Se alguém suspendeu os jardins da Babilônia, com
certeza não foram os autores da novela das nove da Rede Globo que chegou ao fim
nessa sexta-feira (28). O último capítulo foi tão constrangedor que nem merece
uma crítica. Mas reação nas redes sociais serve como alerta para autores em
geral saberem que o público não se deixa mais enganar facilmente com situações
que não correspondem à realidade. Por mais liberdade poética que exista, é
triste, é quase cruel para quem se dedica a tecer análises sobre obras da
teledramaturgia deparar-se diante de um desfecho que foi a pá de cal para uma
novela que nunca foi o que nem ela própria se propunha a ser.
Aí se apegaram
nesse papo de que a história se perdeu porque houve uma rejeição a um beijo gay
entre senhoras da terceira idade e que tiveram que mudar os rumos da história. Ah,
por favor... Essa desculpa está tão esfarrapada e a prova de que não condiz com
a realidade está no fato de que o público aceitou, sim, a relação entre Ivan e
Sérgio. E olha que nessa relação não existia apenas o fato da homossexualidade,
mas também a questão racial, já que Ivan é negro e veio da favela.
Chega de
dizer que o telespectador é que é racista, preconceituoso ou outro “adjetivo”
mais que sirva de argumento para justificar o fracasso de uma novela que não
agradou desde a primeira semana no ar. Não agrada uma trama que não conte uma
história com os elementos que realmente tragam uma mensagem que toque no emocional
do telespectador, mas que não seja um emocional babaca. Tem que traduzir a
realidade, mas sem ser um telejornal. Tem que ter dramaturgia, mas sem ser um “Linha
Direta”.
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