sábado, 27 de setembro de 2014

“Império”: A volta de Adriana Birolli como intérprete de sobrinha de sua personagem na primeira fase da novela, sucedida por Lilia Cabral, tira o lúdico da ficção


Agora virou moda uma atriz jovem fazer a primeira fase de uma personagem e depois voltar como a nova geração da mesma? Há pouco tempo Bruna Marquezine fez a Helena jovem de “Em Família” e voltou como a filha dela mesma na fase seguinte, interpretada por Júlia Lemmertz, na novela das nove de Manoel Carlos exibida ano passado na Rede Globo.

Agora, em “Império”, trama subsequente de Aguinaldo Silva, vem Adriana Birolli, depois de ter feito a Marta jovem, reaparecer como sobrinha de sua própria personagem na fase adulta interpretada por Lilia Cabral. É uma nova tendência ou uma forma de economizar na hora de fechar a contratação de artistas?

Imagino se fossem fazer o remake de “O Casarão”, novela de Lauro César Muniz exibida em 1976, usando esse mesmo tipo de escalação. Os atores teriam que assinar contrato para interpretar personagens em três fases diferentes...
Por economia ou não, é um recurso que tira o lúdico da história.
                                                      

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

“Sexo E As Negas”: Miguel Falabella mais uma vez se supera ao criar um seriado em que cada um pode olhar para o próprio umbigo ou se sentir excluído do resto



Miguel Falabella parece um poço sem fundo de inspiração, criatividade e uma capacidade peculiar de retratar com um extremo bom humor e veracidade o cotidiano de pessoas de classes menos favorecidas. Tanto que o bordão “Eu odeio pobre” que Caco Antibes, seu personagem em “Sai de Baixo”, repetia no programa de humor da Rede Globo que foi ao ar durante décadas, nunca chegou a ofender ninguém. Por que havia ali uma verdade que muitos desconheciam. Como o detalhe da tia que colocava pano de prato úmido sobre os sanduíches de patê que seriam levados para a praia no dia seguinte. Sem falar nos famosos cajuzinhos das festas de aniversário e casamento. Miguel sabe descrever com riqueza de detalhes a realidade de pessoas menos favorecidas, usando de um deboche que não ofende, não desmerece, apenas faz a realidade mais leve, mais divertida.

Em “Sexo E As Negas”, seriado semanal que vem sendo exibido nas noites de terça-feira desde o dia 16, Miguel só vem reafirmar um estilo peculiar que se consolidou com “Pé Na Cova”. Aquele que poderia causar estranheza pelo tema fúnebre, mas tornou-se um dos melhores humorísticos da emissora, apostando em um elenco formado em sua maioria por atores poucos conhecidos do grande público. Lembrando sempre que a presença de Marília Pêra fez toda a diferença.

Voltando a “Sexo E As Negas”, Miguel nada mais está fazendo do que voltar ao subúrbio carioca. Se antes era o Irajá, agora é Cordovil. Se antes o ambiente festivo principal era uma funerária, agora são as quadras de baile funk e as festividades na laje. E, como anteriormente, o autor não deixa de usar sua ironia nem tão leve assim, mas muito coerente para retratar a realidade que muitos vivem.

A história gira em torno de quatro mulheres negras da comunidade, todas solteiras, com seus problemas pessoais e peculiares, em busca de um companheiro, interpretadas por Karin Hils, Corina Sabbas, Lilian Valeska e Maria Bia. Claudia Jimenez faz a amiga mor do quarteto.  Alessandra Maestrini faz uma gaúcha de sotaque super carregado e atitudes exageradas. Será que os gaúchos também vão ter direito a se rebelar por esse estereótipo bem mais forçado do que as situações que as negras vivem, retratadas no seriado? Acho que não. Acho que é o caso de cada um olhar o próprio umbigo e aprender a rir de si mesmo.

Ou, chorar, por não se identificar com ninguém.


domingo, 21 de setembro de 2014

“Dança dos Famosos”: Competição perde credibilidade na escolha de participantes e de jurados artísticos sem aval para julgar

Totalmente desnecessária a defesa que o apresentador Fausto Silva fez nesse domingo (21) sobre a eliminação de Anitta do “Dança dos Famosos” na semana passada. Ela nem deveria estar em um concurso que reúne pessoas sem a menor experiência em dança, enquanto a cantora tem anos de palco. Se ela não se considera profissional, é outra história. Mas se comporta como tal para vender seus shows e CDs. Então, não tinha que estar nessa competição. Foi injusto com os demais participantes, realmente sem a menor experiência nesse tipo de prova.

A escolha do jurado artístico também é duvidosa. Se for artístico não tem que ser formado por artistas? Jornalista não é artista. Até entendo o Flay ser jurado, ele não é celebridade, mas é um coreógrafo competente amplamente divulgado no “TV Xuxa” e até no "Caldeirão do Huck".  Entende do assunto. Já os demais... Ter coluna de TV ou social faz de alguém uma celebridade com aval para ser jurado de uma competição em programa de rede nacional, quiçá internacional?   

