domingo, 26 de fevereiro de 2017

“Big Brother Brasil 17”: Emilly, Marinalva e Ieda formam trio de mulheres fortes de três gerações, simultaneamente unidas e separadas pelo excesso de vaidade


Emilly, Ieda e Marinalva são três mulheres de gerações diferentes, mas que estão unidas nesse “Big Brother Brasil 17” por um sentimento que por mais que elas tendem esconder de si mesmas acaba se evidenciando por uma característica comum: a Vaidade. Apenas a diferença de idade pode propiciar um distanciamento do prisma sob como tal característica é observada em cada uma delas nessa edição do reality show da Rede Globo. Emilly se glorifica pelo frescor da juventude dos seus 20 anos, Marinalva carrega as tintas no louro da superação pela deficiência física que a acompanhada desde sua adolescência até os atuais 37 anos, e Ieda, do alto dos seus 70 anos, desfila na cara da sociedade o orgulho de manter o vigor de seus tempos de primeira Miss Canoas, no Rio Grande do Sul. Embora tentem manter as aparências de bom relacionamento quando estão uma diante da outra, nenhuma delas consegue segurar o verbo ao desfiar críticas ao comportamento das outras duas. Em uma casa repleta de espelhos, o pior reflexo acaba sendo mesmo aquele que uma vê muito de si mesma ao observar a outra. Talvez nenhuma das três perceba a possibilidade de estar vendo refletida na outra, ou nas outras duas, os seus próprios defeitos.  

Em uma conversa entre Emilly, Marcos e Daniel no quarto do líder na madrugada desse domingo (26), a jovem parecia possuída pela aversão a Ieda, afirmando que não suporta mais a presença da idosa na casa: “Eu não consigo nem ouvir a voz, ela me passa uma energia ruim”. A gaúcha não admite que sua conterrânea receba um tratamento mais respeitoso em função da idade, mas repete o tempo todo que deve ser compreendida e perdoada por “ser uma menina de 20 anos”. Ieda por sua vez demonstra que, mesmo com os anos de experiência nas costas, sua paciência chegou ao limite: “A prioridade toda é dela. E tem um sorriso debochado”, afirmou, detonando Emilly durante conversa com outros participantes. Mas, fazendo uma análise comportamental subjetiva, o que inconscientemente incomoda Emilly não poderia ser a possibilidade de Ieda representar uma espécie de “eu sou você amanhã” para ela? E quem sabe Ieda não fique perturbada com algumas atitudes de Emilly pelo fato de as mesmas a fazerem lembrar-se de reações que ela própria teve no passado quando tinha 20 e poucos anos?

Já Marinalva está na terceira ponta desse triângulo. Embora fique grande parte do tempo sentadinha no sofá da área externa, fingindo para ela mesma estar apenas no posto de observadora, a paratleta não consegue disfarçar que as mulheres que mais a incomodam são Emilly e Ieda. E estampa esse sentimento no rosto. Entre uma mordida e outra de lábios, ela mascara a própria vaidade feminina por trás do seu “espírito esportivo”. O estopim para os atritos com Emilly foi aceso na prova de resistência em que a jovem sem qualquer preparo físico levou a medalha de líder, enquanto ela, a esportista campeã, ficou em terceiro lugar. A garra da concorrente feriu os brios daquela que está acostumada a ser o alvo dos elogios por sua fibra, força de vontade e superação. Será que no fundo ela não quisesse ser a única a ser vista como exemplo de quem ultrapassa os próprios limites?

Em relação a Ieda, é visível que o que não desce na garganta de Marinalva é o fato de a outra também receber um tratamento diferenciado. E não é apenas por se tratar de uma senhora, mas por ser uma septuagenária que aparenta 50 anos, humilha todos com sua flexibilidade e facilidade em fazer alongamentos, além do bom gosto e elegância na postura. Então, para ter motivos que justifiquem qualquer crítica de sua parte, Marinalva resolveu concorrer com Ieda na cozinha. É um tal de inventar receitas de doces de um lado e tentar se superar nos temperos de outro que parece até que as duas estão disputando uma vaga no MasterChef. Quando na verdade estão disputando os holofotes. E nessas horas elas não estão pensando no prêmio de um milhão de meio de reais. Em momentos como esse elas sendo movidas pela necessidade involuntária de alimentar a própria vaidade.

Evidentemente Emilly, Marinalva e Ieda cometem outros tantos pecados, assim como todos os demais da casa. E a vaidade também não é exclusividade desse trio. Talvez tenha sido ou ainda seja até mais latente em outros participantes. Vale ressaltar que a ideia aqui é analisar como a Vaidade, mostrada de diversas formas, pode ser o fio condutor que está interligando três mulheres de gerações diferentes, com personalidades igualmente fortes e um desejo cada vez mais latente de provarem que são diferentes uma das outras. Mesmo uma não se reconhecendo no espelho da outra e, inconscientemente, fazendo de tudo para não admitir tal reflexo.



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