sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

“The Voice Brasil”: Quinta temporada com presença desnecessária de Ivete Sangalo se recupera com criatividade em etapa final


É inquestionável que a vitória de Mylena Jardim na final da quinta edição do “The Voice Brasil” da Rede Globo, nessa quinta-feira (29), foi merecida. Não é preciso nem ter o ouvido, a técnica e a sensibilidade de um especialista em música para perceber que a jovem de apenas 17 anos, que começou com a técnica Claudia Leitte e acabou indo para o time de Michel Teló, tem talento. Assim como também mostraram potencial seus concorrentes nessa final, Dan Costa, preparado por Lulu Santos, Danilo Franco, que continuou com Claudia Leitte, e Affonso Capello, do técnico Carlinhos Brown. Um ponto bem forte que valorizou a escolha da campeã foi ela ter entrado no programa cantando Sandra de Sá e encerrou com Tribalistas. Já que é The Voice Brasil, que o vencedor realmente faça por merecer soltando a voz com músicas brasileiras na versão do reality em seu país.

É claro que, desde a primeira temporada, o que não faltam são acusações de que se trata de uma disputa com cartas marcadas desde o início quando 48 candidatos são aprovados em meio a centenas de inscritos, e apenas quatro chegam à final. São acusações de que se trata de um jogo de cartas marcadas no qual vence quem interessa à indústria fonográfica porque vai vender mais discos, vais fazer mais shows, vai ser mais midiático. Também rolam aquelas denúncias de maus tratos feitas por quem participou das seletivas. Não duvido de nada do que dizem, mas gostaria muito de receber vídeos ou áudios que provassem essas acusações. Na Era do celular em que vivemos, não é muito difícil conseguir provas. E como meu objetivo maior aqui é analisar o programa que vai ao ar, não vou perder o foco do resultado final mostrado na televisão.

E, como atração, o programa teve algumas falhas. Como o fato de Milton Guedes ser convidado para fazer uma participação como gaitista, quando Mylena e Danilo abriram o show cantando em dupla, e ficar lá no fundo do palco como mero figurante. Foi até chamado de gênio por Tiago Leiffer, que beirou ao ridículo ao dizer para o músico: “Parabéns, muito bom número”. E Lulu, quando o músico já não estava mais no palco corroborou para os falsos elogios “Ele tem estado na minha banda, sai e entra há 30 anos, é extraordinário”. Estranha colocação. Mas, pior foi a apresentação de Afonso, que foi literalmente engolido no palco por Hamilton de Hollanda e Cíntia Rebelo, ex-participantes que se destacaram nessa competição. Embora tenha sido boa a ideia de os finalistas poderem convidar ex-participantes da temporada para se apresentarem com eles na final. Assim como emocionou a participação dos participantes do The Voice Kids cantando “Vilarejo”.

Sem dúvida, essa quinta temporada acertou ao fazer a Batalha de Técnicos e o Remix. Por outro lado, foi um tiro no pé chamar Ivete Sangalo para ser Super Técnica. A ideia foi tão estapafúrdia que a cantora entrou e saiu de cena sem qualquer explicação ou justificativa. Assim como a presença de Mariana Rios foi totalmente desnecessária. Na final, a atriz acabou virando uma garota-propaganda da Caixa Econômica Federal, patrocinadora do programa. Não fica feio apenas para a imagem dela, não, fica muito pior para a emissora que expõe seus contratados a esse tipo de situação.
Enfim, foi mais uma boa temporada com uma campeã competente. Nada mais.



Mais "The Voice Brasil" em:
https://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2016/12/the-voice-brasil-candidata-e.


segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

“Cozinha Sob Pressão”: Na final, campeã apela com um discurso fora de contexto e chef apresenta visual de trama mexicana


Depois de uma semana agitada pela repercussão da final do “MasterChef Profissionais”, na Band, o último episódio do “Hell’s Kitchen – Cozinha Sob Pressão” passou quase despercebido nesse sábado (17), no SBT. Curiosamente, enquanto um movimentou as redes sociais por levantar a questão do machismo nas cozinhas profissionais, o outro, que nessa quarta temporada tentou surpreender por ser a primeira vez que uma mulher comandou a atração, naufragou justamente pela falta de pulso, estilo e personalidade da mesma em uma final. A chef Danielle Dahoui estreou na função bastante insegura ao assumir a missão de deixar de lado a agressividade que é a marca registrada de Gordon Ramson copiada por Carlos Bertolazzi, e exagerou no tom maternal. Foi melhorando seu desempenho no decorrer do programa, mas na reta final voltou a se perder na forma tatibitate de tratar os concorrentes e desandou de vez na final, quando precisava ter uma postura mais madura e incisiva.

