sábado, 31 de maio de 2014

“Meu Pedacinho de Chão”: Intérprete de Zelão, Irandhir dos Santos é mais um excelente ator que Luiz Fernando Carvalho traz dos palcos e do cinema para a TV

Luiz Fernando Carvalho, com seu estilo ousado, corajoso e detalhista, não teve receio de se arriscar ao recriar uma história, que já era lúdica nos anos 70, com uma roupagem que surpreende a nostálgicos e contemporâneos na versão inovadora de “Meu Pedacinho de Chão”. O elenco todo está tendo vez para mostrar suas construções ímpares para cada personagem, mas, essa semana, sem dúvida, o grande destaque da novela das seis da Rede Globo ficou com o ator Irandhir Santos, intérprete de Zelão.

A cena em que o capataz do coronel Epaminondas (Osmar Prado) transformou-se em um novo homem para ser o segurança pessoal de Ferdinando (Johnny Massaro), sempre pensando no seu amor pela professorinha Juliana (Bruna Linzmeyer), foi de uma plasticidade ainda não vista nem em novelas do horário nobre.

A sequência atingiu seu ápice no capítulo de sexta-feira (30) e voltou a repercutir no desse sábado (31). O trabalho corporal de Irandhir Santos, ajudado pelo figurino e em perfeita sincronia com seu gestual também traduzido em cada olhar, fazem de Zelão um dos personagens mais marcantes nesse momento da trama de Benedito Ruy Barbosa.

Sem falar que não poderia ter sido mais feliz a escolha da música “Aranjuez, Mon Amour”, um clássico dos anos 60, reforçando a carga de emoção de cada cena de Zelão, um típico anti-herói que conquista o público. Mas que não conseguiria atingir esse feito se não tivesse um intérprete à sua altura, como é o caso de Irandhir, um ator com larga experiência em teatro e cinema, agraciado com muitos prêmios nessas áreas, e que fez sua estreia na TV em “A Pedra do Reino”, em 2007. Não por acaso, uma minissérie dirigida também por Luiz Fernando Carvalho.


Mais "Meu Pedacinho de Chão" em:
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Leia também minha coluna/blog de TV na Folha dos Lagos:
http://www.folhadoslagos.com/blogs/elena-correa/bruna-lombardi-amor-so-e-bom-quando-e-cada-vez-melhor#.U5OFJnYpuSo

terça-feira, 27 de maio de 2014

“Encontro Com Fátima Bernardes”: O desejo pelo estrelismo vai ofuscando a história da jornalista para dar espaço apenas à sua fase de querer ser mais uma celebridade


Fátima Bernardes não consegue mais disfarçar: ela não é a jornalista que sonhava se tornar apresentadora; ela é a jornalista que almeja alçar o posto de celebridade. Essa semana, as evidências estão se sucedendo. Ao comandar o seu “Encontro Com Fátima Bernardes” na segunda-feira (26) diretamente da Granja Comary, em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, onde a seleção brasileira está concentrada, ela mostrou que não se conforma em perder o título de Musa da Copa, que ganhou em 2002. Mais uma vez, falou mais do que o entrevistado, no caso, o técnico Luiz Felipe Scolari, o Felipão.

Já nessa terça-feira (27), Fátima extrapolou ao se colocar como personagem principal do seu programa em que o tema era em prol de mais uma campanha contra o câncer, promovida pela Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia. Tanto ela quanto seus convidados: Du Moscovis, José Loreto, Mônica Martelli e Lair Rennó, apareceram no vídeo com suas versões carecas computadorizadas. “Tudo que ajuda a diminuir o preconceito é muito bom”, afirmou Fátima. Mas então, se é para lutar contra o preconceito, por que a sua imagem estava totalmente photoshopada? Por que junto com os cabelos, desapareceram todas as rugas, ou sinais dos tempos?

O que valeu mesmo foi a presença do cantor baiano Saulo, que literalmente raspou o cabelo para a nova campanha em prol das crianças do Hospital da Criança Martagão Gesteira, em Salvador, na Bahia. A iniciativa, aliás, chama-se “Só Falta Você”, título de uma música do cantor, e pretende arrecadar fundos para o setor de oncologia pediátrica da instituição, considerada pioneira no país.

