Em sua vigésima terceira temporada, “Malhação” galga
mais um degrau no amadurecimento que vem mostrando pouco a pouco nesses 20 anos
no ar. Não por menos o autor atual é Emanuel Jacobina, que também escreveu as
histórias que foram ao ar entre 1995 e 2001 e entre 2010 e 2011. Os alunos
cresceram, e Jacobina mostra que acompanhou esse crescimento com um olhar
atento e uma sensibilidade aguçada. “Malhação – Seu Lugar No Mundo”, que
estreou há uma semana, na segunda-feira (17), está longe de ser mais uma
história focada no umbigo de jovens novatos protagonistas sedentos por atingirem
o estrelato dentro e fora da ficção.
Quando assisti ao primeiro capítulo
pensei: “Pronto, lá vem mais uma banda e mais uma temporada de cantoria como já
teve em outras anteriores”. Mas não foi o que aconteceu. Em dois toques o
desenrolar mostrou que vinha pela frente uma história que trata os jovens como
gente grande. Como todo adolescente, desde sempre, quer ser tratado. Agora,
graças à destreza com que lidam com as novas tecnologias, eles puderam se colocar de forma mais autônoma no mundo e
ter seu lugar aos poucos ser reconhecido sem a mesma resistência que havia na
era pré-internet.
Mas, é claro, há outros dilemas a serem vivenciados.
Alguns novos, outros, nem tanto. Como é o fato de se estar mostrando as
diferenças entre o universo da escola pública e o da escola particular. A
discussão é nova na novela, mas muito antiga na vida real. Assim como a questão
do bullying, violência física ou psicológica que acontece desde os primórdios
dos tempos escolares, mas que só ganhou atenção e destaque real depois que foi
descrita através de uma expressão inglesa. O que vale é a forma como esses temas
estão sendo tratados. E, sem dúvida, com um cuidado e um pano de fundo que
ajuda a atrair a atenção e a valorizar os assuntos.
Dentre os veteranos que estão no elenco, destaque
para Vanessa Gerbelli, que vem emocionando como Vanessa, mãe de três filhos que
passa pela dor de perder o mais velho em um acidente de carro. Solange Couto
ainda faz lembrar muito a sua Dona Jura de “O Clone”, mas sua personagem, Dona
Vanda, promete ainda provocar muita rejeição do público pelo fato de maltratar
o filho mais velho para privilegiar o mais novo, que vive aprontando e tem
vergonha da própria mãe por serem de uma família pobre. Já os atores novatos
chegaram bem afiados na interpretação. Mas nenhum que mereça ser apontado como uma grande
revelação. Pelo menos por enquanto.
Mais "Malhação" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/07/malhacao-elenco-jovem-se-mostra.html