sábado, 25 de abril de 2015

Angélica e Luciano Huck pecam ao tentar parecer casual um link que une seus programas e no ar fica claro ser armado


Essa ideia de fazer um link direto do “Estrelas” com o “Caldeirão do Huck”, experimentado pela primeira vez nesse sábado (25), e que a intenção é que se repita a partir de agora toda semana na Rede Globo, pode ser um tiro pela culatra. Na estreia do projeto, Luciano Huck vestiu o avental do programa de sua mulher, Angélica, e foi fazer uma receita de macarrão. A surpresa (?), que a apresentadora fingiu não ter conhecimento, é que o prato seria servido para a plateia do programa dele, que entrou no ar imediatamente. A armação ficou clara quando o casal de apresentadores saiu de um programa e entrou no outro com os pratos nas mãos. Para que fingir que é “surpresa”? O público não é bobo e tem inteligência suficiente para perceber essas jogadas de gravações que se apresentam como sendo ao vivo. Fica feio.

Aí rolou uma votação dos 415 pratos servidos para a plateia, se foi aprovado ou não, através da maquininha distribuída aos presentes. Luciano não sabia da votação, quem chamou foi Angélica. Como assim? Não era ela que não sabia que a comida seria para a plateia? E sabia da votação? O prato foi aprovado por mais de 70% dos que comeram a cumbuquinha com o tal macarrão. Mas a expressão da maioria não mostrava ter apreciado tanto assim. Nas redes sociais, soube-se que estava frio e sem gosto. Sobre a temperatura, eles deveriam ter deixado o macarrão em panelões, no fogo baixo, e a plateia ter feito fila para ser servida lá fora. Essa coisa de servir dentro do estúdio, apenas para fazer o link de um programa para o outro, é claro que não daria certo. Ninguém merece comer macarrão frio. Muito menos estando em uma plateia com a missão de garantir a animação do programa.

No mais, Ana Maria Braga, com sua sinceridade e autenticidade, valorizou o “Estrelas” dessa edição. A apresentadora, Ana Maria, como sempre, coloca todos no bolso com suas décadas de estrada, experiência de vida, força e garra para vencer desafios e críticas contrárias. Mas o “Personal das Estrelas”, com celebridades como Viviane Araújo e Anitta dividindo a cena com personal anônimo, nada acrescentou de novo. É mais uma cópia adaptada do muito que tem sido feito em outros programas, inclusive no próprio “Caldeirão”. Já Huck não quis mexer no time que vem ganhando: continua investindo no sucesso do “Lata Velha”, no que faz muito bem, já que é um quadro que sabe emocionar com sua superdose de realidade. E, também com o “Saltimbum”, no qual busca aquele público sedento da presença de celebridades em cena para dar audiência.

Agora é esperar como Angélica e Huck, na próxima semana, vão resolver esse compromisso de apresentar essa simbiose entre “Estrelas” e “Caldeirão do Huck” sem que isso não acabe se transformando numa extensão da campanha publicitária da Perdigão que o casal protagoniza e leva o título de Família Huck.

Mais "Caldeirão do Huck" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/03/caldeirao-do-huck-mae-sufoca-magoas-e.html


terça-feira, 14 de abril de 2015

“Os Experientes”: Interpretações de Beatriz Segall e João Cortês e direção ágil para roteiro sensível marcam estreia da série


“A velhice é como uma sombra que vai cobrindo a pessoa, devagarinho...”, diz uma narração cobrindo a abertura do episódio “O Assalto”, que marcou a estreia de “Os Experientes”, sexta-feira (10), na Rede Globo. E a grande estrela dessa primeira história de uma série de quatro ficou por conta de Beatriz Segall, numa interpretação magistralmente emocionante e contidamente dramática. A seu lado, João Cortês, até então conhecido por ser garoto-propaganda ruivo de uma operadora de telefonia, não se deixou intimidar e mostrou talento diante da grande atriz.