Só Falta Você ajudar na campanha sem photoshop, sem máscaras, sem estrelismo. Ou o desejo pela fama vai macular aos poucos a história da jornalista para dar espaço apenas à nova fase de celebridade.

Leia mais na minha coluna de TV na Folha dos Lagos: 
http://www.folhadoslagos.com/blogs/elena-correa/luma-costa-ate-hoje-nao-sofri-preconceito-por-interpretar-uma-stripper-casada-com-outra-mulher#.U4UuB3YpuSo 



segunda-feira, 26 de maio de 2014

“Programa Silvio Santos”: Apresentador deita e rola ao assumir liderança no Ibope em confronto com “Superstar”, da Globo


Dizer que Silvio Santos deve estar rindo à toa seria redundância. O sorriso constante é uma marca do dono do SBT e um dos apresentadores mais carismático da televisão brasileira. Mas no momento ele está tendo um motivo a mais para deitar e rolar: pela quarta semana consecutiva o seu “Programa Silvio Santos” assume a liderança da audiência, deixando como vice “Superstar”, competição musical da Rede Globo.

Nesse domingo (25), das 23h12 à meia-noite e um minuto, o SBT registrou 13 pontos de média, contra 11 pontos da concorrente, segundo o Ibope. No total foram 18% a mais de audiência, fechando o mês de maio com a liderança isolada. Curiosamente, no primeiro domingo do mês, dia 4, Silvio Santos já se mostrava inspirado, provocando a concorrência, conforme registrei em minha timeline no Facebook. Primeiro o apresentador largou essa pérola para suas bailarinas: “Vocês são muito mais bonitas do que aquelas meninas lá do Faustão”. E, após gargalhar com o quadro “Cassetadas Engraçadas”, mandou mais um recado para Fausto Silva: “Essas, sim, são engraçadas, não são aquelas cassetadinhas lá do Faustão. Ele bobeou, eu fui lá e comprei as melhores”.

Silvio ainda não conseguiu bater o “Domingão do Faustão”, mas, fazendo exatamente tudo o que sempre fez em seu programa, está deixando o “Superstar” cada vez mais fora do ritmo. O que se leva a concluir que não foi o programa do SBT que melhorou, e sim a atração da Globo que não está agradando. E motivos para isso não faltam. Desde a estreia, as regras da competição nunca ficaram claras para o público. A própria apresentadora, Fernanda Lima, parece confusa no palco. A tal interatividade com o público via internet não funciona como deveria, provocando comentários nas redes sociais de que é manipulada. E entre os jurados, Dinho Ouro Preto é o mais coerente nos comentários, embora tenha fixação por baixos e guitarras; Fábio Jr. parece ter mergulhado no Youtube para “entender” o estilo de cada banda; e Ivete Sangalo de vez em quando meio que encarna a Maria Machadão, a dona do Bataclan que ela interpretou em “Gabriela”, e dá a sensação de que ela está se sentindo a dona da bancada.

Enquanto isso, Silvo Santos continua liderando e perguntando para sua plateia: “Quem quer dinheiro?”. E ganhando audiência com quadros bizarros, como um que, ironicamente, se chama “Os Velhos Se Divertem”.



Leia também minha coluna de TV na Folha dos Lagos:
http://www.folhadoslagos.com/blogs/elena-correa/luma-costa-ate-hoje-nao-sofri-preconceito-por-interpretar-uma-stripper-casada-com-outra-mulher#.U4O4mnYpuSo


sexta-feira, 23 de maio de 2014

“Segunda Dama”: Heloisa Périssé está segura ao interpretar gêmeas opostas, mas série ainda não encontrou o tom certo ao tentar fazer humor no drama, e vice versa



Heloísa Pérrisé está cumprindo com competência a tarefa de protagonizar duplamente a história de Analu e Marali, as irmãs gêmeas separadas na infância na série “Segunda Dama”, exibida nas noites de quinta-feira na Rede Globo. No primeiro episódio, exibido no dia 15, as duas se reencontram, 30 anos depois, e resolvem trocar de papeis. Analu, apesar de milionária, casada e com um filho, tem uma vida vazia e solitária, enquanto Marali é a pobretona solteira que mora no subúrbio carioca e tenta sobreviver vendendo sacolé na praia. E é aí que começam as peripécias que cada uma enfrenta ao encarar universos totalmente diversos daqueles onde cresceram.

