terça-feira, 5 de março de 2013

“Salve Jorge”: Tentativa de fazer Lucimar se redimir na omissão como mãe de Morena transforma a personagem numa mulher impulsivamente ignorante e incoerente


Dira Paes protagonizou uma cena que prova com todas as letras o velho ditado que diz que “a emenda é pior que o soneto”. No capítulo dessa segunda-feira (4), de “Salve Jorge”, novela das 21h da Rede Globo, Lucimar, a personagem da atriz beirou ao cúmulo da burrice ao achar que poderia enfrentar Vanda (Totia Meireles), uma das chefonas de uma organização criminosa internacional, usando apenas um canivete. Depois de mostrar total falta de sensibilidade diante de Morena (Nanda Costa), quando a mesma voltou com um comportamento estranho da Turquia, apenas porque estava mais entusiasmada em conquistar o Russo (Adriano Garib), Lucimar, lembrou-se que tinha uma filha somente após saber da notícia da morte da mesma.

Curioso é ela, de repente, começar a se comportar como se estivesse fazendo parte de uma dessas séries policiais americanas, como “CSI”, “Law & Order” ou “Cold Case”. Dar um final feliz a esse tipo de atitude como o de Lucimar que, do nada, resolveu enfrentar os bandidos cara a cara, é suicídio certo. Felizmente nesse quesito a autora da novela, Glória Perez, não titubeou e fez o que tinha que ser feito, não estimulando tal tipo de vingança pelas próprias mãos.

Não que isso redima a autora de ter exagerado nas muitas vezes em que colocou na boca da personagem um discurso separatista e defensivo de “pessoa que mora no morro” e, por tal condição, sofre mais que qualquer outra pessoa no mundo, arca com as maiores atrocidades do mundo, conhece a vida mais do que ninguém no mundo. Esse tipo de apologia ao tal “sou o mais ferrado do mundo” não cola mais nem na ficção nem na vida real. Soa mais como o batido “Eu podia estar roubando, mas estou pedindo”. Alguém ainda cai nesse discurso pronto?

Curioso nessa novela é que, na maioria dos casos, apenas os personagens periféricos guardam a verdade. Nessa questão, é o caso de Sheila (Lucy Ramos). Será que, no final, eles terão tal importância valorizada? Podem representar um estímulo ao tal “Disque Denúncia”. Tomara que a novela cumpra essa função social nesse sentido. Mas tomara também que não se perca e tenha discernimento e humildade na hora na hora de redimir tantas falhas cometidas ao longo desses meses.

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