A sexta semana de “A Casa” poderia ter sido bem mais
empolgante, já que havia torcida na web para que o “marrudo” número 35, o Cowboy,
finalmente fosse o Dono e colocasse ordem no jogo. Só que, mesmo ele tendo sido
eleito, o que se viu nos episódios de terça-feira (1) e quinta-feira (3), foi a perda de naturalidade nos acontecimentos, que parecem estar seguindo
rigorosamente um roteiro pré-estabelecido. O que no começo era recebido como inusitado,
até pela quantidade maior de pessoas confinadas, está ficando previsível. E o
fantasma do “jogo de cartas marcadas” que assombra a maioria dos realities se
mostrou através do tratamento diferenciado dado ao último Dono por Marcos Mion.
Cheio de sorrisos e intimidade, foi inclusive o apresentador que insistiu no
apelido de Marrudo para Guilherme Fernandes, que é apresentado no programa como
estudante universitário. Na verdade, o mineiro de 40 anos é empresário, tocador
de berrante em rodeios, já fez participação em outros programas e namora a
cantora Adriana Farias, que apresenta o “Viola, Minha Viola” na TV Cultura (com ele na foto acima). Ou
seja, ele tem preparo para seguir o roteiro da direção e interpreta com
facilidade um personagem que faz parte da sua rotina real. Teve até trilha
sonora country quando ele venceu a eleição...
Como não houve qualquer exigência de que os
selecionados fossem cem por cento anônimos, essa questão não é o que mais pesa.
Afinal, Kelly também já era bem conhecida em sua cidade natal, Bauru, interior
de São Paulo, onde foi miss na juventude. O que comprometeu realmente o reinado
do Cowboy foi sua incoerência em algumas atitudes. Após fazer um discurso de
defender a Justiça para todos, ao ganhar o almoço japonês, dividiu a regalia
com Gui, que fez com Maurício a brincadeira infeliz de colocar laxante no chá
da galera, e premiou mais uma vez Papi Noel, que nem gosta desse tipo de
comida, já foi chamado para outros almoços e é o mais folgado da casa. Aliás,
quando foi decidido que haveria revezamento nas camas, em nenhum momento
apareceu se ele dormiu alguma noite no chão. “O Papi nem é idoso. Nem Papi Noel
ele é, não tem nada de bondoso. Tem mulheres com mais idade do que ele que não
são tratadas como ele”, reclamou, com razão, uma participante.
E será que Cowboy considera justo fazer jogo sujo
para manter a liderança em seu grupo? Articulando com seus amigos para lançar
um sucessor, ele propôs atrair Charles apenas para puxar mais votos e depois
tirar o outro fora do grupo. Aliás, na eliminação de quinta-feira (3), Marcelo,
que votou nele para ser o novo Dono da Casa, estava na lista. Ou seja, o marrudo
já mostrou que está ali para ganhar e que só é justiceiro quando a justiça é
favorável à estratégia de jogo dele. Estranho mesmo foi Giovani, em um
depoimento para a câmera, dizer que traz um problema de confiança “desde lá de
fora com ele”, referindo-se ao Cowboy. Será que os dois também já se conheciam
antes de entrar no programa?
No mais, a semana teve a chance de quatro participantes tentarem a sorte de ganhar um carro zero quilômetro, mesmo tendo que deixar definitivamente o programa ao saírem da casa. Beatriz levou o veículo e junto com ela, mas de mãos abanando, foram embora Rômulo e as encrenqueiras Kelly e Amaralina. O bagunceiro Maurício foi outro que teve que sair, por causa de uma conjuntivite. Somando os cinco expulsos, a baixa foi de dez participantes, restando agora 43 na casa. E o saldo total em dinheiro ficou em pouco mais de R$383 mil, descontada as despesas e a perda de R$35 mil por não terem conseguido cumprir o desafio da semana. E o jogo ainda está exatamente na metade do seu tempo de duração.
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