Os relacionamentos interpessoais entre concorrentes
têm sido uma das características marcantes dessa segunda temporada do “MasterChef
Profissionais”, da Band. A emoção que atingiu a todos na eliminação de Ravi
nessa terça-feira (31) foi mais uma manifestação de que os cozinheiros estão
criando laços de amizade entre eles e cativando os três jurados. Foi visível a
tristeza de Érick Jacquin ao anunciar com a voz embargada que o gaúcho irrequieto
deixaria a competição. Paola Carosella não segurou as lágrimas ao revelar que
torcia para vê-lo na final. E até Henrique Fogaça, que posa de ogro e mal
humorado, durante todo o programa mostrou-se preocupado ao ver que o
participante não estava em um de seus melhores dias e tentou reanima-lo
enquanto ele cozinhava. Mas não adiantou. Na Prova de Eliminação, cujo desafio
era fazer um dos três exemplos de ensopados de peixe sugeridos, Ravi errou a
mão e fez um caldo gorduroso e amargo. “Você está com uma nuvem meio nebulosa
em volta de você. Refletiu no seu prato”, lamentou Fogaça.
Francisco, que na semana passada foi para a berlinda
ao lado do eliminado Clécio, com quem tinha um laço fraterno e que o chamava de
Paizão, também não estava em um bom dia e acabou ficando de novo entre os dois
piores ao lado de Ravi. Só que dessa vez houve uma controvérsia sobre o
veterano não ter sido o eliminado. Isso porque seu prato não era um ensopado, já
que no lugar do caldo havia um molho engrossado com inhame, e o vinagrete que
ele serviu à parte estava tão picante que fez Fogaça se engasgar. O jurado teve
até que sair de cena, passando mal. “Você matou o Fogaça, pô?”, afirmou Jacquin
para Francisco. Mas, como a decisão soberana é do programa, não adianta o
público chorar sobre o leite derramado.
De qualquer forma, o coleguismo entre os cozinheiros
se mantém inabalado. Outra prova desse clima de solidariedade reinante
aconteceu na primeira prova da noite, a última Caixa Misteriosa dessa
temporada, que trouxe utensílios e produtos usados na gastronomia molecular. O
único que tinha um pouco mais de conhecimentos sobre a técnica desse tipo de
culinária era Pablo, que não se recusou a auxiliar os seus próprios
concorrentes com dicas e até emprestando ingredientes. Mereceu ter sido
vitorioso na prova e subido ao mezanino com Irina, segunda colocada. Assim como
não foi surpresa a escolha do ensopado de Lubyanka como o melhor na Prova de
Eliminação, embora Monique estivesse certa de que o dela seria o escolhido, por
ter sido o mais elogiado. Mas Monique é a que mais consegue colocar a razão
acima do coração na disputa. Enquanto Luby é aquela que vibra quando vê os
jurados exaltando as receitas dos seus concorrentes e nem se importa que os colegas
não torçam por ela. Até porque ela é a que mais recebe a ajuda do mezanino o
tempo todo sempre que participa das provas de eliminação.
Outro exemplo de solidariedade nessa temporada foi quando Angélica, na Repescagem, cedeu parte de seu filé mignon para William, que não pegou no mercado justamente a proteína obrigatória da prova. E ela não se arrependeu nem mesmo quando ele conseguiu passar para a próxima etapa enquanto ela foi eliminada e perdeu a chance de voltar para a competição. Foi tocante ver ainda o quanto todos procuraram apoiar Mirna, embora em alguns momentos a carência demonstrada pela pernambucana parecia fazer parte de um desejo de vitimização. Independentemente de quem irá para a final, o que está fazendo a diferença nessa temporada é o fato de gentilezas estarem gerando gentilezas dentro de uma competição entre profissionais de perfis tão distintos.
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