domingo, 29 de outubro de 2017

“The Voice Brasil”: Com postura que une carisma, competência e generosidade, Ivete Sangalo faz toda diferença como técnica


Ao chegar à última noite de Audições às Cegas na quinta-feira (26), o “The Voice Brasil” cumpriu mais uma vez o compromisso de ser uma vitrine para a diversidade de vozes que há espalhadas por todos os cantos do país, e não apenas concentradas nas capitais. Foi um desfile de talentos até então desconhecidos pelo chamado “grande público” que, aprovados ou não, já venceram por conseguirem ter seus 5 minutos de oportunidade para saírem do anonimato através da competição musical da Rede Globo. Além do acerto da produção e direção na seleção dos candidatos, fez uma enorme diferença a entrada de Ivete Sangalo como figura feminina ao lado dos outros três técnicos, Carlinhos Brown, Lulu Santos e Michel Teló. Diferentemente de Claudia Leitte, sua antecessora na função, que na ânsia de chamar a atenção fazendo graça acabava caindo em um egocentrismo esnobe e pouco acrescentava em termos de conhecimentos musicais. Aliada à competência e generosidade, Ivete traz na bagagem a experiência adquirida como técnica no “The Voice Kids” e como Supertécnica na temporada adulta anterior.

O amadurecimento de Ivete ficou ainda mais claro ao fazer a justificativa para escolher a candidata que fechou seu time nessa última audição. A nova técnica foi de uma humildade poucas vezes vista nesse universo de egos inflados ao dizer que a carioca Brenda tem um estilo oposto ao seu, mas que não poderia deixar de virar a cadeira para ela por isso: “Não seria justo deixar passar essa cantora porque eu imaginaria essa interpretação de outra forma. Essa é uma visão que eu não posso fazer engessada na minha cabeça”, afirmou a baiana. E acrescentou: “Seria muito egoísta da minha parte querer que as cantoras interpretem da maneira que eu imagino. É muito egocêntrico”. Lulu Santos foi quem melhor resumiu a atitude da cantora: “Isso é de uma generosidade que só uma pessoa de grandeza tem, de fazer uma comparação e ver. Foi lindo isso que te disse”, concluiu o cantor, com a aprovação dos demais técnicos.

Lulu, Brown e Teló que se cuidem se quiserem levar o título de técnico campeão nessa temporada, pois não foi à toa que Ivete foi a primeira a fechar seu time de 12 vozes. Com certeza não foi pelo fato de ter sido quem mais virou a cadeira, mas sim porque ganhou mais vezes a disputa pela preferência quando outros técnicos viraram junto com ela.
E a partir de agora começa o Tira-Teima que, diferentemente do que vem sendo anunciado, não é uma novidade: já acontece há várias temporadas. Nessa fase, durante três programas, cada técnico terá que escolher para continuar na disputa dois de cada quatro participantes que vão se apresentar. Resta esperar para ver se trará alguma inovação na dinâmica da escolha.


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quinta-feira, 26 de outubro de 2017

“MasterChef Profissionais”: Saída de Clécio, o mineiro de sotaque forçado, prova que a competição é de culinária, e não de humor


Depois do episódio desperdiçado semana passada com uma repescagem inútil, o “MasterChef Profissionais” dessa terça-feira (24), na Band, conseguiu retomar o fôlego. Tudo graças à tão esperada eliminação de Clécio, o mineiro de sotaque forçado, que ajudou a elevar a audiência e levou a hastag do programa aos Trending Topics do Twitter. Nas redes sociais houve até comemoração quando ele foi para a berlinda ao lado de Francisco, a quem ele irritantemente chamava de Paizão, como os dois piores da Prova de Eliminação. No começo da competição culinária, o personagem encarnado por Clécio fez até alguma graça, mas aos poucos começou a ficar repetitivo e inconveniente. O tal “sou seu fã” que falava para os jurados Henrique Fogaça, Paola Carosella e Érick Jacquin, virou claramente uma bajulação para tentar ser poupado na hora das avaliações de seus pratos. E o excesso de mineirice ficou ainda mais falso quando ele começou a trocar a letra “R” pelo “L” em algumas palavras, falando como o Cebolinha, personagem criado pelo cartunista Maurício de Souza. Só que a competição é de quem cozinha melhor e não quem tem talento para o humor.

