Assistindo ao “Zorra’, ex-” Zorra Total”, exibido
nas noites de sábado da Rede Globo, fico pensando: o que levou a nova direção
da atração ou da emissora a acreditar que pelo simples fato de tirar o Total do
título justificaria transformá-lo em outro programa sem assumir que realmente
trata-se de outro programa? Sim, porque se trata de outro produto. Não adianta
dizer que é a mesma “Zorra” repaginada. É como se repaginassem “A Praça É
Nossa”, do SBT, colocassem alguém no lugar do Carlos Alberto de Nóbrega sentado
em uma cadeira qualquer em uma praça de alimentação de um shopping e mudassem o
nome do programa para “A Praça”. Não deixaria de ser uma praça, mas seria outra
atração, voltada para outro público, certo?
O programa que ainda trazia o cunho de prestar um
serviço a artistas da antiga como fazia a “Escolinha do Professor Raimundo”,
comandado por Chico Anysio, que, por ter feito parte da turma que construiu a
televisão brasileira não desamparava quem ajudou a construir essa indústria, perdeu
totalmente sua identidade. Não importa se agradava a gregos ou a troianos. A
alguém agradava, ou não estaria há 15 anos no ar.
Aí, mudam tudo, tiram de cena atores da antiga que
tinham ali um refúgio para suas velhices totalmente desamparadas e transformam
o único programa popular que restava na emissora num arremedo de “seriado de
comédia” metido a humorístico com tiradas hiper-inteligentes e mega-antenadas, feito
somente para gente de uma determinada patota sacar o tom da sutileza da ironia.
Mais "Zorra Total" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2014/09/zorra-total-mais-enxuto-programa.html