Na história, seus personagens, Yolanda e Kléber, veem seus destinos se cruzarem durante um assalto a um banco onde a idosa senhora está fazendo uma transação e o jovem, que faz parte da quadrilha, acaba sendo deixado para trás pelos outros dois comparsas. Em meio às negociações com a polícia, ela, como médica, acaba se envolvendo com a história do ingênuo aprendiz de assaltante baleado enquanto trata do seu ferimento. E revela seus próprios dramas do passado.

A linguagem cinematográfica tensa deixa clara a assinatura de Fernando Meirelles na direção geral, ao lado de Gisele Barroco e também do criador da série, Quico Meirelles. Assim como já se viu em outras produções no cinema, como no filme “Tropa de Elite 2”, o episódio de estreia teve seu momento de crítica ao fazer uma paródia de programas policiais sensacionalistas da televisão, como “Brasil Urgente”, da Band, e “Cidade Alerta”, da Record, mostrando a transmissão do assalto ao vivo, conduzida por um apresentador histriônico e uma repórter esbaforida e inconveniente na ânsia de entrevistar as vítimas e o assaltante.

Com roteiro de Antônio Prata e Marcio Alemão, o programa não poderia ter título mais adequado, já que a ideia é tratar de um tema delicado que é o envelhecer, não apelando apenas para o lado sombrio, mas sim dando luz à ideia de que é possível se descobrir ou se reinventar nessa fase da vida. “O Assalto” deu uma mostra clara de que não é apenas o público adulto que será tocado, como os mais jovens também terão motivo para repensar a forma como tratam os mais velhos. Como nas sequências em que o desesperado Kléber chama Yolanda de “véia” e repete várias vezes que ela “não sabe nada da vida”. Enquanto a emocionada senhora está ali, dando a ele uma verdadeira lição de vida.


Outra série da nova programa de 2015:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2015/04/chapa-quente-ingrid-guimaraes-e-leandro.html 

domingo, 12 de abril de 2015

“Chapa Quente”: Ingrid Guimarães e Leandro Hassum acertam o tom na dobradinha em nova série da Globo


Estreia de quinta-feira (9) na Rede Globo, “Chapa Quente” teve a árdua missão de ocupar um espaço na grade da emissora que durante anos foi campeão de audiência com a excelente “A Grande Família”, o que pode ter frustrado muitos órfãos da turma encabeçada por Lineu (Marco Nanini) e Nenê (Marieta Severo). Mas, fugindo de qualquer tipo de comparação, a nova série que gira basicamente em torno das aventuras e desventuras da cabeleireira Marlene, interpretada por Ingrid Guimarães, não deixou a desejar, já que teve muitas situações que cumpriram o objetivo de qualquer comédia: fazer rir. Ou, ao menos, sorrir.

À frente do elenco também estão Leandro Hassum, no papel de Genésio, o marido folgado e desempregado de Marlene, e Tiago Abravanel vivendo Fran, o assistente do Salão Marlene’s. Hassum, mais magro, eliminou peso mas não perdeu o tempo da comédia. Claro que está mais contido nas caretas exageradas que fazia em “Os Caras de Pau”, até porque a proposta agora é outra. E Tiago, apesar dos personagens sérios que já fez em novelas e da personificação de Tim Maia nos palcos, sempre deixou no ar seu potencial para o humor. Já Ingrid é sempre Ingrid Guimarães. Mas ela pode, pois consegue imprimir sua marca de forma sempre divertida. E sua dobradinha com Hassum promete. Afinal, individualmente os dois são campeões de bilheteria nos cinemas.

Renata Gaspar teve seu momento de destaque como Josy, a manicure noiva de um traficante que tem um caso com um policial. Mas a cereja do bolo no primeiro episódio foi mesmo a participação especial de Tonico Pereira irretocável na pele de um fiscal da prefeitura que aparece para multar o salão de Marlene, numa discreta homenagem à “Grande Família”, na qual o ator interpretava o hilariante Mendonça.

