sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

“The Voice Brasil”: Quinta temporada com presença desnecessária de Ivete Sangalo se recupera com criatividade em etapa final


É inquestionável que a vitória de Mylena Jardim na final da quinta edição do “The Voice Brasil” da Rede Globo, nessa quinta-feira (29), foi merecida. Não é preciso nem ter o ouvido, a técnica e a sensibilidade de um especialista em música para perceber que a jovem de apenas 17 anos, que começou com a técnica Claudia Leitte e acabou indo para o time de Michel Teló, tem talento. Assim como também mostraram potencial seus concorrentes nessa final, Dan Costa, preparado por Lulu Santos, Danilo Franco, que continuou com Claudia Leitte, e Affonso Capello, do técnico Carlinhos Brown. Um ponto bem forte que valorizou a escolha da campeã foi ela ter entrado no programa cantando Sandra de Sá e encerrou com Tribalistas. Já que é The Voice Brasil, que o vencedor realmente faça por merecer soltando a voz com músicas brasileiras na versão do reality em seu país.

É claro que, desde a primeira temporada, o que não faltam são acusações de que se trata de uma disputa com cartas marcadas desde o início quando 48 candidatos são aprovados em meio a centenas de inscritos, e apenas quatro chegam à final. São acusações de que se trata de um jogo de cartas marcadas no qual vence quem interessa à indústria fonográfica porque vai vender mais discos, vais fazer mais shows, vai ser mais midiático. Também rolam aquelas denúncias de maus tratos feitas por quem participou das seletivas. Não duvido de nada do que dizem, mas gostaria muito de receber vídeos ou áudios que provassem essas acusações. Na Era do celular em que vivemos, não é muito difícil conseguir provas. E como meu objetivo maior aqui é analisar o programa que vai ao ar, não vou perder o foco do resultado final mostrado na televisão.

E, como atração, o programa teve algumas falhas. Como o fato de Milton Guedes ser convidado para fazer uma participação como gaitista, quando Mylena e Danilo abriram o show cantando em dupla, e ficar lá no fundo do palco como mero figurante. Foi até chamado de gênio por Tiago Leiffer, que beirou ao ridículo ao dizer para o músico: “Parabéns, muito bom número”. E Lulu, quando o músico já não estava mais no palco corroborou para os falsos elogios “Ele tem estado na minha banda, sai e entra há 30 anos, é extraordinário”. Estranha colocação. Mas, pior foi a apresentação de Afonso, que foi literalmente engolido no palco por Hamilton de Hollanda e Cíntia Rebelo, ex-participantes que se destacaram nessa competição. Embora tenha sido boa a ideia de os finalistas poderem convidar ex-participantes da temporada para se apresentarem com eles na final. Assim como emocionou a participação dos participantes do The Voice Kids cantando “Vilarejo”.

Sem dúvida, essa quinta temporada acertou ao fazer a Batalha de Técnicos e o Remix. Por outro lado, foi um tiro no pé chamar Ivete Sangalo para ser Super Técnica. A ideia foi tão estapafúrdia que a cantora entrou e saiu de cena sem qualquer explicação ou justificativa. Assim como a presença de Mariana Rios foi totalmente desnecessária. Na final, a atriz acabou virando uma garota-propaganda da Caixa Econômica Federal, patrocinadora do programa. Não fica feio apenas para a imagem dela, não, fica muito pior para a emissora que expõe seus contratados a esse tipo de situação.
Enfim, foi mais uma boa temporada com uma campeã competente. Nada mais.



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