Com uma edição ágil de cenas apresentando situações
distintas, mas muito bem costuradas e levando a um viés comum, estreou nessa
segunda-feira (1), “Conselho Tutelar”, na Rede Record. Por mais que se saiba
que a série é uma ficção, o que mais se sente ali é a identificação com
situações da vida real que assistimos todos os dias nos noticiários. E essa
transcrição tem sido feita de forma fiel, sem perder o tom teledramatúrgico,
nesse projeto criado por Marcos Borges e Carlos de Andrade, e com direção geral
de Rudi Lagemann.
O programa também ganha por ter como protagonista
Roberto Bomtempo, um ator que nunca levou a pecha de galã, mas sabe segurar com
segurança tanto o papel de bandido como o de herói. Como está provando agora no
papel de Sereno, tendo a seu lado o ator Paulo Vilella, interpretando seu
assistente, César. Dois idealistas no desejo de salvar crianças vítimas de maus
tratos, seja no submundo do crack, seja nos lares da classe média.
A fotografia é discreta, a direção de arte sóbria, e
a condução geral têm mantido no trilho o resultado final esperado para uma
série que busca explorar esse universo. Mas o mais interessante mesmo é ver
retratado o quadro desse sistema, em que conselheiros que querem realmente
salvar crianças encontram dificuldades e falta de apoio dos órgãos que os regem.