Aliás, seu maior erro no último episódio foi ter se colocado como convidada e não como dona do programa. O próprio figurino escolhido para a ocasião merece um comentário à parte. Foi muito estranho ela aparecer no restaurante sem seu doma de chef máxima das duas equipes que estavam na cozinha. Para piorar, faltou bom gosto na escolha do vestido: um preto básico, curto, de mangas compridas e soltas, totalmente inconvenientes em uma cozinha, e uma cintura justa que não favoreceu a silhueta da apresentadora. Assim como o cabelo e a maquiagem que no conjunto faziam lembrar uma personagem de novela mexicana. Nada a ver com a circunstância.

Já na prova entre os três últimos concorrentes, Cris, Gabriel e Maílson, foi legal a ideia de fazer às cegas a avaliação dos pratos para a decisão dos dois finalistas, mas a chef não precisava necessariamente ter ficado em um quarto escuro. O mesmo tipo de avaliação é feito em “Duelo de Mães”, também do SBT, e os jurados não precisam nem ter os olhos vendados, basta ficarem isolados sem saber quem preparou qual receita. Dahoui poderia analisar também a aparência da comida, sem necessariamente saber quem preparou. Além do mais, ficou artificial sua voz trêmula o tempo todo ao falar com os últimos concorrentes. Uma emoção tão forçosamente nervosa que perdeu a naturalidade.

E quando restaram apenas Cris e Maílson na disputa, os dois apelaram demais em seus depoimentos. Cris foi a mais exagerada, dizendo que estava ali “pelas minorias, pelos excluídos”. E Maílson repetiu o velho discurso de estar ali pensando em ajudar seu pai, sua mãe, toda a família. Nesse tipo de competição, o que o público quer ver é uma disputa entre dois competidores empenhados em mostrar seus talentos e, acima de tudo, orgulhosos por estar tendo a oportunidade de buscar a vitória mostrando seus dotes como excelentes profissionais de cozinha. Esses discursos prontos que soam como chantagem emocional podem funcionar em programas como o “Casos de Família”, não em um reality de culinária.

Até mesmo na hora do anúncio de Cris como vencedora, ela voltou a apelar gritando “A primeira mulher!”, e dedicando a vitória “às mulheres e às minorias”. Aí faltou muito de uma atitude mais coerente da direção do programa, que deveria ter se tocado que a participante estava pesando a mão na dose da mesma bandeira. E, para completar, ainda colocou um som épico como música incidental na final, transformando o show ainda mais bizarro, fora de contexto e fora da cozinha. Que sirva de experiência para não repetir a mesma receita na próxima temporada.


Mais "Hell's Kitchen - Cozinha Sob Pressão" em:
https://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2016/12/cozinha-sob-pressao-dahoui-volta-tratar.html


domingo, 18 de dezembro de 2016

“The Voice Brasil”: Candidata é deselegante na reação ao trocar de técnico em fase Remix, novidade que vem agitar a disputa


Depois da decepção de ter anunciado como novidade a presença de Ivete Sangalo na figura de Supertécnica do “The Voice Brasil”, na Rede Globo, e da Batalha dos Técnicos, que também deixou a desejar, a ideia do Remix iniciada nessa quinta-feira (15) finalmente veio mostrar algo de realmente interessante nessa quinta temporada. Nessa fase, os técnicos assistem de frente à apresentação dos candidatos e podem apertar o botão vermelho, mesmo que o candidato já pertença a outro técnico. Dessa forma, a disputa ganhou uma perspectiva diferente e ficou mais interessante não apenas pela competição de vozes como também pela briga entre Carlinhos Brown, Claudia Leitte, Lulu Santos e Michel Teló.

Dentro das regras dessa nova fase, fica até estranho ver um técnico não bater o botão para um candidato do seu próprio grupo, como aconteceu com Teló quando Amanda se apresentou. Acontece que ele já estava com mais candidatos vindos da etapa anterior e a intenção no Remix é igualar o número de candidatos nos quatro times. E é aí que fica evidente que o desejo de permanecer na competição fala mais alto do que qualquer idolatria a qualquer um dos técnicos.

