segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

“Império”: Marjorie Estiano entra em cena e abala as estruturas e desafia as candidatas a donas da história do Comendador


Marjorie Estiano sacramentou de vez o direito a fazer parte do rol de atrizes mais competentes de sua geração ao retornar a “Império”, com a missão quase improvável de reassumir um papel que foi dela na primeira fase da novela das nove da Rede Globo. Dando uma força ainda maior ao texto contundente do autor Aguinaldo Silva e com uma interpretação irretocável, a atriz voltou a dar vida a Cora, personagem que na fase adulta coube a Drica Moraes, que também a defendeu brilhantemente, mas teve que se afastar para tratar de uma labirintite.

Com um jeitinho meigo, quase tímido fora do ar, Marjorie desde sempre mostrou a que veio ao entrar em cena. Como cantora, está lançando agora seu primeiro disco autoral, mas foi participando de “Popstar”, no SBT, em 2002, que ela já mostrou que tinha garra. Não ganhou o reality musical, mas foi aprovada nas primeiras fases da seleção. E, dois anos depois, destacou-se em seu primeiro papel relevante como atriz vivendo a cantora Natasha em “Malhação”, na Rede Globo.

Em trabalhos mais recentes, Marjorie mostrou que também sabe roubar a cena com classe, como quando, em “A Vida da Gente”, em 2011, fez o público torcer para que sua personagem, Manuela, tivesse um final feliz com Rodrigo (Rafael Cardoso), que, inicialmente, era o herói da vida de Ana, a mocinha sofredora vivida por Fernanda Vasconcelos. Não foi à toa que, em 2013, ela dividiu com Camila Pitanga o posto de heroína em “Lado A Lado”, e se sobressaiu mais uma vez na trama que ganhou o Prêmio Emmy Internacional de melhor novela do ano.

O que se prevê é que Leandra Leal, até agora dominando no papel da jovem protagonista da história como Cristina, a sobrinha de Cora, vai ter uma concorrência de peso ao contracenar com a nova “tia” que entrou em cena.



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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

“Conselho Tutelar”: Nova série retrata com qualidade e veracidade realidade do drama de menores vítimas de todo tipo de violência


Com uma edição ágil de cenas apresentando situações distintas, mas muito bem costuradas e levando a um viés comum, estreou nessa segunda-feira (1), “Conselho Tutelar”, na Rede Record. Por mais que se saiba que a série é uma ficção, o que mais se sente ali é a identificação com situações da vida real que assistimos todos os dias nos noticiários. E essa transcrição tem sido feita de forma fiel, sem perder o tom teledramatúrgico, nesse projeto criado por Marcos Borges e Carlos de Andrade, e com direção geral de Rudi Lagemann.

O programa também ganha por ter como protagonista Roberto Bomtempo, um ator que nunca levou a pecha de galã, mas sabe segurar com segurança tanto o papel de bandido como o de herói. Como está provando agora no papel de Sereno, tendo a seu lado o ator Paulo Vilella, interpretando seu assistente, César. Dois idealistas no desejo de salvar crianças vítimas de maus tratos, seja no submundo do crack, seja nos lares da classe média.

A fotografia é discreta, a direção de arte sóbria, e a condução geral têm mantido no trilho o resultado final esperado para uma série que busca explorar esse universo. Mas o mais interessante mesmo é ver retratado o quadro desse sistema, em que conselheiros que querem realmente salvar crianças encontram dificuldades e falta de apoio dos órgãos que os regem.

A série, que retrata com qualidade e veracidade a realidade do drama de menores vítimas de todo tipo de violência, será contada em cinco episódios, até sexta-feira (5).


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

“Chaves”: Roberto Bolaños deixa a herança de sua obra nas reprises de seus programas que Silvio Santos mantêm no SBT


“Foi sem querer, querendo”. Bordão que atravessa gerações sem nunca perder seu sentido e com seu autor sempre sendo reconhecido por crianças, adolescentes e adultos: o atrapalhado Chaves, protagonista da comédia macarrônica mexicana que leva seu nome e há anos vem sendo exibida pelo SBT, com certeza não vai deixar de existir, apesar da passagem de Roberto Bolanõs. A morte do comediante foi por diversas vezes anunciada durante anos. Hoje, foi confirmada. Aos 85 anos.

Mas o intérprete de Chesperito, Chaves e Chapolim leva consigo também a bagagem da experiência como escritor e produtor de cinema, televisão e teatro.

Bolaños, ou Chaves, deixa como legado a necessidade de se criar programas de humor com conteúdo crítico, que seja popular, mas com uma linguagem acessível e educativa. “Chaves” não é brega. Nem chique. Mas seu sucesso tem a ver com o roteiro, o texto. O que conquista o público são os diálogos e as situações. Parecem bobos. E como são verdadeiros!

Fica a herança do artista através das reprises de seus programas no SBT.



segunda-feira, 3 de novembro de 2014

“Império”: Paulo Vilhena mostra maturidade como ator ao aceitar o desafio do novelista Aguinaldo Silva de fazer um esquizofrênico


Paulo Vilhena está realizando o sonho de todo grande ator: receber o desafio de interpretar um personagem que foge a todos os padrões. Mas é preciso lembrar que vai uma grande diferença entre “querer” e “fazer”. Muitos são desafiados, nem todos conseguem, mais do que atender ao chamado, superar as expectativas.  No capítulo dessa segunda-feira (3) de “Império”, novela das nove da Rede Globo, o ator correspondeu à cena escrita pelo autor Aguinaldo Silva, em que o esquizofrênico Domingos Salvador, após sair da penitenciária, identifica suas pinturas expostas na vitrine de uma galeria, e a transformou em uma sequência digna de cinema.

