segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

“Amor à Vida”: Por que Antonio Fagundes pode fazer cena de sexo com Vanessa Giácomo e Susana Vieira não pode com Kiko Pissolato na novela das nove?


A tórrida noite de amor vivida por Pilar, personagem de Susana Vieira, com Maciel, interpretado por Kiko Pissolato, em “Amor à Vida”, no capítulo dessa segunda-feira (16), na Rede Globo, provocou reações nas redes sociais que merecem ser analisadas. Enquanto fãs da atriz vibravam com a volta por cima de sua personagem após a separação do marido, César (Antonio Fagundes), outros faziam comentários maldosos apenas pelo fato de Susana ser uma veterana contracenando com um jovem.

A questão é: por que esse tipo de reação contrária não aconteceu quando o personagem de Antonio Fagundes, um ator também veterano trocou a esposa por uma mulher muito mais nova na novela de Walcyr Carrasco? Maciel é apenas um motorista? Sim. E a Aline era apenas a secretária. O que pesa não é a diferença social, mas sim a diferença de idade.

Em tempos em que discursos contra qualquer tipo de preconceito são cada vez mais enfáticos e multidirecionados, soa muito falso ser aceitável um homem mais velho se relacionar com uma mulher bem mais nova e o contrário ainda ser alvo de chacotas. E aí nada tem a ver o fato de Susana ter um companheiro mais novo na vida real, pois o mesmo já foi vivido por Fagundes.

E, mesmo que ambos os atores não tivessem vivido esse tipo de situação na vida real, por que para homens é mais aceitável se relacionar com companheiras mais jovens do que para as mulheres é ter parceiros com menos idade? São opiniões e posicionamentos que extrapolam a ficção, pois escancaram um machismo e um preconceito que continuam arraigados profunda ou superficialmente em homens e mulheres. De todas as idades. Infelizmente.


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domingo, 15 de dezembro de 2013

“Melhor do Brasil”: Rodrigo Faro se perde ao, por audiência, copiar o estilo de Gugu e explorar o drama do ator Gerson Brenner


Rodrigo Faro parece ter se perdido desde que o “Melhor do Brasil”, da Record, saiu dos sábados e passou a ser exibido aos domingos, num espaço antes ocupado pelo “Programa do Gugu”. Na briga por audiência, Rodrigo parece estar pouco a pouco perdendo seu próprio estilo e adotando uma postura de explorar a tragédia alheia, sempre com um sorriso no rosto, como se estivesse sendo o grande realizador de sonhos, como fazia Gugu Liberato.

Foi constrangedor nesse domingo (15), quando o programa focou em Gerson Brenner, ator que sofre de afasia, distúrbios na fala, após ter ficado em coma em consequência de tiros que levou ao sofrer um assalto, há 15 anos. Rodrigo Faro insistia em dizer que estava realizando sonhos. Como assim? Gerson não consegue nem falar. Como adivinharam os sonhos dele? Será que o sonho de quem não consegue falar é realmente ter uma camiseta autografada de um time de futebol?

O ator até ficou mal com a presença de pessoas visivelmente ensaiadas para aplaudirem a sua chegada à Record. Quem pode imaginar o que se passa no íntimo de uma pessoa na situação dele? Afirmar que estava emocionado é prematuro. Ele podia estar se sentindo extremamente mal por estar sendo exposto àquela situação sem ter mais a aparência que tinha no tempo de galã. Até porque, muitas das pessoas envolvidas na tal “homenagem”, nem o conheceram na época em que atuava.

“É importante estar vendo ele de volta à TV”, diz Rodrigo. Que volta? Apesar de ter sido louvável a ajuda dada no tratamento do ator no final através do auxílio conseguido de medicamentos e tratamento de fonoaudióloga, não precisava ter explorado tanto o drama do ator dessa forma. Tudo isso foi para fazer merchan da farmácia e do dentista

Gerson não merecia esse tipo de exposição.



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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

“The Voice”: Lulu Santos decepciona ao eliminar o melhor de seu time, dando espaço a especulações de favorecer candidato descoberto no “Mais Você”


Lulu Santos, até então considerado o mais coerente e competente do grupo de técnicos do “The Voice Brasil”, da Rede Globo, no qual estão ainda Claudia Leitte, Carlinhos Brown e Daniel, fez a pior escolha da noite dessa quinta-feira (12) ao deixar na disputa Luana Camarah, cantando o rock “Black in Black”, do AC DC, em prol de Dom Paulinho, que interpretou “BR-3”, um clássico que deu a vitória a Tony Tornado no V Festival Internacional da Canção, em 1970. Diante da plateia que gritava o nome de Dom Paulinho, o cantor tentou argumentar sua decisão dizendo que o candidato tinha errado a música. Ok, ele se atrapalhou em uma frase, mas manteve o fôlego e o ritmo.