Essa fase começa a evidenciar um fator de sensibilidade pessoal e profissional que tem que ser avaliado no caráter de cada cantor. Soou muito estranho o fato de Mylena Jardim, que pertencia ao time de Claudia Leitte, após ter ficado de fora da competição e ser salva por Michel Teló para continuar na disputa ter dedicado seu tempo a rasgar elogios a sua ex técnica e não ter feito qualquer agradecimento a seu salvador que, não por acaso, também foi um dos que virou a cadeira para ela na primeira fase. Foi indelicado e deselegante.


Mais "The Voice Brasil" em:
https://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2016/12/the-voice-brasil-competicao-perde.html

“MasterChef Profissionais”: Disputa culinária evidencia batalha de egos e denuncia atitudes machistas recorrentes nas cozinhas


A primeira temporada do “MasterChef Profissionais”, que terminou na terça-feira (13), teve um impacto maior do que talvez a Band previsse ao decidir lançar essa versão inédita do “MasterChef” que tradicionalmente reúne cozinheiros amadores. A questão mais polêmica levantada desde a estreia há três meses, com 14 concorrentes, foi o comportamento machista que há no meio e que ainda não havia sido mostrado tão abertamente diante das câmeras, apesar da quantidade cada vez maior de programas de culinária na televisão. E a primeira campeã foi justamente uma mulher, a paulista Dayse, que à primeira vista não atraiu muito a simpatia do público mas aos poucos foi ganhando admiração por sua sinceridade e simplicidade e surpreendendo com suas receitas improvisadas. Enquanto seu adversário na final, Marcelo, fez uma trajetória inversa, passando do jeito modesto e até tímido para um comportamento exagerado e exibicionista, o que causou certo incômodo até entre seus admiradores, apesar de toda sua genialidade, ousadia e técnica na elaboração dos pratos.

A vitória de Dayse atraiu a atenção até da mídia internacional, que chamou a paulista de “heroína feminista”, enquanto Marcelo, também paulista e de origem libanesa, incomodado e inconformado com a derrota, declarou à imprensa nacional que “brasileiro gosta de fracos e oprimidos”. A frase não foi feliz, mas é preciso reconhecer que Marcelo não foi o representante maior do machismo evidenciado no programa. Talvez sua característica mais forte mesmo seja mesmo o espírito acirrado de competidor que não admite perder para ninguém, seja homem ou mulher, e o deixa obcecado pela vitória. Não se pode, porém, fazer o mesmo tipo de defesa em relação a Ivo, que usava seus 25 anos de experiência como justificativa para se sentir superior a todos.

Logo nos primeiros episódios, o veterano já mostrou sua visão machista ao ser chamado para ajudar Priscylla em uma prova em grupo e ter deixado a participante totalmente desestruturada emocionalmente por sua forma agressiva de tratá-la como se ela fosse sua subordinada. Em uma prova mais recente, Ivo chegou a mandar Dayse varrer o chão, enquanto ele dominava a condução da cozinha. A calma como ela reagia às provocações era consequência de sua própria experiência e por já conhecer o temperamento do ex chefe. Elegância que ela demonstrou também à provocação de João, que gritou um “Vai, gordinha”, do alto do mezanino, justamente enquanto ela cozinhava durante a final, para tentar desestabilizá-la. Aliás, se houvesse troféu para os mais rejeitados do programa por seus comportamentos, João e Ivo seriam fortes concorrentes. Priscylla correria por fora como candidata a bibelô fora da casinha (ou seria fora da cozinha?), já que não conseguia preparar um prato sem pedir ajuda aos colegas. E ao ser eliminada num programa no qual um preconceito maior falava mais alto, disse que era sua beleza que incomodava.  

O que ficou claro nessa versão inédita do MasterChef é que a competição entre profissionais pode acabar indo além da simples disputa culinária e desencadear também uma batalha paralela de egos. Ali não são pessoas com outras profissões que resolveram arriscar como cozinheiros amadores e talvez mudem o rumo de suas vidas para começar a investir em culinária. Ali são profissionais que estudaram gastronomia, têm formação e prática em cozinhas renomadas e se comportam com certo grau de auto suficiência e confiança que não fazem parte do perfil de novatos. Até Ana Paula Padrão sentiu essa diferença durante a entrevista que fez com João, quando o professor foi eliminado e a chamou de “leiga”. Na gravação da prova final, a apresentadora não perdeu a chance de fazer referência à forma como foi chamada pelo participante. Ou seja, até o ego da jornalista ficou mexido.
Por falar em gravação da final, a emissora aprendeu a lição e parece ter deixado de lado definitivamente a ideia de fingir um ao vivo quando a parte mais importante do programa, que é a prova entre os dois finalistas, foi realizada previamente. Tiveram inclusive o cuidado de fechar a parte gravada com uma mensagem emocionada de Ana Paula, dos três jurados, Érick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carossela, e dos dois finalistas, Dayse e Marcelo, sobre a jornada de todos nessa competição.   

