Ao chegar à última noite de Audições às Cegas na
quinta-feira (26), o “The Voice Brasil” cumpriu mais uma vez o compromisso de
ser uma vitrine para a diversidade de vozes que há espalhadas por todos os
cantos do país, e não apenas concentradas nas capitais. Foi um desfile de
talentos até então desconhecidos pelo chamado “grande público” que, aprovados
ou não, já venceram por conseguirem ter seus 5 minutos de oportunidade para saírem
do anonimato através da competição musical da Rede Globo. Além do acerto da
produção e direção na seleção dos candidatos, fez uma enorme diferença a entrada
de Ivete Sangalo como figura feminina ao lado dos outros três técnicos,
Carlinhos Brown, Lulu Santos e Michel Teló. Diferentemente de Claudia Leitte, sua
antecessora na função, que na ânsia de chamar a atenção fazendo graça acabava
caindo em um egocentrismo esnobe e pouco acrescentava em termos de
conhecimentos musicais. Aliada à competência e generosidade, Ivete traz na bagagem
a experiência adquirida como técnica no “The Voice Kids” e como Supertécnica na
temporada adulta anterior.
O amadurecimento de Ivete ficou ainda mais claro ao
fazer a justificativa para escolher a candidata que fechou seu time nessa
última audição. A nova técnica foi de uma humildade poucas vezes vista nesse
universo de egos inflados ao dizer que a carioca Brenda tem um estilo oposto ao
seu, mas que não poderia deixar de virar a cadeira para ela por isso: “Não seria
justo deixar passar essa cantora porque eu imaginaria essa interpretação de
outra forma. Essa é uma visão que eu não posso fazer engessada na minha cabeça”,
afirmou a baiana. E acrescentou: “Seria muito egoísta da minha parte querer que
as cantoras interpretem da maneira que eu imagino. É muito egocêntrico”. Lulu
Santos foi quem melhor resumiu a atitude da cantora: “Isso é de uma
generosidade que só uma pessoa de grandeza tem, de fazer uma comparação e ver.
Foi lindo isso que te disse”, concluiu o cantor, com a aprovação dos demais
técnicos.
Lulu, Brown e Teló que se cuidem se quiserem levar o
título de técnico campeão nessa temporada, pois não foi à toa que Ivete foi a
primeira a fechar seu time de 12 vozes. Com certeza não foi pelo fato de ter
sido quem mais virou a cadeira, mas sim porque ganhou mais vezes a disputa pela
preferência quando outros técnicos viraram junto com ela.
E a partir de agora
começa o Tira-Teima que, diferentemente do que vem sendo anunciado, não é uma
novidade: já acontece há várias temporadas. Nessa fase, durante três programas,
cada técnico terá que escolher para continuar na disputa dois de cada quatro
participantes que vão se apresentar. Resta esperar para ver se trará alguma
inovação na dinâmica da escolha.Mais "The Voice" em:
https://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2016/10/the-voice-brasil-estreia-tem-tecnicos.html