Quem leu “Pines” deve ter assistido à estreia de “Wayward
Pines”, nessa quinta-feira (14), na Fox, já tentando se adiantar nas pistas do
que virá pela frente nos próximos nove episódios dessa minissérie inspirada no
romance de Blake Crouch. Não é o meu caso. Mesmo assim, ou talvez por isso,
também me incluí no grupo de telespectadores imbuídos no papel de investigadores
do drama policial desenvolvido por Chad Hodge e produzida pelo diretor M. Night
Shyamalan. Conduzindo a história está o ator Matt Dillon, interpretando Ethan
Burke, um agente do serviço secreto dos Estados Unidos que recebe a missão de investigar
o desaparecimento de dois colegas também do FBI. Ao sair de Seatle, seu carro
sofre um acidente e ele vai parar na pequena Idaho, uma cidade misteriosa,
vigiada por câmeras, sem saída e com habitantes enigmáticos.
Em um primeiro momento, essa situação envolvendo
Burke remete à vivida por Mattew Fox em “Lost”, assim como o ambiente inicial remete
ao universo de “Twin Peaks”. Nada que comprometa a identidade própria mostrada
no desenrolar do episódio que surpreendeu ao desvendar questões que aparentemente
seriam guardadas para as cenas dos próximos capítulos. Talvez nesse óbvio
estejam ocultas respostas que Shyamalan só revelará no final, no melhor estilo “Sexto
Sentido”, filme de horror psicológico escrito e dirigido por ele para o cinema
em 1999. Sua assinatura também é reconhecida na direção de arte e fotografia com
iluminação soturna, nas passagens rápidas e sonoplastia nervosa.