segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Melhores do Ano: Algumas considerações sobre o Troféu do “Domingão do Faustão”


Prêmio entregue pelo “Domingão do Faustão” chega a sua vigésima edição com produção caprichada, mas alguns deslizes que vão desde a falta de critérios na forma comprometedora como os concorrentes são indicados e eleitos até a condução da cerimônia permeada por equívocos da parte do apresentador Fausto Silva. A seguir, algumas considerações sobre o programa que foi ao ar nesse domingo (13), na Rede Globo.

- O prêmio deveria se chamar Melhores do Ano na Rede Globo já que concorrem apenas artistas da casa, ou ligados a ela de alguma forma, como no caso dos cantores. E, mesmo a votação sendo feita pelo público, a indicação é feita apenas por funcionários da emissora e de suas afiliadas. O comprometimento começa por aí.

- Fausto Silva anunciou o prêmio dizendo que o público “votou o ano todo”. Como pode ter sido o ano todo se Taís Araújo e Lázaro Ramos estavam concorrendo como melhor atriz e ator, respectivamente, na categoria série, minisséries e seriados, por seus trabalhos em “Mister Brau”, programa está no ar há menos de três meses?

- Desnecessária a explicação do apresentador de que Willian Bonner não estava entre os indicados no Jornalismo porque ele é “detentor do Troféu Mário Lago”. O que uma coisa tem a ver com a outra? Ficou deselegante e parecendo até que Renata Vasconcellos, que levou o prêmio, estava ali apenas ocupando a vaga do seu colega de bancada no “Jornal Nacional”.

- Não deu para entender Irene Ravache, que vem brilhando desde a primeira fase de “Além do Tempo”, não estar entre as indicadas como melhor atriz coadjuvante ao lado de Cássia Kis e Grazi Massafera. Tanto Irene quanto Nívea Maria mereciam muito mais estar no lugar de Bruna Linzmeyer, que é uma boa atriz, mas não tem em “A Regra do Jogo” o mesmo desempenho irretocável que as outras duas veteranas mostram em cena na novela das seis.

- Um dos momentos saia-justa foi quando Fausto Silva perguntou a Gabriel Leoni, indicado como Revelação, se ele tinha decidido realmente seguir a carreira de ator após seu trabalho em “Verdades Secretas”, e o jovem respondeu que atua há mais de seis anos, já fez muito teatro e cinema e que estreou na TV em “Malhação”. Ou seja, os critérios para essa categoria deveriam ser revistos. Ou o apresentador estar mais informado sobre os jovens concorrentes serem realmente estreantes.

- E entre algumas gafes cometidas por Fausto Silva, como trocar o ano de 2015 por 1900 ou 2005; está reclamar da repórter que estava nos bastidores ter antecipado os nomes das finalistas que seriam chamadas no prêmio seguinte, de melhor atriz de séries, e, mesmo assim, na volta dos comerciais ele chamar o prêmio de melhor atriz coadjuvante. Aí, na hora de fazer a correção no ar, jogou a culpa no assistente de palco. Outra resvalada que passou quase despercebida foi o apresentador ter dito que Vladimir Brichta e Lázaro Ramos eram “irmãos de sangue”. Não seria irmãos de coração, de alma, sei lá.

- Mas o momento mais forçação de barra foi quando Faustão exaltou repetidas vezes o trabalho social realizado por Giovanna Antonelli quando ela recebeu o prêmio de Melhor Atriz de Novela por sua interpretação como Atena em “A Regra do Jogo”, vencendo a disputa com Alinne Moraes, que vem se destacando em “Além do Tempo”, e Drica Moraes, que brilhou com seu trabalho irretocável em “Verdades Secretas” e que, sem dúvida alguma, merecia ter sido a grande vencedora. Afinal, o prêmio é pelo trabalho de interpretação em novelas na televisão e não pelas campanhas sociais realizadas fora do ar. Nesse caso, não seria bom criarem a categoria Função Social?

- Agora, justiça seja feita, a cerimônia ganhou status de grande prêmio ao ser realizado em um teatro, com produção, cenografia e direção de arte caprichadas. Sem falar nos figurinos e coreografias dos bailarinos nas apresentações dos cantores concorrentes na categoria Música que se apresentaram no palco. Mas senti falta de imagens dos atores vencedores em cena nos trabalhos que lhes renderam a indicação. Também ficou totalmente deslocado o merchandising de um produto de limpeza no meio da cerimônia de premiação. Esse tipo de agrado ao anunciante tira o glamour de qualquer especial.





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