Depois de um passeio pelos anos 70, embalado pelo
som e visual da época mostrada em “Boogie Oogie”, “Sete Vidas”, que estreou na
segunda-feira (9), já mostrou em sua primeira semana que os tempos são outros e
que chegou a vez de o horário das seis ganhar uma história com jeito de gente
grande na Rede Globo. De autoria de Lícia Manzo e Daniel Adjafre, a novela vem
mostrando a cada capítulo um texto maduro, diálogos bem elaborados sem cair no
trivial das conhecidas frases de efeito e tramas bem costuradas, encerrando
cada bloco de forma inteligente, deixando o famoso “gancho”, que deixa no
telespectador o desejo de saber o que virá depois. O toque retrô ficou apenas
nos detalhes das imagens do clipe de abertura ao som de “What A Wonderful World”,
de Louis Armstrong, cantada por Tiago Iorc.
Conta a favor o elenco enxuto e muito bem escalado,
com Débora Bloch e Domingos Montagner numa sintonia que fez o público ficar
torcendo pelo casal Lígia e Miguel logo nas primeiras cenas. Espera-se, no
entanto, que com o afastamento dos dois, devido a uma falsa morte do biólogo,
eles não acabem caindo naquela batida mesmice de amores mal resolvidos que se
arrastam até o último capítulo.
Destaque também para Malu Galli interpretando Irene,
uma mulher forte, segura e preocupada com a irmã, Lígia, e para Cláudia Mello, que,
no papel da sofrida Guida, já deixou no ar a deixa de que conhece o grande
segredo de Marta (Gisele Fróes). Certamente tem a ver com a real paternidade de
Júlia (Isabelle Drummond) que em algum momento será revelado para permitir que
a jovem possa viver um romance com Pedro (Jayme Matarazzo), de quem ela pensa ser
meia irmã.