E no último bloco Paola se superou em seu discurso* antes do resultado ao vivo, “Você escolheu uma profissão que ainda é dominada pelos homens. (...) Às vezes, a gente tem que ouvir umas idiotices que eu vou te falar, né?”, afirmou Paola. Acima e além de qualquer tipo de preconceito ou machismo, o que faltou mesmo a Marcelo na final foi educação. Ele foi extremamente deselegante ao nem ao menos parabenizar a adversária pela vitória. Dayse foi quem lhe estendeu a mão para cumprimentá-lo por estar ali com ela na final. Se não lhe cabe o título de machista, cabe o de mau perdedor. E quem não sabe perder não merece vencer.


*Discurso de Paola:
“Assim como eu, assim como Ana, você escolheu uma profissão que ainda é dominada pelos homens e eu acredito que assim como foi para mim e para outras mulheres não tenha sido nada fácil. Às vezes, a gente tem que ouvir umas idiotices que eu vou te falar, né? Mas o bom é que você que está aí, e isso quer dizer muitas coisas. Você não está aí por ser mulher, você está aí por ter um talento inacreditável e por cozinhar bem pra caramba. Nós jurados não vemos gênero, nem cor, nem religião, nem cintura, nem altura, nem se é simpático ou se não é, nós vemos pessoas e nosso trabalho é julgar pratos. Pratos que nos surpreendam porque têm autenticidade, criatividade, sabor e alma. A sua comida tem tudo isso. Você hoje pode ganhar ou não, não importa, mas você já ganhou uma coisa que talvez você não saiba, mas abriu os olhos para nós, eles, o país ou o mundo inteiro para começar a olhar sem gênero, sem gênero, 
com características diferentes, dois cozinheiros incríveis, parabéns aos dois”.

Mais "MasterChef Profissionais" em: 
https://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2016/12/masterchef-profissionais-ivo-e_2.html


terça-feira, 6 de dezembro de 2016

“The Voice Brasil”: Competição perde seriedade e comprometimento em fase que mostra técnicos brincando de duelar


A “Batalha dos Técnicos” do “The Voice Brasil”, da Rede Globo, estreou na quinta-feira (1) marcou também a fase ao vivo, mas estava tudo tão bem ensaiado que parecia até ter sido gravado previamente. O que não confirma essa suspeita é o fato de que agora quem decide quem continua na competição é o público através de votação pela internet ou via SMS. A novidade, aliás, desconcertou até Tiago Leifert, deixou o palco que após anunciar a primeira dupla de candidatas e voltou correndo dizenque tinha esquecido de dar os números para votação. “Ao vivo”, afirmou no ato Lulu Santos, mas com um certo tom de ironia na voz. Ficou estranho também quando o apresentador chamou a assistente de palco com o primeiro resultado da votação, e o cantor, do nada, falou: “Vê se ela tropeça agora”. E Claudia Leitte acrescentou: “Vai devagar dessa vez, por favor”. Como assim “tropeça agora” e “devagar dessa vez”, se era a primeira dupla a se apresentar na noite e ninguém apareceu tropeçando no ar? Afinal, é ao vivo mesmo ou foram falhas ocorridas no ensaio?

Na “Batalha dos Técnicos”, uma novidade criada nessa quinta temporada, Lulu, Claudia, Carlinhos Brown e Michel Teló se enfrentam através do duelo entre um candidato de cada time. O primeiro time é decidido através de sorteio, o técnico sorteado escolhe a voz de um outro time para o desafio e o técnico do outro time, por sua vez, escolhe uma outra voz do time adverso sorteado para duelar com alguém do seu time. E o primeiro sorteio já aconteceu com jeito de armação, quando Tiago Leifert pega uma urna e tira de lá o cubo com a cara de Claudia Leitte, sem mostrar os demais cubos. Ninguém sabe se não era apenas ela que estava na tal urna. Aí imediatamente os dois técnicos escolhem quem vai cantar. E em poucos minutos os dois candidatos já estão no palco com a banda devidamente preparada para tocar a música escolhida por cada um. E após se apresentarem, os votos são computados e a porcentagem do vitorioso aparece na tela numa velocidade espantosa.