O quarteto formado por Clécio, Francisco, Irina e Raissa caiu na Prova de Eliminação após perder para o time Vermelho formado por Lubyanka, Monique, Pablo e Ravi na primeira tarefa, que foi servir 120 convidados na comemoração de 200 apresentações do espetáculo “Les Misérables”, em cartaz em São Paulo. Os times foram escolhidos pelo próprio Francisco, que se gabou de ter experiência com culinária francesa ao saber que essa seria a base do menu finger food a ser servido. Acabou amargando sua segunda derrota seguida como capitão. Sem falar que quem realmente liderou o serviço no grupo do avental Azul foi Irina. O veterano tem muito papo e pouca ação. O mesmo aconteceu na Prova de Eliminação, cujo desafio era fazer uma réplica ou uma releitura do bolo Dobos, sobremesa típica da Hungria. “Confeitaria é minha zona de conforto”, gabou-se mais uma vez Francisco. E acabou não colocando gema no creme de manteiga, ingrediente essencial na receita francesa.

Clécio também pagou com a língua ao ter ironizado quando o mezanino perguntou qual açúcar ele tinha usado. “O açúcar doce”, respondeu, querendo mais uma vez fazer piada. Lubyanka não achou graça, pois ela só queria alertar que o açúcar deveria ser o impalpável e não o granulado. O ingrediente errado acabou pesando para que ele ficasse entre os dois piores e acabasse sendo eliminado. E para encerrar com chave de ouro, o seu Paizão, depois de levar o “filhão” até a saída da cozinha, aproveitou para fazer mais um discurso demagógico: “Preferia ter sido eu”, disse ele, carregando na emoção para as câmeras. Sempre que sobe no mezanino Francisco dá um jeito de chamar a atenção sobre ele com suas frases ensaiadas. Mas, como político em cima de palanque, só convence mesmo quem ainda não percebeu seu jogo.


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terça-feira, 24 de outubro de 2017

“Encontro Com Fátima Bernardes”: Pastora domina de forma constrangedora programa sem qualquer autoridade da apresentadora


Diferentemente do que muitos esperavam, a presença de Fernanda Brum no “Encontro Com Fátima Bernardes” dessa terça-feira (24), na Rede Globo, não repercutiu apenas pelo fato de se tratar de uma cantora de música religiosa, mas sim pela forma inconveniente e prepotente dela tentar impor suas teorias. A artista não incomodou apenas os demais convidados, como até a própria apresentadora e o público que estava em casa, com sua forma imponente de se manifestar. Nas redes sociais, a palavra mais usada para definir Fernanda Brum foi “chata”. Muito mais do que isso, ela foi deselegante, inconveniente e sem noção. De posse do microfone, ela parecia estar querendo até substituir Fátima Bernardes no comando do programa e não respeitava o espaço dos demais se manifestarem.

Um dos momentos mais constrangedores foi quando Nívea Maria começou a falar sobre todo seu processo de criação de um personagem e Fernanda interrompeu com comentários totalmente inconvenientes, chamando de técnica o processo criativo e emotivo da atriz. Nívea tentava explicar que o seu trabalho nada tem a ver com profecias ou religiões, mas sim com técnica aliada a sensibilidade, e Fernanda a interrompia o tempo todo. Cadê a Fátima Bernardes que não interveio nesse momento? Faltou a presença de uma anfitriã que não deixasse que uma única convidada deixasse os demais tão desconfortáveis e visivelmente incomodados. Como Fernanda fez com o mentalista Rick Thibau, ao tentar desmerecer do trabalho dele, chamando de truqueiro, e recebeu a melhor resposta do programa: “Aqui ninguém fica verde ou dá tremeliques”. Disse o que quis e ouviu o que merecia. E repetindo um comentário que já fiz no post de uma amiga em um post no Facebook, a Rede Globo precisa ter um controle maior sobre as pautas dos programas antes que o “Encontro” vire um “Fátima Que Eu Te Escuto”.