Apesar de conseguir acentuar a diferença entre Analu e Marali, mostrando amadurecimento na dramaturgia, é visível que a atriz está muito mais à vontade quando interpreta a suburbana. Desenvoltura essa que ela já tinha mostrado em seu trabalho anterior como a cabeleireira Monalisa de “Avenida Brasil”, novela de autoria de João Emanuel Carneiro, que agora também está fazendo a supervisão do texto de Paula Amaral e Isabel Muniz, e que tem Heloísa como co-autora. Sem falar que é no subúrbio também que Marali tem a parceria de Edinéia, a outra vendedora de sacolé interpretada pela ótima Elizângela. Apesar de que, na mansão, Zezeh Barbosa e Carolina Pismel também estão cumprindo muito bem os seus papéis como Ditinha e Ceição, respectivamente, empregadas de Analu.

O segundo episódio, exibido nessa quinta-feira (22), no entanto, pecou em vários momentos em que o humor passou longe. Tudo bem que o diretor geral Carlos Araújo já tinha avisado que seria um programa com drama, suspense e comédia. Mas na festa promovida pelo filho de Analu, o arrogante e baderneiro Greg (João Pedro Zappa), chantageando e escrachando a tia Marali, o que se viu foi uma sequência deprimente, apesar das tentativas de ser engraçada. Foi exagerada a cena de Marali se lambuzando na cama elástica da festa, assim como foi a de Analu levando lama na cara ao pegar uma van que atolou. Ficaram longe de poderem ser chamadas de pastelão. Estavam mais para apelação.

É bem verdade que o lado sério foi bem desenvolvido nas cenas mostrando a precariedade do sistema de saúde no país, quando a verdadeira Analu, na pele de Marali, padeceu para conseguir atendimento em um hospital. Assim como a realidade contestável de quem usa da amizade com “chefes do morro” para resolverem questões pessoais, como quando Marali, na pele de Analu salvou Greg de ser executado por marginais porque o chefe da quadrilha era um ex-namorado dela. Mas, ficou a sensação de que a série ainda não encontrou o tom certo ao tentar fazer humor no drama, e vice versa.

Nesses dois episódios também já foram apresentados outros atores do elenco principal, como Dan Stulbach, numa boa construção de Paulo Hélio, marido de Analu paranóico com seu medo de contrair doenças. E José Loreto, que por enquanto só teve tempo de mostrar seu físico sarado na praia no papel de Kaíke, o amante da gêmea rica. A grande expectativa agora é mesmo em torno da entrada da atriz Laura Cardoso, interpretando a viúva milionária mãe de Paulo Hélio. Afinal, Laura é hour concour em qualquer programa que participe.




quarta-feira, 21 de maio de 2014

“Em Família”: Humberto Martins deixa registrado seu talento ao ser o primeiro a encarar de frente com competência uma das muitas Helenas do autor Manoel Carlos



Humberto Martins finalmente teve seu momento de mostrar a que veio na novela das nove da Rede Globo, “Em Família”, no capítulo dessa quarta-feira (21). Através de um diálogo contundente do autor Manoel Carlos, o ator teve o seu momento de mostrar que não é apenas o ator que balbucia textos água com açúcar quando faz o mocinho, ou que só se sobressai aos mostrar o belo físico em cenas de personagens descamisados nas novelas de Carlos Lombardi. Humberto vem reafirmar um amadurecimento e um reconhecimento do público que ele já vinha conquistando desde que encarnou com muita competência o Nassib do remake de “Gabriela”, revivendo com tamanha competência um personagem que tinha sido um marco na interpretação de Armando Bogus no original, de 1975.

