sábado, 16 de janeiro de 2016

“Ligações Perigosas”: Aracy Balabanian conduz com maestria os desfechos de quase todas as tramas no fim da minissérie

A atriz Aracy Balabanian ganhou o destaque merecido no último capítulo da minissérie “Ligações Perigosas”, que foi ao ar nessa sexta-feira (15) na Rede Globo. Coube a ela protagonizar a última cena em que sua personagem, Consuelo, a tia rica e agregadora de Augusto (Selton Mello), relata o destino trágico de Izabel, a marquesa maquiavélica vivida por Patrícia Pilar, que termina desfigurada no porão do navio no qual fugiu para não ser presa, acabou contraindo varíola e perdendo um olho. “A doença virou Isabel do avesso e sua alma agora está estampada no rosto”, escreveu Consuelo em uma carta, mantendo a linha seguida durante toda a história, na qual todas as tramas foram sempre conduzidas através de correspondências trocadas ou simplesmente guardadas para serem reveladas mais tarde.

Aracy também emocionou na cena em que Consuêlo revê no projetor imagens suas com o sobrinho morto. E, logo em seguida, caí em prantos ao ser a primeira a descobrir as perversidades de Isabel, contadas por Felipe (Jesuíta Barbosa), que foi quem matou Augusto em um duelo. E mesmo assim o protege de ser preso pela polícia, para que o jovem terminasse de distribuir as cartas deixadas por seu sobrinho e todo o resto da verdade fosse esclarecido. Assim como foi decisiva sua sagacidade para salvar o casamento de Cecília (Alice Wegmann), grávida de Augusto, com Heitor (Leopoldo Pacheco), e assim proteger o bebê, filho de seu sobrinho.

Foi inteligente e bem conduzida a ideia da autora Manuela Dias e da diretora de núcleo Denise Saraceni em não repetir um desfecho semelhante à versão feita para o cinema em 1988 da mesma história, baseada em um clássico da literatura francesa. No filme americano, o fade out acontece com Glenn Close, a Izabel da vez, que, após ser humilhada em público no teatro sob uma vaia que ficou marcada como mais uma cena antológica do cinema, diante do espelho de seu quarto ela tira a maquiagem lentamente, em uma referência sutil de que a máscara tinha caído.

Na minissérie, a passagem de tempo de dois anos após esse episódio, deu uma personalidade própria a essa nova versão, dentre tantas outras que “Ligações Perigosas” já tiveram. Como escreveu Consuêlo em sua carta: “As reflexões só vêm depois dos acontecimentos. A razão não é suficiente para prevenir coisa alguma. Nem serve de consolo. Pensando assim quem deixaria de estremecer, imaginando a desgraça que pode causar uma única ligação perigosa”.


Mais sobre a minissérie "Ligações Perigosas" aqui:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2016/01/ligacoes-perigosas-direcao-artistica.html