“A Fazenda - Nova Chance”: Fazendeiro da semana, Marcos surpreende ao mandar Conrado direto para Roça e divide opiniões


Marcos Härter deixou até seus fãs divididos ao tentarem entender sua atitude ao usar seu poder de Fazendeiro para mandar Conrado direto para a roça na votação dessa segunda-feira (23) em “A Fazenda – Nova Chance”, da Record. Mesmo sendo grande a torcida para que o cantor, marido de Andréa Sorvetão, seja eliminado, era sabido que ele teria receberia dos peões votos suficientes para ir para a berlinda. De um lado, há os que estranharam Marcos ter desperdiçado a chance de mandar Flávia, sua maior desafeta, justamente quando havia a chance de ela ir para a roça justamente com o “namorado”, Marcelo Ié Ié, caso Conrado fosse votado pela sede, como era o esperado e puxasse o humorista da baia. Ficou parecendo que o médico não quis realmente se comprometer e apelou para um voto útil baseado em um sentimento rancoroso.

Mas de outro lado, há os que entenderam que a estratégia de Marcos seja acabar com o grupo Fogo, do qual ele fazia parte, tirando do jogo o último restante do trio de fofoqueiros da Casa da Árvore, formado por Dinei, Nahim e Conrado. E ainda quis desestabilizar o grupo Ferro ao deixá-los sem ter como votar no cantor e ter que apelar para a segunda opção, criando assim outro climão com Rita Cadillac, já que é sabido que Yuri se protege dos dois lados. Além de terem colocado a ex-chacrete duas vezes seguidas na roça, ninguém levou nem ao menos em consideração o fato de que ela antes pertencia ao Ferro, e só passou para o Fogo graças a Yuri, que tirou uma carta lhe dando o poder de trocar dois peões de grupo. Até então, Rita votava conforme a vontade daqueles que a colocaram de novo na roça. E ainda querem que ela aceite a desculpa esfarrapada de que “não tinham outra opção de voto”. Por que não votaram no Yuri? Por que ele está ficando com a Monick? Nesse ponto o lutador jogou bem ao não puxar a namorada para seu grupo quando pode mexer nos peões, assim, ele se garante dos dois lados. E ainda fez uma média com Marcelo ao mandar Flávia para ficar junto com o humorista no Ferro. Ou seja, Yuri está sendo tão estrategista quanto Marcos.


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sábado, 21 de outubro de 2017

“A Fazenda”: Torcidas na internet ditam rumos do jogo enquanto Record alimenta comportamentos condenáveis de casais


A vitória de Rita Cadillac de “A Fazenda – Nova Chance” com somente um por cento de diferença de vantagem em relação a Nahim, nessa quinta-feira (19), não foi um indício de que a disputa foi acirrada, mas sim de que essa foi uma das roças mais insossa do reality rural da Record. Desde que Marcos ganhou a Prova do Fazendeiro e foi aberta a votação para que o público decidisse quem deveria permanecer no jogo, a maioria das manifestações pelas redes sociais apontava o desejo de que tanto a ex-chacrete quanto o cantor fossem eliminados. Como isso não seria possível, a briga foi comprada pelas torcidas dos outros dois peões que mais estão se enfrentando. De um lado, os seguidores de Marcos resolveram apoiar Rita, por ela estar mais próxima do médico. De outro, os fãs de Flávia defenderam o voto para Nahim ficar, já que ele também vinha comprando briga com o ex-BBB. Tudo indica que a partir de agora serão as torcidas de Marcos e Flávia que vão decidir o rumo das votações nas roças entre afetos ou desafetos de cada um dos dois.

Para a Record, esse enfrentamento na web pode ser vantajoso por alimentar polêmicas e reverter em audiência, mas a emissora precisa ficar atenta para, ao querer alimentar essa rivalidade entre torcidas, não fechar os olhos para certos comportamentos abusivos dos peões. Pelo que se tem visto tanto na transmissão online quanto na edição do programa que vai ao ar na televisão, o limite entre o permissivo e o admissível deixou de ser respeitado faz tempo. O sinal verde foi dado pelo próprio Roberto Justus quando Nahim disse ter sido agredido por Yuri: “Agressão verbal está liberada, o que gera expulsão é agressão física”, respondeu o apresentador, ao vivo. A partir dessa infeliz colocação, parece que os peões perderam as rédeas sobre o conceito de o que é e o que não pode ser considerada uma atitude agressiva.

