O remake da “Escolinha do Professor Raimundo”, exibido em primeira mão no canal Viva e agora no ar nas tardes de domingo na Rede Globo, vem apenas reafirmar a genialidade de Chico Anysio, que, ao lado de Haroldo Barbosa, foi responsável pela criação na televisão do humorístico que teve seu embrião no rádio. Os sete episódios produzidos estão prestando uma justa homenagem à atração que ficou no ar por mais de 38 anos, inicialmente como quadro de outros programas, e fazendo uma comemoração aos 25 anos como humorístico independente. Claro que por mais que alguns atores estejam se sobressaindo ao voltarem a dar vida a tipos marcantes, enquanto outros estão apenas se esforçando, a alma dos verdadeiros intérpretes, donos absolutos dos personagens, continua presente na memória afetiva de cada telespectador. Embora muitos já tenham nos deixado.
De qualquer forma, vale ressaltar o trabalho impecável
de alguns artistas escalados para essa “nova geração”. Estão tirando de letra
os atores, Mateus Solano, que faz uma leitura fiel do Zé Bonitinho de Jorge
Loredo; Marcos Caruso, irretocável como o Seu Perú de Orlando Drummond; Dani
Calabresa, que parece ser a própria reencarnação da Dona Catifunda de Zilda
Cardoso; Marcius Melhem, que faz uma réplica toda própria do Seu Boneco de Lug
de Paula, e Marcelo Adnet, numa interpretação que soa até como quase afetiva do
Seu Ptolomeu de Rogério Cardoso.
O mesmo não é possível dizer de outros atores, que
estão fazendo uma interpretação tão forçada que aniquila qualquer possibilidade
de graça. É o caso de Fernanda Souza (Tati/Heloísa Périssé), Marco Ricca (Pedro
Pedreira/Francisco Milani), Ellen Roche (Capitu/Cláudia Mauro), Fernanda de
Freitas (Marina da Glória/Tássia Camargo) e Otávio Müller (Baltazar da
Rocha/Walter D’Ávila). A sensação é de que não estão homenageando, mas sim
tentando superar os intérpretes originais. O estão ali forçados, cumprindo de
mal gosto o “dever de casa”.
Claro que a dupla Bruno Mazzeo e Lúcio Mauro Filho representam
um caso à parte, já que estão claramente reverenciando seus pais nos papeis de Professor
Raimundo Nonato Aldemar Vigário, respectivamente Chico Anysio e Lúcio Mauro. E
a réplica é verdadeira. Como diz o próprio Bruno, eles não estão fazendo um
programa de humor, mas sim de amor.
Vale ressaltar ainda Betty Goffman que, embora não
consiga ficar tão vesga quanto Zezé Macedo, está dando a Dona Bela a mesma essência
que ela tinha na interpretação original da saudosa atriz, Enquanto Otaviano
Costa como Seu Ptolomeu, personagem que era de Nizo Neto, está muito Otaviano
Costa. A sensação de que ele acha que está fazendo graça na bancada do “Vídeo
Show”.
Mais Chico Anysio em:
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