Aliás, recentemente, o mesmo Lulu errou a letra de “Cachimbo da Paz” ao cantar ao lado de Gabriel o Pensador, no palco do mesmo “The Voice”, a música composta por ambos em 1990. Seria o caso de ele ser eliminado do time de técnicos?

Vale lembrar ainda que, na edição da competição musical ano passado, Carlinhos Brown escolheu Eloisa Olinto na fase da audição, apesar de a moça ter errado a letra de “Cabide”, de Ana Carolina, por ter entendido que ela havia superado com competência o deslize. Brown foi coerente e profissional.

A atitude de Lulu só reforça no público a ideia de que é um concurso de cartas marcadas, inclusive levando-se em conta que Pedro Lima, descoberto através de um concurso no “Mais Você”, já havia sido salvo pela votação popular via internet e SMS. É claro que a torcida de Ana Maria Braga, apresentadora do matinal da emissora, e seus seguidores contam nessa hora. Com a eliminação de Dom Paulinho, candidato mais forte, Pedro Lima fica mais confortável para o desafio com Luana Camarah na próxima semana.

O mais frustrante é desconfiar que o vencedor já esteja escolhido pela direção do programa. E que todo o resto não passe de um jogo de encenação.



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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

“Jóia Rara”: Thiago Lacerda e Ana Cecília brilham em cena comovente em capítulo que teve tratamento de reta final em uma novela que está no ar há apenas três meses


Nessa segunda-feira (9), “Jóia Rara”, novela das seis da Rede Globo, parecia ter tido tratamento de “últimos capítulos” da história. Foi uma sequência atrás da outra recheada de revelações, com texto impecável e total entrega dos atores nas interpretações. Logo nas primeiras cenas, foi comovente o reencontro de Tony (Thiago Lacerda) com Gaia (Ana Cecília), sua mulher que passou mais de dez anos em um campo de concentração e todos davam como morta. A angústia do operário ao contar a Gaia que está casado com outra, Hilda (Luiza Valdetaro), foi sentida de uma forma verdadeira, sem meios tons nem exageros.

Assim como Thiago Lacerda, Ana Cecília também foi intensa na ação, não apenas pela caracterização que mostrava os efeitos de todo o sofrimento físico e psicológico que a política ativista passou, como também pela entrega da atriz à dor da personagem. E ainda tem a questão do filho do casal, que nenhum dos dois sabe que paradeiro teve.

Nesses entremeios, o momento leve mais uma vez aconteceu na pensão, em que Conceição (Cláudia Missura) confundiu toda a história de Jesus Cristo ao explicar o sentido do Natal para os monges. E claro, quando o divertido Joel (Marcelo Médici) se dividiu em cenas divertidas ora com Aurora (Mariana Ximenes), ora com Lola (Letícia Spiller).

Envolvente, bem dirigida e plasticamente muito bem cuidada foi a cena em que Franz (Bruno Gagliasso), Amélia (Bianca Bin) e Pérola (Mel Maia) montam a árvore de Natal juntos. Mas impactante mesmo, e esperada, foi a sequência que encerrou o capítulo, em que Franz flagra Manfred (Carmo Dalla Vecchia) tentando agarrar Amélia à força, declarando seu amor por ela, e esbofeteia o traidor. É o tal “gancho” que faz a gente ter vontade de assistir o próximo capítulo, mas que falta muitas vezes no encerramento da maioria das novelas.

Diferentemente de outras novelas que deixam para resolver tudo na última semana, “Jóia Rara”, escrita por Duca Rachid e Thelma Guedes, tem mostrado fôlego para resolver situações pendentes sem muita demora e criar outras novas ainda mais instigantes. Há apenas três meses no ar, tomara que mantenha o mesmo ritmo até o fim.