Com tanta eficiência, a competição deveria acontecer desde o início ao vivo. Afinal, nem Ivete Sangalo, a “supertécnica”, fez muita diferença ao sair de cena sem qualquer despedida após uma participação relâmpago enquanto o programa era assumidamente gravado. Assim como Mariana Rios continua queimando seu filme de atriz ao assumir uma função que tem menos destaque até mesmo que o das assistentes de palco do “Domingão do Faustão”.




Mais "The Voice Brasil" em:
https://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2016/11/the-voice-brasil-ivete-sangalo-ganha.html


sábado, 3 de dezembro de 2016

“Cozinha Sob Pressão”: Dahoui volta a tratar cozinheiros como crianças no jardim de infância e não deixa Maílson se defender


A direção do “Hell’s Kitchen – Cozinha Sob Pressão” do SBT estava tão preocupa em inovar colocando uma mulher no comando da competição que acabou deixando a desejar na seleção dos participantes. Enquanto a chef Daniella Dahoui oscila entre momentos que parece estar se superando como apresentadora e outros que volta a não mostrar segurança na função, os cozinheiros que ela comanda vão de mal a pior. Já na reta final da quarta temporada os cozinheiros finalistas têm mostrado um desempenho totalmente aquém do esperado.

No programa de sábado (26), a cozinha do restaurante foi até fechada sem que os clientes fossem devidamente atendidos por conta de erros absurdos, como servir peixe com espinha e arroz de lula com casca de nozes. E aí a culpa é de quem selecionou candidatos tão despreparados, da chef que não sabe se impor ou da direção do programa que está direcionando a competição de forma amadora? Mais uma vez, nesse mesmo episódio, os concorrentes foram tratados como crianças, tendo que se vestir de bailarinas e fazer um tipo de paródia do balé Quebra Nozes. Uma cena constrangedora para eles e para quem assistiu.

Curiosamente, o serviço foi ladeira abaixo justamente após a eliminação de Flora, no episódio anterior, que era considerada a competidora que mais desestabilizava a todos na cozinha. Inclusive a própria Dahoui. Ora, se a gaúcha era quem prejudicava o bom desempenho de todos por ser hiperativa, falar muito e acirrar o clima competitivo, então por que o serviço não fluiu melhor sem a sua presença?

E por que agora a chef fica o tempo todo acompanhando de perto o grupo cozinhar, coisa que antes não acontecia? Será que é porque está faltando a presença de alguém que movimente a disputa? Aí quando Maílson, o único a ter coragem de se defender quando Dahoui colocou todos na eliminação, a chef o condenou por estar tentando livrar a própria pele. Ora, se ele tinha consciência de que tinha feito a parte dele, não era justo se defender? Ele apenas queria saber onde tinha falhado no seu comprometimento. E ela deu uma resposta evasiva, generalizando e distribuindo a culpa entre todos sem assumir a própria responsabilidade. Ou seja, mais uma vez ela adotou a postura professoral que tinha nos primeiros episódios, tratando todos como se fossem crianças no jardim de infância.

Realmente, essa está sendo uma temporada de cozinha para iniciantes. Tanto para os participantes quanto para a chef apresentadora, que com sua inexperiência diante das câmeras vem eliminando os cozinheiros com um pouco mais de competência do que a média dos selecionados em prol dos que “se comportam” de forma que “não coloque o dela na reta”. Como a própria gosta de repetir. Parece que a experiência Hell’s Kitchen está sendo mesmo para a própria Dahoui na televisão.


Mais "Cozinha Sob Pressão" em:
https://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2016/10/cozinha-sob-pressao-dahoui-esta-mais.html

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

"MasterChef Profissionais": Ivo é eliminado, Marcelo exagera na torcida e Dayse reforça que há machismo nas grandes cozinhas


A eliminação de Ivo no “MasterChef Profissionais” dessa terça-feira (29), na Band, foi uma verdadeira explosão não de sabores mas de sentimentos, ações e reações. Teve Paola Carossela se emocionando ao anunciar a eliminação do participante, teve Érick Jacquin gritando para Marcelo conter sua comemoração no mezanino por Dário ter se salvado e teve o próprio Ivo chorando na entrevista de despedida. Mas suas lágrimas não esconderam a postura machista que manifestou desde o começo do programa. Quando Ana Paula Padrão perguntou quem iria ganhar, Ivo apontou Marcelo ou Dário. “E a Dayse, é uma aluna bacana, né?”, indagou a apresentadora. “Ela é teimosa, mas está surpreendente, espero que se dê muito bem também”, falou o cozinheiro, não conseguindo disfarçar o mesmo incômodo demonstrado outras vezes em que sua ex-assistente o superou nas provas.