O descontrole sobre o permitido e o inaceitável está ficando cada vez maior a cada dia. Principalmente entre os dois casais formados por Yuri e Monick e Flávia e Marcelo. Fakes ou não, eles estão longe de mostrar um comportamento romântico. Nessa sexta-feira (20), noite de festa, os dois casais protagonizaram cenas de tapas na cara que parecia até terem sido roteirizadas, já que foram encenadas de forma a parecerem “brincadeirinhas”. Estavam totalmente fora de contexto e, portanto, não deveriam ser incentivadas ou ignoradas. A não ser que a direção tenha algum tipo de fetiche por esse tipo de “brincadeirinha” entre casais. Fato é que Yuri e Monick Camargo se estapearam no sofá da sala da sede durante mais uma de suas cansativas e repetitivas briguinhas, e Marcelo e Flávia também fizeram seu showzinho na baia usando como desculpa o fato de terem bebido demais na festa. Tudo muito ensaiado, pouco convincente, e totalmente deplorável. Enquanto isso, Marcos e Ana Paula fazem o casal “não casal” que se merece. Quem tentar defender um ou outro vai acabar pagando com a língua. Mas se ao público cabe adotar o jeito Aritana de ser e deixar os casais se levarem para onde bem entenderem, à direção do programa não é permitido o mesmo. Ou quem acabará pagando pelo estrago feito em forma de agressão moral ao público será a própria emissora.



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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

“MasterChef Profissionais”: Guilherme volta, é eliminado na mesma noite e repescagem não faz qualquer diferença para competição


Quem não assistiu ao “MasterChef Profissionais” dessa terça-feira (17), na Band, não precisa se preocupar: nada próxima semana continuarão no programa exatamente os mesmos competidores que estavam na passada. Isso porque a tão esperada repescagem com os oito eliminados em nada alterou o quadro da competição. Na mesma noite em que conseguiu vencer os outros sete ex-participantes, Guilherme, teve que enfrentar uma Prova de Eliminação com os atuais competidores e acabou sendo de novo o eliminado da vez. Ou seja, ele nem chegou a realmente voltar para a disputa e tudo continuou como dantes no quartel de Abrantes. No mezanino, a nortista Irina foi quem fez a melhor observação no final do episódio: “Pra que a gente fez um dia de repescagem? Pra que a gente fez essa prova, pra voltar tudo do mesmo jeito?”, perguntou a cozinheira. “Só pra ficar com o @# na mão só mais um dia”, respondeu o mineiro Pablo.

A repescagem foi feita através de uma Prova de Pressão dividida em três etapas. Na primeira, Berta, Mirna e Pedro foram reprovados por servirem cru o foie gras, que era o ingrediente obrigatório. Na segunda, cuja proteína principal era filé mignon, Bárbara, Edney e Angélica não conseguiram agradar o paladar dos jurados, Érick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella. Restaram Guilherme e William para a terceira etapa, de criatividade, em que poderiam decidir livremente qual prato preparar em uma hora. O paulistano venceu ao optar por um pato com risoto, enquanto o gaúcho pecou ao decidir fazer um purê de mandioca batido no liquidificador, que virou uma goma, acompanhando um carré, que ficou mal passado.

A parte mais interessante do episódio foi sem dúvida a Prova de Eliminação, que consistiu em fazer uma releitura de um prato clássico tailandês: o Pad Thai. Foi uma delícia ver os cozinheiros manuseando ingredientes da cozinha oriental e ao mesmo tempo acrescentando um toque pessoal buscado na nossa culinária. Deu até vontade de experimentar alguns pratos, especialmente o de Ravi, que ousou na proposta de desconstrução do Pad Thai, na qual cada chef teve que montar sua própria porção e comer com as mãos. O prato que ganhou destaque dos jurados, no entanto, foi o de Francisco, embora continue não convencendo muito com seu discurso de ser o melhor por ser o mais experiente de todos. Enquanto quem mais chamou a atenção dessa vez foi Raissa, a mais jovem do grupo, que tem talento de sobra, mas precisa aprender a controlar mais o emocional. Se choro garantisse vitória, Mirna ainda estaria na competição.


