Há certos programas que no momento em que estamos assistindo já vem logo o texto inteiro à mente: seja para elogiar ou descartar de vez. Difícil é falar sobre aqueles em que os elogios são tão pontuais quanto os comentários que os tornam descartáveis. É o caso de “Junto & Misturado”, humorístico semanal que faz parte do pacote de fim de ano da Rede Globo que estreou no domingo (1), logo após o “Fantástico”.
O programa, da direção de núcleo de Maurício Farias,
mantém o mesmo formato da primeira temporada, exibida em 2010, com amigos
conversando sobre temas específicos, mas agora com reforço no elenco. Além de Bruno
Mazzeo, autor e praticamente protagonista, estão Débora Lamm, Augusto Madeira,
Fabíula Nascimento, Fernanda de Freitas, Gabriela Duarte, Kiko Mascarenhas,
Letícia Isnard, Marcelo Médici, Luís Miranda e Rodrigo Pandolfo.
O texto é bom, as situações têm tudo a ver com o
cotidiano, mas, falta uma interpretação, um tempo, um algo a mais que
diferencie o programa da primeira temporada. E até mesmo que não fique tão
próximo do que já foi visto na excelente “Cilada”, série exibida de 2005 a 2009
no canal Multishow.
Entre os elogios pontuais, destaque para Marcelo
Médici, que leva para a TV a mesma proeza de fazer diferentes personagens de
forma distinta, sem que um tenha qualquer vestígio do outro. Em alguns deles, o
ator fica até irreconhecível. Fernanda de Freitas, que está mostrando que pegou
o jeito e o tempo da comédia participando nas três temporadas de “Tapas &
Beijos”. Fabíula Nascimento, que surpreende, embora em suas interpretações em
novelas, como a Olenka de “Avenida Brasil” e atualmente a Matilde de “Jóia Rara”,
ela já tenha manifestado sua tendência para um tipo de humor naturalmente
casual e espontâneo. E Débora Lamm, que continua à vontade e numa sintonia
perfeita quando contracena com Bruno Mazzeo.
Já a ideia de personagens terem os mesmos nomes de
seus intérpretes não parece muito feliz. Afinal, é ficção ou é realidade?
Também ficou sem qualquer sentido, de repente, um dos esquetes, sobre filhos, os
‘personagens’ terem carregado no sotaque gaúcho. Como gaúcha, eu me sentiria
até honrada em ver o jeito de falar no meu estado ter tido destaque em um
programa, desde que estivesse dentro do contexto.
O principal problema, no entanto, é que o programa
não cumpriu a principal missão de um humorístico: fazer rir. Provocar
comparações com situações engraçadas do cotidiano não chega a ser uma piada
muito original. Vemos isso ser feito o tempo todo por anônimos nas redes
sociais.
Mais humor em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/11/sai-de-baixo-episodios-exibidos-em.html