O programa deve rever a escolha dos participantes e, principalmente, da seleção do corpo de jurados artísticos.



segunda-feira, 15 de setembro de 2014

“A Fazenda”: Programa continua investindo no histórico de sub-celebridades, em provas criativas, na beleza das imagens do cenário natural, mas deve ficar atento ao estresse que o show pode causar nos animais


A sétima edição de “A Fazenda” que estreou nesse domingo (14) na Rede Record, sob o comando de Brito Jr., já começou trazendo um elenco que não diferencia em muito das temporadas anteriores em termos de famosidade. Entre os 16 participantes, em meio a muitos famosos desconhecidos, estão uma ex-Panicat, uma ex-Paquita, um ex-Menudo e o dono de uma boate paulista já envolvido em denúncias de prostituição no estabelecimento. De cara, ele já polemizou ao afirmar: “Uma balconista que ganha R$ 600 por mês, se chegar um senhor na loja e oferecer R$ 2 mil, ela não vai aceitar?”. Saia justa na ala feminina.

Uma das primeiras atividades coletivas do grupo foi sentar-se à volta de uma fogueira, na qual deveriam “queimar” o que desejavam deixar para trás ao entrar no jogo. Aí foi o auge de situações surreais que costumam permear o comportamento dessas “celebridades da mídia” que participam desse reality da Record. O desafio era cada um pegar um pedaço de lenha, escrever o seu desabafo e jogar no fogo. Teve o ex-Menudo criticando o empresário do grupo e bradou o seu “Não” à pedofilia. Oi?

Teve também o jornalista que chorou ao contar que recebeu o convite para participar do programa uma hora e meia após o enterro de sua mãe. Vem cá, se ele está sofrendo tanto, por que aceitou participar? Aí vieram outras com discursos contra preconceitos que se abraçaram e choraram juntas sem ninguém entender nada. Mas a melhor mesmo foi a outra que, na hora de dizer o que queria deixar para trás, gritou: “Eu odeio sapos!”. Como assim, gente?

Inegavelmente, o cenário natural continua deslumbrante e a primeira prova já mostrou que a criatividade da produção continua em alta. Agora, a pergunta que não quer calar: por que todo participante de reality show se comporta como se nunca tivesse visto uma piscina na vida? E o que aquela outra de cabelo roxo quis dizer quando berrou para a câmera, no final do programa: “Chupa Brasil, que nós estamos aqui!”. O Brasil conhece ela?

Outra: deu pena ver uma ema correndo assustada na hora que os participantes saíram da casa, aos gritos, para encontrar Britto Jr. no palco. Nenhum deles percebeu o pânico da ave. Sem falar que já teve até uma participante dizendo que morre de medo de bicho, até de galinha. Com certeza, é preciso ficar de olho, principalmente no trato de cada um deles com os animais.

Mais "A Fazenda" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/09/a-fazenda-6-strip-tease-em-ultima-festa.html


sábado, 6 de setembro de 2014

“Zorra Total”: Mais enxuto, programa apresenta maior cuidado tanto na produção quanto no roteiro e na seleção do elenco


Há tempos não assistia ao “Zorra Total” do início ao fim. Esperava para acompanhar apenas alguns quadros com atores recém lançados que realmente chamavam a atenção, como Rodrigo Sant’Anna, Thalita Carauto e Katiuscia Canoro, sem falar no humor profissional e conhecido há tempos de Fabiana Karla e Nelson Freitas, entre outros atores comediantes de primeira linha. No mais, acabava zapeando, não só pelas situações repetitivas, mas principalmente por não aguentar mais aquela linha que o programa seguiu durante muito tempo de explorar mulheres seminuas e piadas sem qualquer conteúdo.

Pelo programa que assisti nesse sábado (6), percebi que o programa está com um tempo de duração mais curto, está mais enxuto, mas muito melhor produzido. Com uma direção de arte nos cenários mais cuidadosa, roteiro mais criativo e um elenco de figurantes mais seletivo. Muito bom também ver outros atores como João Carlos Barroso e Luís Salém contribuindo. Além da figura sempre marcante de Paulo Silvino, um comediante que faz parte da história dos programas da televisão brasileira. Muito bom ver a equipe de roteiristas, o elenco e a direção capitaneada por Maurício Sherman estar buscando essa nova linha.


Mais "Zorra Total" em: 
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/01/zorra-total-janete-e-valeria-com.html 

Leia também entrevistas de TV no meu blog Na Folha dos lagos Digital: 
http://www.folhadoslagos.com/blogs/elena-correa/ana-paula-padrao-a-receita-de-uma-jornalista-que-sai-do-telejornal-para-um-reality-de-culinaria#.VAvI0VdDiSo