falta o mais importante: matéria-prima de primeira qualidade. Ou seja, cantores com o tal fator X. Nas quatro edições que já foram ao ar, dois ou três candidatos realmente surpreenderam pela qualidade vocal. E aí o programa começou a apelar para outros fatores. Na edição que foi ao ar nessa quarta-feira (7) teve desde um simpático senhorzinho de 86 anos do interior de São Paulo cantando uma música de sua autoria falando sobre o relógio de uma tia, e que – pasmem! - passou para a segunda etapa do programa, até um cara usando o pseudônimo de Gnomo fazendo uma apresentação no melhor estilo “eu sou doidão”, que nem chegou a ser julgado, mas conseguiu vender seu peixe. Ou seja, está parecendo mais um programa de calouros.  

E se o nível dos candidatos não está dos mais elevado, a bancada de jurados também parece pouco motivada. O produtor musical Rick Bonadio e o ex-Titãs Paulo Miklos são os que se mostram mais interessados em fazer uma avaliação séria e profissional dos candidatos, mas lhes faltam estímulos. Enquanto a cantora de axé Alinne Rosa foi lá só dar pinta com suas caras e bocas, pegando sempre carona no que Bonadio fala. E Di Ferrero, com uma intragável expressão enfadonha, segue no vai-da-valsa e faz anotações sem parar num bloco. O que o vocalista do NX Zero escreve tanto se depois não tem nenhuma opinião conceitual sobre a apresentação que assistiu?     

Apresentando o programa está a atriz Fernanda Paes Leme, que se comporta como se estivesse fazendo uma matéria como “repórter por um dia” no “Vídeo Show” da Rede Globo, sua antiga emissora. Alguém precisa avisá-la de que ela não está no camarote vip de um show, ali ela é a apresentadora do programa e que, mesmo da coxia, precisa se comportar como tal, com a responsabilidade que a função merece. Está exagerada a sua tentativa de parecer muito amiga de todos que vão cantar, assim como é inexplicável tantas lágrimas na maioria das apresentações. E, para completar, ainda tem Maurício Meireles entrevistando os candidatos nos bastidores, ainda se sentindo o repórter do “CQC”. Alguém precisa avisá-lo que aquele programa não existe mais, antes que ele mande beijos para o Marcelo Tass. É só o que falta...      

Ou melhor, ainda falta muito para o “X Factor” da Band encontrar o seu próprio Fator X, que é aquele “algo” indefinível que faz alguém ou algo acontecer e brilhar.



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http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2011/12/x-factor-uma-final-previsivel-e-sem.html