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terça-feira, 17 de outubro de 2017

“Cidade Proibida”: Ambientada nos anos 50, série cria atmosfera de thriller, com elenco, fotografia e caracterização impecáveis


A mistura bem dosada do glamour da elite carioca com o estilo malandramente boêmio do Rio Antigo nos anos 50 é um dos grandes trunfos de “Cidade Proibida”, série semanal da Rede Globo que estreou dia 26 de setembro e terá 12 episódios. Baseada no livro “O Corno Que Sabia Demais”, de Wander Antunes, as aventuras do detetive Zózimo Barbosa (Vladimir Brichta), especializado em casos de adultério, ganharam a mesma linguagem de história em quadrinho do original na adaptada para televisão feita por Mauro Wilson, com um texto pontuado por uma ironia com sotaque de malandragem da época. As tramas, sempre envolvendo maridos desconfiados de estarem sendo traídos por suas mulheres, são simples, mas coerentes e com um humor leve, sútil e inteligente. A narrativa feita pelo próprio Brichta traz um clima meio Nelson Rodrigues, inclusive pelos inserts do imaginário do detetive, que se vê sempre seduzindo as esposas que investiga por suspeita de adultério. Também tem um quê de “Os Intocáveis” (seriado que fez sucesso na TV nos anos 60, 70), pontuando alguns momentos históricos da política, como o suicídio de Getúlio Vargas, mencionado no terceiro episódio, que foi ao ar nessa terça-feira (17).

A direção geral e artística de Maurício Farias valorizou ainda mais a série com uma caracterização clássica e requintada no universo da alta sociedade, e de uma simplicidade de extremo bom gosto nos ambientes onde realmente vivem Zózimo e seus três fiéis escudeiros: a prostituta Marli (Regiane Alves), o delegado Paranhos (Aílton Graça) e o malandro Bonitão (José Loreto). A sintonia entre o quarteto de protagonistas é latente na troca de olhares e nos gestuais. Depois de viver um cantor meio canastrão na novela “Rock Story”, Vladimir Brichta está conseguindo se redimir através de um personagem que realmente lhe permite uma interpretação mais convincente. E Regiane Alves acompanha o parceiro à altura, com suas caras e bocas de mulher romanticamente safada. Assim como Aílton Graça e Jorge Loreto deixam transparecer que estão se deliciando nesse trabalho.

Além do elenco fixo, a série ainda traz participações especiais a cada episódio, que sempre leva o nome da mulher que está no foco do detetive. O primeiro foi “Lídia”, a ex de Zózimo que virou criminosa tentando ficar rica vivida por Claudia Abreu; o segundo foi “Laura”, em que Mariana Lima fez a esposa infiel que acaba morta por um psicopata interpretado por Thiago Lacerda; e esse terceiro, “Paula”, que teve Giovanna Antonelli fazendo a carola que quase perde o marido, papel de José de Abreu, que deseja que ela volte a se comportar como a prostituta que era antes do casamento. Essas participações especiais sempre traem um novo realce a cada história. As próximas serão dos atores Mariana Ximenes, Fabíula Nascimento, Miguel Falabella e Lorena Comparato.



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sábado, 14 de outubro de 2017

“MasterChef Profissionais”: Chef japonês não recebe de jurados tratamento à altura de seu prestígio ao participar de prova


O tratamento dado no “MasterChef Profissionais” a um dos sushimen mais renomado do Brasil, Jun Sakamoto, no programa que foi ao ar terça-feira (10) na Band, foi de deixar constrangido até quem estava assistindo em casa. Convidado a auxiliar na prova que consistia em limpar, cortar e preparar três tipos de peixes, o prestigiado chef japonês passou por duas situações bastante deselegantes criadas pelos jurados Érick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella. A primeira delas partiu de Jacquin logo após Juan ter elogiado o salmão preparado pelo trio Pablo, Ravi e Raissa, apesar do corte fora do padrão. “Vocês não tinham tempo, começou errado, teve que improvisar... Talvez o Jacquin ache cru demais em cima, mas eu trabalho com peixe cru então gostei. Está ótimo!”, afirmou o convidado. Imediatamente, o chef francês, antes mesmo de experimentar o peixe, retrucou: “Esse prato está errado. O salmão unilateral a gente faz com a parte mais alta do salmão. Isso aqui é para enganar o cliente, pra não dizer que a gente errou. Coisa boa é a perfeição”, decretou, para depois de comer admitir que estava bom. “Mas é muito mais gostoso o das meninas”, acrescentou Jacquin, para não dar o braço a torcer, referindo-se ao prato feito por Lubyanka, Monique e Angélica. Ora, se Sakamoto quis valorizar mais seu próprio paladar, que, diga-se de passagem, é bastante requintado, caberia ao jurado respeitá-lo.