Desde que estreou na televisão, na Rede Globo, no seriado “Sandy & Junior”, em 1998, o ator colecionou trabalhos como bom moço. Mas na mídia e nos programas de celebridade sua fama sempre foi de mau. Ultrapassando uma fase de forma inesperada e mostrando um amadurecimento repentino, Paulo Vilhena está dando mostra de que, por trás do galã teen da ficção e ator rebelde na vida real, um trabalho está sendo feito.

Parabéns ao ator! E vamos ver se esse amadurecimento também poderá ser conferido em seus comportamentos fora do personagem. Porque o público não leva apenas o personagem para casa. É preciso levar para fora do ar também essa oportunidade que o autor Aguinaldo Silva está lhe dando de mostrar sua maturidade na profissão.

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sábado, 1 de novembro de 2014

“Geração Brasil”: Homenagem a Taís Araújo e Lázaro Ramos emocionou e foi o ponto alto do último capítulo da novela das sete


A homenagem que os autores Filipe Miguez e Izabel de Oliveira fizeram a Taís Araújo e Lázaro Ramos fez toda a diferença no último capítulo de “Geração Brasil”, que foi ar nessa sexta-feira (31), na Rede Globo. O casal, que na vida real espera seu segundo filho, não formou par na novela das sete, mas a cena foi emocionante: Lázaro, na pele do guru Brian, abençoou o barrigão de Verônica, a jornalista vivida por Taís que, na trama, esperava o terceiro filho de Jonas Marra, personagem de Murilo Benício. Após perguntar o nome do bebê a Verônica, o guru declara: “Maria Antônia, que você chegue trazendo mais luz a esse mundo”. O nome é o mesmo que os atores pretendem dar à sua segunda filha, que está no sexto mês de gestação.

No mais, o desfecho teve casais se reconciliando, vilões sendo punidos e mocinhos recompensados, no melhor estilo dos folhetins tradicionais, apesar de ter sido uma novela que investiu no temas das novas tecnologias na informática. A expectativa criada na estreia em termos de audiência, há seis meses, pode não ter sido superada, já que era muito grande pois tomava como referência o sucesso de “Cheias de Charme”, sucesso anterior dos mesmos autores.

Para quem esperava que Claudia Abreu viesse fazendo uma nova Chayenne, a atriz surpreendeu ao dar um perfil todo próprio à atriz de seriados americanos Pamela Parker.  E Murilo Benício, depois da fama de bobão do Tufão de “Avenida Brasil”, fez por merecer a promoção de magnata da computação. Aliás, foi bem sacada a ideia de reviver a dancinha engraçada do ex-casal Marra, Pamela e Jonas, que marcou o primeiro capítulo no palco da TV Parker. E os passinhos desengonçados de Murilo foram bem imitados pelo jovem Max Lima, intérprete de Vicente, o sucessor de Jonas na sua empresa.

Vale destacar ainda as atuações de Luís Miranda, que convenceu do início ao fim no papel da transexual Dorothy Benson, e de Leandro Hassum que, em sua estreia em novelas, soube fazer rir e emocionar com o seu Barata, um apaixonado não correspondido por Verônica. Foi divertida a sacada de colocar Taís Araújo fazendo uma nova personagem para ocupar o coração sofrido do dono da loja de eletrodomésticos. Além de Isabelle Drumonnd, que soube deixar sua ex-Empreguete para trás e encarnou com facilidade a patricinha rebelde Megan, e Ricardo Tozzi, que conseguiu convencer a todos como bom moço e, no final, era o maior vilão de toda a história.

No balanço geral a novela cumpriu seu papel a contento no horário, com efeitos tecnológicos, humor sutil, figurino e direção de arte modernos e um tema de abertura que empolgou. Até mesmo o sotaque americano e as expressões em inglês, que inicialmente parecia que iriam saturar e cansar o público, foram mantidos e aplicados na medida certa. Ficaria bem mais estranho se tivessem sumido de repente, sem justificativa. Ponto para autores, elenco e a direção de núcleo de Denise Saraceni.

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terça-feira, 21 de outubro de 2014

“Império”: Joaquim Lopes interpreta com maestria o dilema do jovem homofóbico filho de um pai bissexual na novela das nove


Joaquim Lopes teve seu grande momento e não o desperdiçou no capítulo dessa terça-feira (21) de “Império”, novela das nove da Rede Globo. Na cena que encerrou o capítulo dessa segunda-feira (20), com sequência na noite seguinte, o ator mostrou do que é capaz em termos de interpretação na trama de Aguinaldo Silva. Seu personagem não é apenas um homofóbico, como tem um pai bissexual e ainda em sua despedida de solteiro, do bolo, é surpreendido por uma drag queen. São nuances muito complexas e situações que tocam no âmago de qualquer um.

As situações que o personagem vive, muito bem costuradas pelo autor, Aguinaldo Silva, junto à interpretação de Joaquim tem mostrado um novo ângulo de toda uma situação que envolve tudo isso. São situações de um mesmo tema, feito de várias vértices, que estão sendo bem tratados e bem interpretados! Parabéns ao autor e ao ator!


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