Considerado o veterano da competição por ter 25 anos de atuação no mercado, Ivo se equivocou ao acreditar que ser mais experiente que os outros bastaria para ele ganhar o jogo. Logo na primeira prova desse episódio 9, que consistia fazer três técnicas diferentes de um produto, cujo convidado foi um estudioso da gastronomia brasileira, Ricardo Maranhão, Dário mostrou-se confiante por ter participado recentemente de uma palestra do historiador. Ou seja, ele é jovem, tem pouca experiência, mas está buscando novos conhecimentos também fora da cozinha.

E como o próprio Ivo afirmou no começo do programa: “Tem hora que a gente não está no dia bacana, não está no dia ideal”. Não foi um bom dia para ele, que se deu mal na prova Surf and Turf, que consistia em combinar proteínas do mar e da terra. Mas além de perder a competição, o cozinheiro também perdeu a chance de ter deixado uma imagem menos machista e autoritária. A tal humildade citada por Ana Paula Padrão no vestiário não correspondeu ao que foi mostrado ao longo dos episódios anteriores nos quais foi visível a forma grosseira como Ivo tratou primeiro Priscylla, desestabilizando a cozinheira que já eliminada, e depois Dayse, que não deixou se abalar nem quando seu ex “chefe” sugeriu que ela pegasse uma vassoura e varresse a cozinha, e agora é semifinalista. Numa posição orgulhoso e arrogante, Ivo nem correspondeu plenamente ao abraço de Dário na sua despedida.

Mas quem extrapolou mesmo foi Marcelo na comemoração exagerada quando Dário subiu ao mezanino. Com um comportamento descontrolado e tentando chamar a atenção falando em voz alta, levou Jacquin até a gritar três vezes “Menos!”, para ele respeitar o momento do eliminado. Paola também ficou incomodada e, após acompanhar Ivo até a porta de saída, olhou para o mezanino e fez um sinal para eles abrirem o olho.

Realmente é constrangedora a forma como Marcelo demonstra sua ojeriza por Dayse e a preferência por ter outro homem com ele na final. Mais irritante ainda é seu comportamento no mezanino, o tempo inteiro fazendo comentários pessoais sobre os outros que estão cozinhando, mas sempre com o olhar nervoso voltado para os jurados ou para os câmeras. Entre as pérolas ditas por Marcelo, sozinho no mezanino, estão: “Se essa mina ficar vai ser a maior roubalheira da face da Terra” e “Me surpreenda e me faça calar a boca”. Ficou tão evidente que era proposital as críticas contra a receita de Dayse que Paola até o chamou para descer e provar o prato da concorrente depois de pronto. E ele teve que enfiar a viola da prepotência no saco e reconhecer que a única mulher que resta na competição tinha criado uma receita deliciosa. 

“Eu deveria mostrar pro Marcelo que sou uma boa cozinheira, mas não estou nem aí pra ele”, afirmou Dayse, tranquilamente. Foi sem rancor também que ela subiu ao mezanino como melhor dos melhores na prova de eliminação, sendo recebida com reverências por Marcelo. “Olha a falsidade”, debochou Fogaça, diante da postura contraditória do cozinheiro. Enquanto isso, o conceito de Dayse, que no começo não despertou muito a simpatia do público, só vem subindo no programa. Foi curioso no clipe que mostrou um pouco da sua trajetória ela ter contado que já teve que enfrentar situações difíceis nos seus 12 anos como chef de cozinha, principalmente por causa do machismo que impera no meio. “Eu tive um subchefe que sabia onde eu poderia chegar e dava até tapa na minha cara”, contou ela, levando na esportiva e acrescentando: “Se eu não tivesse engolido esses sapos talvez não estivesse aqui agora, né?”. Coincidência ou não, depois de Fádia, eliminada no episódio anterior, agora é uma semifinalista que denuncia o preconceito de homens em relação a mulheres nas cozinhas profissionais. Parece sintomático...



Mais "MasterChef Profissionais" em:
https://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2016/11/masterchef-profissionais-fadia-denuncia.html