sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

“Junto & Misturado”: O texto é bom, as situações têm tudo a ver com o cotidiano, mas falta um algo a mais que diferencie o programa da primeira temporada, em 2010


Há certos programas que no momento em que estamos assistindo já vem logo o texto inteiro à mente: seja para elogiar ou descartar de vez. Difícil é falar sobre aqueles em que os elogios são tão pontuais quanto os comentários que os tornam descartáveis. É o caso de “Junto & Misturado”, humorístico semanal que faz parte do pacote de fim de ano da Rede Globo que estreou no domingo (1), logo após o “Fantástico”.

O programa, da direção de núcleo de Maurício Farias, mantém o mesmo formato da primeira temporada, exibida em 2010, com amigos conversando sobre temas específicos, mas agora com reforço no elenco. Além de Bruno Mazzeo, autor e praticamente protagonista, estão Débora Lamm, Augusto Madeira, Fabíula Nascimento, Fernanda de Freitas, Gabriela Duarte, Kiko Mascarenhas, Letícia Isnard, Marcelo Médici, Luís Miranda e Rodrigo Pandolfo.

O texto é bom, as situações têm tudo a ver com o cotidiano, mas, falta uma interpretação, um tempo, um algo a mais que diferencie o programa da primeira temporada. E até mesmo que não fique tão próximo do que já foi visto na excelente “Cilada”, série exibida de 2005 a 2009 no canal Multishow.

Entre os elogios pontuais, destaque para Marcelo Médici, que leva para a TV a mesma proeza de fazer diferentes personagens de forma distinta, sem que um tenha qualquer vestígio do outro. Em alguns deles, o ator fica até irreconhecível. Fernanda de Freitas, que está mostrando que pegou o jeito e o tempo da comédia participando nas três temporadas de “Tapas & Beijos”. Fabíula Nascimento, que surpreende, embora em suas interpretações em novelas, como a Olenka de “Avenida Brasil” e atualmente a Matilde de “Jóia Rara”, ela já tenha manifestado sua tendência para um tipo de humor naturalmente casual e espontâneo. E Débora Lamm, que continua à vontade e numa sintonia perfeita quando contracena com Bruno Mazzeo.

Já a ideia de personagens terem os mesmos nomes de seus intérpretes não parece muito feliz. Afinal, é ficção ou é realidade? Também ficou sem qualquer sentido, de repente, um dos esquetes, sobre filhos, os ‘personagens’ terem carregado no sotaque gaúcho. Como gaúcha, eu me sentiria até honrada em ver o jeito de falar no meu estado ter tido destaque em um programa, desde que estivesse dentro do contexto.

O principal problema, no entanto, é que o programa não cumpriu a principal missão de um humorístico: fazer rir. Provocar comparações com situações engraçadas do cotidiano não chega a ser uma piada muito original. Vemos isso ser feito o tempo todo por anônimos nas redes sociais.

Também pode ter pesado aquela busca por um motivo para rir, e não ter encontrado, o fato de o programa ter estreado depois de quatro semanas em que o público gargalhou e matou as saudades da turma do Largo do Arouche na exibição de quatro episódios especiais do “Sai de Baixo”, produzidos para o Canal Viva, exibidos logo após o “Fantástico”. Vamos ver os próximos quatro episódios.

Mais humor em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/11/sai-de-baixo-episodios-exibidos-em.html