A segunda indelicadeza aconteceu no momento em que houve um empate nessa mesma quarta e última etapa da prova, em que Sakamoto e Jacquin elegeram o salmão das três cozinheiras o mais saboroso, enquanto Fogaça e Paola votaram no preparado pelo trio de Clésio. Ora, nesse caso o mínimo que se esperava da direção do programa e dos três jurados anfitriões é que o “voto de minerva” fosse dado pelo chef convidado. Aí veio uma explicação sem sentido dada pela apresentadora Ana Paula Padrão, dizendo que cada um dos dois trios ganharia um ponto e que, portanto, na soma total Clésio, Francisco e Irina eram os vencedores. Foi o mesmo que dizer que a prova tinha sido anulada, ou que tinha sido em vão, já que dar ou não dar o ponto não alteraria o resultado. Na verdade, essa decisão fez a diferença para Angélica, que estava no trio das “meninas” e acabou deixando a competição por não conseguir superar os outros concorrentes na Prova de Eliminação cujo desafio era preparar uma receita original com um determinado tipo de especiaria. Ou seja, mais uma vez ficou no ar a sensação de que existe uma condução dissimulada da direção do programa, em comum acordo com os três jurados, para que a competição tome o rumo desejado por eles para levar determinados cozinheiros até a final.


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sexta-feira, 6 de outubro de 2017

“A Fazenda”: Justus interfere no jogo ao incentivar Marcelo a formar casal com Flávia e é criticado por dar conselho machista


Roberto Justus está se superando e cada vez mais merecendo ganhar o título de “pior apresentador de reality show do ano” à frente do “A Fazenda – Nova Chance”, da Record.  E olha que Thiago Leifert não ficou muito atrás quando comando o “Big Brother Brasil” na Rede Globo. Mas Justus realmente ultrapassou todos os limites na noite dessa quinta-feira (5), em que André Arruda foi eliminado enquanto Marcelo Ié Ié garantiu sua permanência com 83,03% dos votos do público. Ao cumprimentar o humorista e pedir que ele se encaminhasse de volta à sede, o apresentador foi totalmente infeliz ao dizer: “Oh, só uma coisinha rápida, uma opinião de homem, hein: não dá muito mole para mulher porque aí você não conquista. Dá um pouco mais duro que você vai ver onde você vai chegar...”. Ironicamente, o apresentador que tem uma dificuldade extrema em interagir naturalmente com os peões, quando tentou ser mais espontâneo foi imediatamente criticado nas redes sociais pelos internautas, que consideraram machista a recomendação dada por ele para o outro conquistar a modelo Flávia.

Além da forma deselegante ao se referir a uma mulher, com essa postura Roberto Justus acabou incorrendo em outro erro grave, que foi o de interferir na dinâmica do jogo. Como apresentador, ele pode (e deve) comentar com os peões sobre o que se passa na fazenda, mas jamais dar dicas de como devem se comportar em seus relacionamentos interpessoais lá dentro. De forma escancarada, ficou para Marcelo que é interessante para o programa ter casais se formando no jogo. Ou seja, Justus se comportou como um diretor de atores que estão ali para seguir um roteiro. E, o que é pior, fez ao vivo, o que tira ainda mais o pouco da credibilidade de um reality show.

Mas, tirando esse tiro no pé, seria interessante que Roberto Justus começasse a fazer o dever de casa e se inteirasse mais sobre o que realmente acontece no dia a dia dos peões e que fosse colocado mais na prova de fogo de interagir diretamente com os confinados. O próprio Fábio Arruda ao participar do “Hoje Em Dia” dessa sexta-feira (6), após ter sido eliminado na noite anterior, deu um toque sobre uma das piores falhas dessa edição, que é a falta de contato visual com o apresentador. “Quando pedi que me colocassem na roça era pra eu poder participar da prova (do fazendeiro). Eu até brinquei com o Roberto quando falei: ‘Eu quero te ver, Justus. Eu só te vi na entrada, não te vejo mais’.”, contou o consultor de etiqueta. E acrescentou: “É gostoso se sentir participante do jogo, sentir que faz parte, e não que você está apenas enfeitando um programa”. Ou seja, a falta de interatividade do apresentador com os peões está incomodando tanto o público quanto os próprios participantes.