Ambientada no em São Gonçalo, município na região metropolitana do Rio de Janeiro, “Chapa Quente” tem a direção afiada de José Alvarenga Jr., conhecido por já ter dirigido comédias de sucesso como “Sai de Baixo”, “Os Normais” e “A Diarista”, entre outras. E o texto do também craque no gênero Claudio Paiva é naturalmente coloquial e temperado com pitadas de piadas sobre a realidade atual do país, como quando ironiza serviços públicos e política. A sensação é de que estamos ouvindo nossas próprias falas em conversas com amigos, como no diálogo entre Marlene e Fran: “Você acha que está fácil arrumar emprego no Brasil?”, pergunta a dona do salão de beleza, referindo-se ao marido desocupado. “Ué, liga pra Dilma, você não votou nela? De repente ela encontra um emprego pra ele. Tá assim de Genésio em Brasília”, responde Fran. Também muito factual a cena em que o sargento Bigode (Lúcio Mauro Filho) e seu subordinado, Noronha (Eduardo Estrela), aparecem “filando” comida no bar da Creuza (Ana Baird). É o que mais se vê nas ruas de qualquer cidade, na hora do almoço, viaturas estacionadas próximas a esses estabelecimentos e policiais saindo deles com suas quentinhas “de graça”.

Se a audiência não chegou a atingir índices satisfatórios, com apenas 17 pontos de média, é preciso lembrar que a série pega o horário com um ibope também aquém do desejado de “Babilônia”, que nesse dia registrou média de 25 pontos, bem abaixo do esperado para uma novela do horário nobre. Resta esperar para ver se haverá uma reação e se a chapa vai esquentar mesmo no segundo episódio.


Para lembrar Análise de outras séries de humor da Rede Globo:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/06/analise-das-series-de-humor-que.html

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Sobre teledramaturgia: Não adianta querer fazer revolução ideológica e misturar conceitos que não são tratados com o devido respeito nem mesmo na vida real


Não sou cem por cento saudosista ou nostálgica, mas, de vez em quando bate, sim, uma saudade de um tempo em que assistir a novelas era uma espécie de “viagem” em que buscávamos ao menos na ficção um momento de sonhar com uma realidade que poderia não ser a ideal, mas minimamente mais compatível com aquilo que almejávamos atingir também fora do ar. O que me levou a escrever sobre esse tema é o que tenho visto no ar em “Babilônia”. Não é questão de censura. Que os novelistas continuem tendo liberdade para escrever o que e da forma que quiserem. Mas os índices de audiência apontam o tempo todo que já vivemos épocas de histórias melhores. E não adianta jogar a culpa pelo desempenho insatisfatório no ibope às novas tecnologias, dizer que hoje tem internet, TV por assinatura etc e tal. Por um tempo a internet pode ter roubado muita audiência da televisão. Mas, a partir das redes sociais isso também mudou. O que mais se vê hoje são comentários sobre os programas televisivos sendo feitos nas redes sociais simultaneamente enquanto eles estão sendo exibidos. Com direito a fotos feitas diretamente do vídeo. Assim como a TV por assinatura tem um nicho próprio que já não abastecia os canais abertos antes.

Não tem a ver com modernidade. Se assim fosse, os dramalhões mexicanos não seriam mais exibidos e reprisados à exaustão no SBT. Tem a ver com uma linha dramatúrgica coerente com o gênero folhetim, mantendo a qualidade e não desrespeitando totalmente o telespectador que, esse sim, é o verdadeiro termômetro de qualquer novela. Não adianta vir querer fazer revolução ideológica e misturar numa mesma trama uma parafernália de elementos e conceitos que ainda não encontraram o melhor caminho de serem tratados com o devido respeito nem na vida real, como acontece em “Babilônia”. Não acho que a ficção tenha que fechar os olhos à realidade. Em qualquer estudo mais aprofundado que se faça do gênero, lá no seu início fala-se e exalta-se a importância da função social que, espera-se, não lhe falte. Essa tal função social, no entanto, não deve ser confundida com uma parafernália de temas, como personagens que sofrem preconceitos, seja racial, social ou de condição sexual, misturados a tipos marginalizados, psicopatas e de caráter duvidoso.  Quando o enredo se restringe ou dá evidência demasiada a essas tramas vira um caldeirão em que fica difícil identificar a história central. Se é que ela existe.