A cena citada anteriormente tem valor pelo texto, mas não teria o mesmo valor se não ganhasse a carga emocional dada pelo ator. O Virgílio de Humberto engoliu até mesmo a Helena de Júlia Lemmertz. Palmas para o ator. Palmas para o autor, muito citado ao longo de anos por escrever apenas para mulheres. Maneco, nessa cena, deu uma voz reivindicada por intérpretes de muitos outros intérpretes de personagens masculinos de outras tramas suas.

As muitas Helenas de Maneco precisavam ouvir o que essa última está ouvindo. E os muitos parceiros de outras tantas Helenas, com certeza, tiveram vontade de dizer na sua cara o que Virgílio disse. Cansado de viver com o fantasma de Laerte (Gabriel Braga Nunes), perseguindo a mulher, que não se desliga do passado, ele desabafa: “Culpa que você acha que tem por essa cicatriz que eu carrego aqui e que me dói muito menos do que a que você tem aí, no seu coração! Cansei de comer poeira! Para mim, chega!”.

Se Júlia Lemmertz ficará lembrada como a última Helena na ficção de Manoel Carlos, depois que sua mãe, Lilian Lemmertz, fez a primeira, Humberto Martins poderá ficar lembrado como o último que teve coragem de peitar esse personagem de forma tão complexa e vigorosa.


Leia Também minha coluna na Folha dos Lagos:
http://www.folhadoslagos.com/blogs/elena-correa/luma-costa-ate-hoje-nao-sofri-preconceito-por-interpretar-uma-stripper-casada-com-outra-mulher#.U34boXYpuSo 



segunda-feira, 19 de maio de 2014

“Meu Pedacinho De Chão”: Direção geral e de arte audaciosas, texto irretocável e interpretações comoventes fazem da novela das seis uma fábula que inova com competência no universo dos folhetins


Há um mês no ar, “Meu Pedacinho de Chão”, novela das seis da Rede Globo, pode ter causado estranheza em alguns telespectadores devido à sua linguagem inovadora no horário. A história, de autoria de Benedito Ruy Barbosa, é uma releitura vista sobre outros ângulos do ponto de vista do mesmo autor que escreveu a novela original de 1971. Naquela época, foi exibida em preto e branco simultaneamente na Globo e na TV Cultura e era classificada como o primeiro folhetim educativo da televisão brasileira. Agora, sob o olhar minucioso e detalhista do diretor Luiz Fernando Carvalho, a trama ganhou não apenas cores com também ares de fábula.

É uma novela em que a direção e produção de arte disputam lado a lado o posto de destaque com o talento do excelente elenco. E, com uma atmosfera tão rica e lúdica, com certeza a responsabilidade dos atores corresponderem é ainda maior. Ali não há protagonista. O desafio é o mesmo para todos, veteranos ou iniciantes. E todos estão mostrando estarem se revirando pelo avesso para fazerem de cada personagem uma peça fundamental ao bom funcionamento de toda a engrenagem.

Antonio Fagundes, com seus passinhos sacudidos e bigode fininho, de longe lembra o galã de outras gerações. Rodrigo Lombardi, com voz anazalada, cabelo e barba pouco atraentes, demonstra abrir mão com o maior prazer do posto de galã de geração mais recente. Juliana Paes está, sem dúvida, tendo uma chance inquestionável de mostrar que não é apenas uma atriz que exibe boa forma e apelo sensual, mas que também tem potencial para criar uma personagem cheia de trejeitos, cacoetes e carregada de emoção como é a sua Catarina.

Mas, sem dúvida, quem reina soberano nessa história em que há espaço para todos brilharem ainda é Osmar Prado, que, com sua interpretação irretocável, fez do coronel Epaminondas o dono da história. E o mais impressionante é que Osmar não está engolindo nenhum outro ator. Ao contracenar com ele, todos crescem. E é aí que vem a sua soberania. O ator está sendo o máximo onde só há ótimos.

É admirável ainda perceber a dramaturgia que corre nas veias dos jovens atores.  Nesse rol estão dois nomes que se destacam: Johnny Massaro, com carreira até então mais voltada para o teatro e Irandhir Santos, com vasta experiência em cinema. O talento e o carisma de Johnny, interpretando Ferdinando, filho de Epaminondas, ficam gritantes não apenas nas cenas em que as lágrimas brotam de seus olhos no sofrimento, quanto na emoção que exala nos momentos de contentamento do personagem.  E Irandhir, no papel de Zelão, peão nas terras do coronel, não precisa nem de falas para surpreender, ele parece dizer todo o texto através do olhar.

