Prêmio entregue pelo “Domingão do Faustão” chega a
sua vigésima edição com produção caprichada, mas alguns deslizes que vão desde
a falta de critérios na forma comprometedora como os concorrentes são indicados
e eleitos até a condução da cerimônia permeada por equívocos da parte do
apresentador Fausto Silva. A seguir, algumas considerações sobre o programa que
foi ao ar nesse domingo (13), na Rede Globo.
- O prêmio deveria se chamar Melhores do Ano na Rede
Globo já que concorrem apenas artistas da casa, ou ligados a ela de alguma
forma, como no caso dos cantores. E, mesmo a votação sendo feita pelo público,
a indicação é feita apenas por funcionários da emissora e de suas afiliadas. O
comprometimento começa por aí.
- Fausto Silva anunciou o prêmio dizendo que o
público “votou o ano todo”. Como pode ter sido o ano todo se Taís Araújo e
Lázaro Ramos estavam concorrendo como melhor atriz e ator, respectivamente, na
categoria série, minisséries e seriados, por seus trabalhos em “Mister Brau”, programa
está no ar há menos de três meses?
- Desnecessária a explicação do apresentador de que
Willian Bonner não estava entre os indicados no Jornalismo porque ele é “detentor
do Troféu Mário Lago”. O que uma coisa tem a ver com a outra? Ficou deselegante
e parecendo até que Renata Vasconcellos, que levou o prêmio, estava ali apenas
ocupando a vaga do seu colega de bancada no “Jornal Nacional”.
- Não deu para entender Irene Ravache, que vem
brilhando desde a primeira fase de “Além do Tempo”, não estar entre as indicadas
como melhor atriz coadjuvante ao lado de Cássia Kis e Grazi Massafera. Tanto
Irene quanto Nívea Maria mereciam muito mais estar no lugar de Bruna Linzmeyer,
que é uma boa atriz, mas não tem em “A Regra do Jogo” o mesmo desempenho
irretocável que as outras duas veteranas mostram em cena na novela das seis.
- Um dos momentos saia-justa foi quando Fausto Silva
perguntou a Gabriel Leoni, indicado como Revelação, se ele tinha decidido realmente
seguir a carreira de ator após seu trabalho em “Verdades Secretas”, e o jovem
respondeu que atua há mais de seis anos, já fez muito teatro e cinema e que
estreou na TV em “Malhação”. Ou seja, os critérios para essa categoria deveriam
ser revistos. Ou o apresentador estar mais informado sobre os jovens concorrentes
serem realmente estreantes.
- E entre algumas gafes cometidas por Fausto Silva,
como trocar o ano de 2015 por 1900 ou 2005; está reclamar da repórter que
estava nos bastidores ter antecipado os nomes das finalistas que seriam
chamadas no prêmio seguinte, de melhor atriz de séries, e, mesmo assim, na
volta dos comerciais ele chamar o prêmio de melhor atriz coadjuvante. Aí, na
hora de fazer a correção no ar, jogou a culpa no assistente de palco. Outra
resvalada que passou quase despercebida foi o apresentador ter dito que
Vladimir Brichta e Lázaro Ramos eram “irmãos de sangue”. Não seria irmãos de
coração, de alma, sei lá.
- Mas o momento mais forçação de barra foi quando Faustão
exaltou repetidas vezes o trabalho social realizado por Giovanna Antonelli
quando ela recebeu o prêmio de Melhor Atriz de Novela por sua interpretação
como Atena em “A Regra do Jogo”, vencendo a disputa com Alinne Moraes, que vem
se destacando em “Além do Tempo”, e Drica Moraes, que brilhou com seu trabalho
irretocável em “Verdades Secretas” e que, sem dúvida alguma, merecia ter sido a
grande vencedora. Afinal, o prêmio é pelo trabalho de interpretação em novelas na
televisão e não pelas campanhas sociais realizadas fora do ar. Nesse caso, não
seria bom criarem a categoria Função Social?
Mais Melhores do Ano do "Domingão do Faustão" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2015/12/domingao-do-faustao-desabafos-de.html