domingo, 6 de dezembro de 2015

“Hell’s Kitchen – Cozinha Sob Pressão”: Carlos Bertolazzi erra a mão em comentário preconceituoso sobre baiana eliminada em nova temporada recheada de falhas no SBT


Um pedido de casamento feito no meio da cozinha nesse sábado (5) foi a cena mais bizarra já exibida no “Cozinha Sob Pressão”, do SBT, que agora adotou no título o “Hell’s Kitchen”, do seu original inglês do qual o formato foi comprado da Fremantle Media. A comparação fica só no nome. A começar pelo chef Carlos Bertolazzi, que continua forçando a barra para ser a estrela maior, mas ainda está em banho-maria. Vai ter que ferver muito mais até entender que não bastam gritos, e sim postura para atingir o ponto de convencimento e credibilidade do temido chef inglês Gordon Ramsay.

Bertolazzi tem um comportamento dúbio: ora tenta ser engraçado, complacente, para parecer bonzinho. Aí, de repente, grita feito louco para parecer exigente. Não convence em nenhum momento. Mas seu maior “destempero”, literalmente, foi ter dito a triste frase: “Eu convenço que estou um pouco nervoso com a reza que ela vai fazer para mim”, após ter eliminado a baiana Valdiceia, nesse sábado. Não vem ao caso se ela mereceu sair do programa ou não, mas ficou muito feia a insinuação contida nesse tipo de comentário sobre o tipo de religião da concorrente e, pior ainda, feito pelas costas dela enquanto os demais gargalhavam, em uma reação igualmente reprovável e com plena aprovação do “chef”. Foi feio e deselegante.

O que também tem desvirtuado o foco primordial que deveria ter um reality show de culinária é o fato de essa terceira temporada estar investindo forte numa espécie de “namoro na TV” a partir de um casal de noivos participantes, ele no time masculino Azul e ela no time feminino Vermelho. Desde a estreia, no dia 31 de outubro, parte dos episódios é sempre destinada a mostrar as ceninhas de ciúmes dela quando o time dele ganha, as DRs (Discussão da Relação) nos bastidores e, nesse último chegou ao cúmulo de mostrar ele, de joelhos, pedindo ela em casamento no meio de uma prova, com direito a Bertolazzi, ao fundo, assistindo o “comovente” momento. Parecia até um desses quadros pateticamente planejados do programa da Eliana ou do Gugu Liberato.

Curioso que a novidade anunciada de agora ter dois subchefes, Zi Saldanha, de Porto Alegre, e Gilda Maria Bley, de Curitiba, até agora não fez a menor diferença. Ele ajuda os time azul e ela, o vermelho. Mas estão totalmente apagados e perdidos sem ter uma função definida que realmente justifique suas presenças na cozinha dos participantes. E, além do excesso de merchandising dos patrocinadores, é nítido que a seleção não foi muito criteriosa. Todos os concorrentes exaltam experiência em cozinhas internacionais, como ter trabalhado em cozinhas na Irlanda, na Inglaterra, mas na prática são totalmente amadores. Só se trabalharam lavando pratos.

E o que dizer dos artistas da emissora que são convidados como clientes especiais para experimentarem os pratos? São tratados como figurantes de luxo. A maioria entra muda e sai calada. Até Moacyr Franco, com todo o respeito que merece por sua trajetória na televisão, foi ignorado na noite em que esteve no programa. Seu nome não foi nem citado enquanto o foco ficou sobre Raul Gil e Lívia Andrade. Quem é Lívia Andrade perto ou longe de Moacyr Franco? Está na hora de rever a receita desse programa. E também a postura do seu chefe de cozinha.


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