É uma novela em que não há espaço para qualquer tipo de ego pessoal. Sente-se o esforço e o prazer do trabalho em equipe de todos os envolvidos em todos os núcleos. Luiz Fernando Carvalho, que já assinou a direção de trabalhos memoráveis como “Hoje É Dia de Maria” e “Pedra do Reino”, é um nome que deve, ou deveria ser, marcado pelo público que clama por mudanças no universo das telenovelas. E Benedito Ruy Barbosa está irretocável no texto, que trata de curiosidades simples, como quando foi ensinada a receita de como se faz uma manteiga caseira (a cena me fez lembrar de minha avó, batendo a nata acumulada do leite para fazer a mesma, mil vezes mais saborosa do que a industrializada) e também elucidativo na questão da importância de todo trabalhador ter sua Carteira de Trabalho assinada pelo patrão. O autor está cumprindo o que prometeu no lançamento da novela: “Eu pensei em fazer um remake, mas quando estava começando a trabalhar, pensei assim: é uma oportunidade de dizer coisas que a Censura não deixava. E pude começar a falar de política, saúde, educação. Essa novela não tem nada da outra, só os nomes dos personagens e da localidade”, afirmou.




quinta-feira, 8 de maio de 2014

“Encontro Com Fátima Bernardes”: O alto astral de Jair Rodrigues não justifica interromper um pai que quase perdeu a filha para dar a notícia da morte do cantor



Fátima Bernardes, na ânsia de ser uma das primeiras a dar no ar a notícia da morte de Jair Rodrigues na TV aberta nessa quinta-feira (8), nada mais fez do que dar uma demonstração de falta de experiência como apresentadora de entretenimento no seu “Encontro Com Fátima Bernardes”, na Rede Globo. Interromper um programa para dar uma notícia de relevância é quase obrigação de qualquer apresentador, mas é preciso também ter o mínimo de sensibilidade para avaliar o momento para fazer isso. O alto astral de Jair Rodrigues não justifica interromper um pai que acaba de quase perder a filha para dar a notícia da morte do cantor.

Fátima fez isso justamente no meio da entrevista com os pais das brasileiras vítimas da queda no Circo Ringling Brothers, Stefany Neves, 19 anos, que sofreu fraturas no fêmur, nos tornozelos e em uma costela, que provocou uma hemorragia interna e de Dayana Costa, 22 anos, que foi operada na coluna e Widny Neves, 25 anos, que teve ferimentos no pescoço, na coluna e fratura nos braços. O clima era de apreensão pela recuperação das meninas que ainda estão internadas. E o pai de Widny se comunicava com a acrobata, que falava por telefone dos Estados Unidos, onde houve o acidente e onde as vítimas estão internadas no hospital de Rhode Island, quando Fátima o interrompeu.

Talvez a apresentadora tenha esquecido que não estava na bancada do “Jornal Nacional”, em que a notícia de uma tragédia se sobrepõe a outra, já que as reportagens estão gravadas. E, o ao vivo, interrompe o gravado. Ali, ela estava ao vivo diante de pessoas ainda apreensivas e reunindo forças para lutar contra o fantasma da morte que rondou suas famílias. Suas filhas, mais exatamente. Ela interrompeu um pai que estava falando com a filha que acabou de escapar de morrer num acidente grave.

Em seguida, completamente perdida, Fátima chamou o Jota Quest para cantar. “O show não pode parar”, afirmou ela, em clima de festa, usando o bom e velho chavão, mas sem a devida entonação que o mesmo merece nessas situações. Só que ela esqueceu que o pai da acrobata não estava ali para participar de um show. Ou será que estava?