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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

“Junto & Misturado”: O texto é bom, as situações têm tudo a ver com o cotidiano, mas falta um algo a mais que diferencie o programa da primeira temporada, em 2010


Há certos programas que no momento em que estamos assistindo já vem logo o texto inteiro à mente: seja para elogiar ou descartar de vez. Difícil é falar sobre aqueles em que os elogios são tão pontuais quanto os comentários que os tornam descartáveis. É o caso de “Junto & Misturado”, humorístico semanal que faz parte do pacote de fim de ano da Rede Globo que estreou no domingo (1), logo após o “Fantástico”.

O programa, da direção de núcleo de Maurício Farias, mantém o mesmo formato da primeira temporada, exibida em 2010, com amigos conversando sobre temas específicos, mas agora com reforço no elenco. Além de Bruno Mazzeo, autor e praticamente protagonista, estão Débora Lamm, Augusto Madeira, Fabíula Nascimento, Fernanda de Freitas, Gabriela Duarte, Kiko Mascarenhas, Letícia Isnard, Marcelo Médici, Luís Miranda e Rodrigo Pandolfo.

O texto é bom, as situações têm tudo a ver com o cotidiano, mas, falta uma interpretação, um tempo, um algo a mais que diferencie o programa da primeira temporada. E até mesmo que não fique tão próximo do que já foi visto na excelente “Cilada”, série exibida de 2005 a 2009 no canal Multishow.

Entre os elogios pontuais, destaque para Marcelo Médici, que leva para a TV a mesma proeza de fazer diferentes personagens de forma distinta, sem que um tenha qualquer vestígio do outro. Em alguns deles, o ator fica até irreconhecível. Fernanda de Freitas, que está mostrando que pegou o jeito e o tempo da comédia participando nas três temporadas de “Tapas & Beijos”. Fabíula Nascimento, que surpreende, embora em suas interpretações em novelas, como a Olenka de “Avenida Brasil” e atualmente a Matilde de “Jóia Rara”, ela já tenha manifestado sua tendência para um tipo de humor naturalmente casual e espontâneo. E Débora Lamm, que continua à vontade e numa sintonia perfeita quando contracena com Bruno Mazzeo.

Já a ideia de personagens terem os mesmos nomes de seus intérpretes não parece muito feliz. Afinal, é ficção ou é realidade? Também ficou sem qualquer sentido, de repente, um dos esquetes, sobre filhos, os ‘personagens’ terem carregado no sotaque gaúcho. Como gaúcha, eu me sentiria até honrada em ver o jeito de falar no meu estado ter tido destaque em um programa, desde que estivesse dentro do contexto.

O principal problema, no entanto, é que o programa não cumpriu a principal missão de um humorístico: fazer rir. Provocar comparações com situações engraçadas do cotidiano não chega a ser uma piada muito original. Vemos isso ser feito o tempo todo por anônimos nas redes sociais.

Também pode ter pesado aquela busca por um motivo para rir, e não ter encontrado, o fato de o programa ter estreado depois de quatro semanas em que o público gargalhou e matou as saudades da turma do Largo do Arouche na exibição de quatro episódios especiais do “Sai de Baixo”, produzidos para o Canal Viva, exibidos logo após o “Fantástico”. Vamos ver os próximos quatro episódios.

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sábado, 30 de novembro de 2013

“Estrelas”: Programas em homenagem a Angélica, ambos tendo o mesmo tom, tornam a tarde monotemática e egocêntrica


Angélica traz consigo a tal aura de estrela que o diretor Maurício Shermann falou em seu depoimento surpresa para ela no “Caldeirão do Huck”. É claro que sua postura pessoal e profissional a coloca num patamar acima de muitas outras profissionais de sua área. É aquela imagem construída de mulher realizada profissionalmente como apresentadora e atriz e como esposa e mãe. Mas, e aí sempre tem um “mas”, foi exageradamente exagerada a sua super exposição na comemoração pelo seu aniversário de 40 anos nesse sábado (30).

Foi quase constrangedor o “Estrelas” ter como personagem principal a própria apresentadora. Não era algo produzido para surpreendê-la. Era ela mesma comentando entrevistas dadas por ela própria. Ou seja, uma coisa extremamente egocêntrica.

Aí, no “Caldeirão do Huck”, atração exibida imediatamente depois, trouxe mais do mesmo: Angélica sendo entrevistada. E, para disfarçar, convidadas (sempre as mesmas) cantando com ela o “Vou de Táxi”. A apresentadora faz 40 anos e ainda só lembram-se do “Vou de Táxi”, gravado há 25 anos. Não tem algo mais marcante, não?

É. Não tem muito mais a se comentar.

Mais "Estrelas" em:
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