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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

“MasterChef Profissionais”: Histórias tristes de Mirna não garantem sua permanência e máscaras de Francisco e Clécio incomodam


A saída de Mirna no quinto episódio do “MasterChef Profissionais” que foi ao ar nessa terça-feira (3), na Band, emocionou tanto os demais concorrentes que torciam por ela do mezanino quanto os jurados, Paola Carosella, Érick Jacquin e Henrique Fogaça. A decisão dos três chefs, no entanto, foi justa já que a pernambucana apresentou o pior resultado na Prova de Eliminação que pedia uma sobremesa com esculturas de chocolate. É preciso lembrar que a competição é de culinária e não uma disputa de quem tem uma história pessoal mais comovente. Desde a estreia do programa Mirna sempre aproveitou cada momento em que as câmeras estavam focadas nela para se colocar como aquela pessoa que já sofreu muito, mas só pensa em “acarinhar” o próximo. Era uma bondade exacerbada que beirava a vitimização.

Mas as lágrimas dos demais participantes também foi porque Mirna perdeu ao ficar entre os piores justamente ao lado de Francisco e Clécio. A postura da dupla não vem despertando muita simpatia dos demais na disputa. Clécio por sua já conhecida mania de interpretar o personagem do mineirinho com sotaque caipira, que agora resolveu também trocar a letra erre pelo “ele”. É tão visível que é proposital o erro que ele repetiu sete vezes “tlêis” quando queria dizer que tinha usado três quilos de feijão. Curioso que só agora ele começou a fazer essa troca de letras. Deve estar aperfeiçoando o personagem criado para chamar a atenção. Seu parceiro, o “Paizão”, não fica atrás. Na primeira prova em equipe da temporada em que foi capitão do time Vermelho, Francisco escolheu Raissa para liderar o Azul, crente que sua vitória seria certa diante da inexperiência da jovem. Não foi o que aconteceu. Pelo contrário, ele perdeu de lavada e ainda tentou fazer média com os jurados, parabenizando os adversários após todos terem subido para o mezanino. Raissa e Irina logo perceberam o jogo de cena do participante.

Também não passaram despercebidas duas situações em que Francisco agiu de forma dissimulada. Primeiro quando ele se esqueceu de servir o vinagrete na Prova da Comida de Boteco e disse que tinha decidido não soltar o molho porque os cortes estavam grandes. Angélica, que tinha feito o preparo com Lubyanka, não teve coragem de desmascará-lo diante de todos, mas falou para a câmera que o veterano tinha mentido. A segunda situação foi na Prova de Eliminação, quando o cozinheiro fingiu não ouvir a sugestão dada por Pablo do mezanino para que ele usasse um spray na luva para não grudar o chocolate e afirmou ter desistido de usar o molde. Francisco disfarçou e logo depois aplicou a dica, dizendo que a ideia tinha sido sua. Continuou não funcionando, mas serviu para mostrar a falta de transparência do participante. Resta aguardar para ver até onde a dupla vai avançar na competição. E até quando vão permitir que o mezanino continue ajudando Lubyanka a se salvar nas Provas de Eliminação...


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“Filhos da Pátria”: Série brinca com origem histórica do caos brasileiro com um texto inteligente e concatenando todas as épocas


Em um desses casos raros que acontecem a cada década na televisão brasileira, o roteiro é a grande estrela de “Filhos da Pátria”, seriado na Rede Globo que brinca com a História do Brasil para falar sobre bizarrices comuns aos brasileiros de qualquer época. Exibido semanalmente às terças-feiras, após a estreia no dia 19 de setembro, a cada episódio fica ainda mais realçado o humor inteligentemente irônico de Bruno Mazzeo, criador, roteirista e narrador do programa. O marco no tempo é 8 de setembro de 1822, um dia após a Proclamação da Independência do Brasil. Deixando de lado personagens históricos, os protagonistas são pessoas comuns que não passariam de meros figurantes em um documentário baseado em fatos reais. E é aí que a licença poética e a liberdade de criação permitem uma identificação instantânea entre mazelas passadas e contemporâneas. Não deixa de ser uma forma bem humorada de tentar buscar a origem do caos em situações aparentemente triviais, como aquela do aumento do preço da cocada, sinalizando a inflação subindo; propinas chamadas de “regalo”; o desabamento do palanque da festa de coroação de Dom Pedro I após o superfaturamento do projeto da obra; além de detalhes sutis como o uso do gentílico “carioca” quando o Rio ainda era apenas uma província, e por aí vai.

