Um pedido de casamento feito no meio da cozinha nesse
sábado (5) foi a cena mais bizarra já exibida no “Cozinha Sob Pressão”, do SBT,
que agora adotou no título o “Hell’s Kitchen”, do seu original inglês do qual o
formato foi comprado da Fremantle Media. A comparação fica só no nome. A
começar pelo chef Carlos Bertolazzi, que continua forçando a barra para ser a
estrela maior, mas ainda está em banho-maria. Vai ter que ferver muito mais até
entender que não bastam gritos, e sim postura para atingir o ponto de
convencimento e credibilidade do temido chef inglês Gordon Ramsay.
Bertolazzi tem um comportamento dúbio: ora tenta ser
engraçado, complacente, para parecer bonzinho. Aí, de repente, grita feito
louco para parecer exigente. Não convence em nenhum momento. Mas seu maior “destempero”,
literalmente, foi ter dito a triste frase: “Eu convenço que estou um pouco
nervoso com a reza que ela vai fazer para mim”, após ter eliminado a baiana
Valdiceia, nesse sábado. Não vem ao caso se ela mereceu sair do programa ou não,
mas ficou muito feia a insinuação contida nesse tipo de comentário sobre o tipo
de religião da concorrente e, pior ainda, feito pelas costas dela enquanto os
demais gargalhavam, em uma reação igualmente reprovável e com plena aprovação
do “chef”. Foi feio e deselegante.
O que também tem desvirtuado o foco primordial que
deveria ter um reality show de culinária é o fato de essa terceira temporada estar
investindo forte numa espécie de “namoro na TV” a partir de um casal de noivos
participantes, ele no time masculino Azul e ela no time feminino Vermelho. Desde
a estreia, no dia 31 de outubro, parte dos episódios é sempre destinada a
mostrar as ceninhas de ciúmes dela quando o time dele ganha, as DRs (Discussão
da Relação) nos bastidores e, nesse último chegou ao cúmulo de mostrar ele, de
joelhos, pedindo ela em casamento no meio de uma prova, com direito a
Bertolazzi, ao fundo, assistindo o “comovente” momento. Parecia até um desses
quadros pateticamente planejados do programa da Eliana ou do Gugu Liberato.
Curioso que a novidade anunciada de agora ter dois subchefes,
Zi Saldanha, de Porto Alegre, e Gilda Maria Bley, de Curitiba, até agora não fez a menor diferença. Ele ajuda os
time azul e ela, o vermelho. Mas estão totalmente apagados e perdidos sem ter uma função definida que realmente justifique suas
presenças na cozinha dos participantes. E, além do excesso de merchandising dos
patrocinadores, é nítido que a seleção não foi muito criteriosa. Todos os concorrentes
exaltam experiência em cozinhas internacionais, como ter trabalhado em cozinhas na Irlanda, na Inglaterra,
mas na prática são totalmente amadores. Só se trabalharam lavando pratos.
Mais "Cozinha Sob Pressâo" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2015/06/cozinha-sob-pressao-edicao-ainda-nao.html