Leia também minha coluna no Folha dos Lagos Online:
http://www.folhadoslagos.com/blogs/elena-correa/xuxa-minha-mae-fazia-de-tudo-para-todos-nos-termos-festa-de-aniversario-mesmo-que-o-bolo-fosse-de-mentirinha#.U2lIdHY0jfM


terça-feira, 6 de maio de 2014

“Geração Brasil”: Autores colocam informática e tecnologia a serviço de recursos que garantem sucesso em qualquer estreia, como glamour e humor



Há dias, quando a Rede Globo começou a veicular as chamadas de “Geração Brasil”, ao ver Murilo Benício e Cláudia Abreu em cena formando o casal protagonista da nova novela das sete, a primeira coisa que pensei foi que viria aí uma reedição do Tufão de “Avenida Brasil” e da Chayenne de “Cheias de Charme”. A comparação parecia inevitável. Mas a trama escrita por Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, que estreou nessa segunda-feira (5), veio reafirmar que os autores, que estão em sua segunda novela, a primeira foi “Cheias de Charme” em 2012, já têm uma grife própria. Apesar da repetição de nomes do elenco de sua novela anterior e do estilo já conhecido, a dupla conseguiu dar o pontapé a uma nova história. E, o que é melhor e mais difícil: apostando em um tema ultra contemporâneo, que é a informática a serviço da diversidade de mídias, usando uma linguagem ágil e acessível até ao público mais leigo no assunto, diálogos criativos e situações cômicas.

A novela do núcleo de Denise Saraceni soube usar no tempo certo os efeitos especiais ao exaltar os incríveis avanços tecnológicos e também foi uma boa jogada usá-los na apresentação dos personagens principais. Esse recurso, unido ao flashback que mostrou de onde partiu a história, facilitou o entendimento do envolvimento de Jonas Marra com os jovens das tramas paralelas daqui para frente. A proposta foi tão bem entendida, que até o over de alguns personagens fica justificado.

Tem tudo para dar certo no horário a fórmula que mistura, com uma boa dose de humor, festas glamourosas, figurinos fashions, infidelidade amorosa e profissional, alpinistas sociais e jovens sonhadores classe média em confronto com filhinhos de papai. A viagem intergaláctica na abertura, com uma nave sobrevoando o Brasil trazendo abelhinhas que representam as novas tecnologias chegando e transformando tudo em pixel, ficou divertida ao som de “País do Futebol”, cantada por MC Guime. E o título, acompanhando o clima, foi estilizado, ficando G3R4Ç4O BR4S1L.

No elenco, marcado pela versatilidade, destacaram-se na estreia não apenas Murilo, Cláudia e Isabelle, como também Luís Miranda, que já é um caso à parte ao fazer Dorothy, a mãe de Brian, o vidente e guru de Jonas vivido por Lázaro Ramos. Em mais um bom momento está Humberto Carrão, interpretando Davi, um jovem sem recursos que sonha democratizar a informatização, e Taís Araújo, que faz Verônica, a ex-garota-propaganda e jornalista que batalha por um emprego de repórter para poder sustentar o filho. Momento revelação-cômica fica para Rodrigo Pandolfo, fazendo o histriônico Shin-Soo, o coreano repórter de celebridades na Parker TV.

Para quem não assistiu ao primeiro capítulo, a história principal gira em torno de Jonas Marra (Murilo Benício), uma espécie de Steve Jobs brasileiro que foi morar nos Estados Unidos para desenvolver um computador de baixo custo e fácil acessibilidade. Depois de ter construído um conglomerado de tecnologia no Vale do Silício conquistado uma legião de fãs, ele resolve voltar a morar no Brasil com a mulher, a star Pamela Parker (Cláudia Abreu) e a filha mimada e rebelde Megan (Isabelle Drumonnd). No retorno, além de abrir uma competição entre jovens candidatos ao título de Novo Marra da tecnologia, Jonas ainda terá que encarar os fantasmas que ocultam sua fuga do país anos atrás. E aí ficou o gancho no fim do primeiro capítulo.

No elenco ainda estão Renata Sorrah, Aracy Balabanian, Luís Carlos Miéle, Ricardo Tozzi, Luiz Henrique Nogueira, Chandelly Braz, Titina Medeiros, Fiuk, Débora Nascimento e Leandro Hassum, entre outros.



Leia também minha coluna de TV no Folha dos Lagos Online:
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