O resultado dessa forma que se acha irreverente de querer “escrachar na cara da sociedade” ou de “escrachar na cara da família tradicional” através de uma novela pode ter como resposta do público um simples gesto: o de trocar de canal. É a liberdade de cada um agir e a liberdade do outro reagir. Que esses temas sejam tratados, sim, com liberdade, mas também com bom senso, e que não se tornem protagonistas de todo o enredo. Ou, acabarão sendo engolidos e regurgitados pelos noveleiros de plantão que realmente esperam assistir a uma história que retrate as suas realidades, mas traga inserida nela momentos lúdicos e de emoção, porque é para isso também que servem os folhetins. Ou não?

Mais de "Babilônia" em: 
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2015/04/babilonia-capitulo-investe-em-sequencia.html 


quinta-feira, 2 de abril de 2015

“Babilônia”: Capítulo investe em sequência de situações envolvendo sexo e deixa no ar qual é o verdadeiro foco da história


Parece que “Babilônia”, novela das nove da Rede Globo, está investindo em uma espécie de festival de libido. Foi o que se viu no capítulo que foi ao ar nessa quarta-feira (1), em que o que predominou foi uma sequência de cenas de sexo, concretizado ou insinuado. Logo no primeiro bloco, na continuação do encerramento do capítulo anterior, viu-se Beatriz (Glória Pires) quase ser flagrada ao trair o marido, Evandro (Cássio Gabus Mendes), com Pedro (André Bankoff), no banheiro da casa do casal em Angra dos Reis, onde acontece uma festa. E nem por isso ela deixou de concretizar o ato com mais um de seus amantes.

No mesmo evento, o cafetão Murilo (Bruno Gagliasso), chega com duas de suas prostitutas, sendo que uma delas, Helô (Carla Salle), faz programa com pai e filho, Evandro e Guto (Bruno Gissoni), respectivamente, e Inês (Adriana Esteves) se insinua para Carlos Alberto (Marcos Pasquim), com a ajuda de Beatriz. Entre uma transa e outra, houve diálogos como o de Evandro dizendo para Pedro e Carlos Alberto que faz sexo todos os dias, mas quando era mais jovem fazia três vezes por dia. E, para encerrar, Beatriz, a compulsiva por sexo, assediou Diogo (Thiago Martins), sem nem imaginar que ele é filho do ex-amante que ela assassinou no capítulo de estreia.

Ah, no mesmo capítulo ainda teve Luís Fernando (Gabriel Braga Nunes), o marido infiel que pega todas, e Karen (Maria Clara Gueiros) se agarrando no meio da casa e dizendo que estavam indo para o “quinto tempo” na cama, além de Ivan (Marcelo Mello Jr.) dispensando o aluno Rafael (Chay Suede) na praia, para encontrar um paquera que passava por ali.

Ou seja, qual é o “gancho” para que algo de novo na história aconteça no capítulo dessa quinta-feira (2) que não seja apenas relacionado a quem vai transar com quem? Espero que os seguintes tragam expectativas mais consistentes, como aconteceu na semana de estreia. No fundo, esse capítulo investiu numa sequência de situações envolvendo relações de sexo e deixou a desejar sobre qual é o verdadeiro foco da história.





Mais "Babilônia" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2015/03/babilonia-com-texto-excepcional-e-temas.html