É claro que o texto perderia sua excelência se não ganhasse do elenco uma interpretação à altura. Nesse ponto, Alexandre Nero é o grande condutor da trama com seu Geraldo Bulhosa, um réles e atrapalhado funcionário público que sucumbi às propinas oferecidas por Pacheco, o grande mentor dos esquemas de corrupção do governo interpretado com maestria por Matheus Nachtergaele. Ninguém melhor também do Fernanda Torres para ser Maria Teresa Bulhosa, a mulher de Geraldo que não se conforma com a pobreza e faz de tudo para galgar uma posição entre a nobreza. A atriz está à vontade no papel, embora repita expressões e trejeitos que remetem a Vani, sua personagem em “Os Normais”. Enquanto Johnny Massaro está surpreendendo como Geraldinho Bulhosa, um playboy de época tão atrapalhado e canastrão quanto o pai. Destaque ainda para Jéssica Ellen, intérprete da escrava que guarda dinheiro para comprar sua alforria e que ironicamente se chama Lucélia, nome da atriz, Lucélia Santos, que através da novela “A Escrava Isaura” imortalizou a heroína do romance de Bernardo Guimarães. Sem falar que o tema que abre e encerra os episódios é nada menos do que “Quando o Morcego Doar Sangue”, na voz de Bezerra da Silva. É entretenimento de qualidade e na medida certa.


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terça-feira, 3 de outubro de 2017

“Tempo de Amar”: Com direção artística deslumbrante, texto irretocável e elenco estelar, novela traz padrão de horário nobre


“Tempo de Amar” completa uma semana no ar mostrando que tem tudo para entrar para a galeria de tramas de época com alto padrão de qualidade, apresentando uma história simples, porém envolvente, interpretações irretocáveis e uma fotografia deslumbrante. Com uma textura cinematográfica, a novela das seis da Rede Globo que estreou na terça-feira (26 de setembro) traz a marca registrada da direção artística de Jayme Monjardim através da suavidade na luz obtida através de filtros devidamente dosados e da leveza de cada movimento de câmara. E essa linguagem visual veste perfeitamente a história de autoria de Alcides Nogueira, que tem todos os ingredientes dos bons e autênticos folhetins, como amores proibidos, traições, personagens marcados por tragédias ou por segredos do passado, discursos políticos, religiosidade e a disparidade entre classes sociais. A sucessão de acontecimentos dá agilidade e reforça as tramas dramáticas, assim como o texto pausado valoriza e dá força aos diálogos.

Ambientada em 1927 e baseada no livro “Amor e Morte”, de Rubem Fonseca, e tem como eixo principal a história de amor de Maria Vitória (Vitória Strada) e Inácio (Bruno Cabrerizo), que vivem em Portugal. Ela é a menina rica, órfã de mãe e filha do rico produtor de uvas José Augusto (Tony Ramos), que se revolta ao saber que ela está esperando um filho rapaz, morador de um vilarejo, que partiu para Brasil em busca de novas oportunidades no Rio de Janeiro, sem saber da gravidez da amada. E aí começa os desencontros do casal. A aposta em dois atores praticamente desconhecidos do grande público para protagonizarem o casal romântico da novela foi um acerto, pois dá um frescor novo aos personagens. Gaúcha, Vitória, de 20 anos, está estreando em televisão, enquanto Bruno, de 38, é um ex-jogador de futebol carioca que desistiu do esporte e foi para a Itália trabalhar como modelo, ator e apresentador de TV. A sintonia entre os dois no vídeo foi imediata, não permitindo nem que a diferença de idade fosse percebida.

Com um elenco de primeira grandeza, nesses sete primeiros capítulos Marisa Orth foi um dos destaques interpretando a fadista Celeste Hermínia, mulher correta, mas que se submete há 30 anos à condição de amante do Conselheiro Francisco Alcino (Werner Schünemann), que vive preso ao compromisso de cuidar da esposa doente. Marcada mais por personagens com perfil cômico, a atriz vem surpreendendo com um trabalho emocionalmente dramático. Ocupando a posição hors concour está Regina Duarte, emprestando todo seu talento, experiência e versatilidade a Madame Lucerne, a cafetina francesa que brilha no palco e circula com desenvoltura pelo salão da sua Maison Dorée. Mas ela também guarda segredos não confessados nem nas visitas que faz à igreja camuflada de viúva. Sem dúvida, a atriz brilhando nos cenários do Rio Antigo e Tony Ramos nas locações que representam a cidade fictícia de Portugal contribuem para tornar nobre o elenco do horário.