O último capítulo de “Império”, novela das nove da
Rede Globo, exibido na sexta-feira (13) e reprisado no sábado, deixou no ar a
sensação de se estar assistindo à estreia de uma história terminando, mas que foi
concluída como se estivesse começando. O recurso utilizado pelo autor Aguinaldo
Silva de encerrar com uma aparição no melhor estilo ghost na cena final pode
até ter virado motivo de meme na internet, mas não foi uma inovação. O mesmo já
foi muito utilizado no cinema para o público ficar em dúvida sobre o verdadeiro
final do filme. Assim como matar o protagonista maior, Zé Alfredo, numa
interpretação irretocável e excelente de Alexandre Nero, também não foi um
marco. Afinal, Aguinaldo foi mais um a repetir o gesto ousado e inédito de
Janete Clair, há exatamente 40 anos, quando matou Carlão, personagem de
Francisco Cuoco, na versão original de “Pecado Capital” (1975).
Muito mais do que mostrar desfechos de tramas
paralelas, evidenciou características humanamente compreensíveis de cada
personagem, inerente de serem qualidades ou defeitos. O autor soube fazer isso
de uma forma sutil, mas através de atitudes e reações viscerais. E valeu mesmo o
turbilhão de ações que pontuaram o capítulo final, dando o devido destaque aos
personagens principais e a oportunidade de seus intérpretes darem um verdadeiro
show em cena, como foi o caso de Othon Bastos, Caio Blat, Leandra Leal, Carmo
Dalla Vechia, Tato Gabus e Zezé Polessa. Sem falar na oportunidade dada às atrizes
Dani Barros, a Lorraine, e Viviane Araújo, a Naná, de mostrarem que souberam
agarrar com garra a oportunidade que lhes foi dada. Já falar de Lilia Cabral
seria chover no molhado. A atriz já tem garantida sua posição na galeria de
grandes damas de novelas.
No mais, discorrer
sobre os 203 capítulos seria tão cansativo como são aqueles períodos de “barriga”
das novelas. Rei morto, rei posto, vamos agora rumo à “Babilônia”.Mais "Império" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2014/11/imperio-paulo-vilhena-mostra-maturidade.html