“Casseta & Planeta Vai Fundo”: Um ano e meio fora do ar, humorístico volta pegando leve nas piadas e com programas temáticos

Após um ano e meio fora do ar, a turma do “Casseta & Planeta” voltou à programação da Globo nessa sexta-feira (30), trocando o “Urgente” do título anterior pelo “Vai Fundo”. Apesar de a fase do “Urgente” ter ido sempre muito mais fundo do que mostrou a nova, agora pegando mais leve e fazendo programas temáticos. O de estreia teve como foco “celebridades”. A apresentação ficou por conta de uma paródia do casal Angélica e Luciano Huck, feita, respectivamente, por Beto Silva e Claudio Manoel. Beto foi a Lourangélica e Claudio o Narigano Huck.

Até aí tudo bem. Mas não convenceu a matéria inicial anunciando que a mansão de Edson Celulari seria invadida por fãs. O interior da casa era tão cenográfico que não convencia nem um leigo na área. Se era para ser fake, que o ator fizesse um personagem e não fingisse ser ele próprio em “sua casa”. Melhor fez Susana Vieira, que só mostrou a fachada.

Novo integrante da troupe, Gustavo Mendes, descoberto na internet no site Kibe Loco, não funcionou na TV com sua versão da presidenta Dilma. Fabiana Karla faz bem melhor com sua Dil Maquinista no “Zorra Total”. Assim como o quadro “Mona Lesa Entrevista” pareceu deslocado em um programa com a tradição do “Casseta”. Miá Mello mais parecia uma repórter do TV Fama, programa de fofocas da Rede TV!, ou uma versão feminina de Danilo Gentili quando ele fazia o repórter inexperiente e atrapalhado no começo do “CQC”, da Band.

Os bons tempos foram revividos na paródia sobre subornos na área de saúde. E, para alegria geral da Nação, não repetiu pela milionésima vez que “o caso foi denunciado pelo ‘Fantástico’”, coisa que ninguém mais aguenta ouvir meia dúzia de vezes diariamente nos telejornais da Globo. Já Maria Melilo, a ex-BBB, fez o papel da Conceição da música de Cauby Peixoto: “Se subiu, ninguém sabe, ninguém viu”. Maria Paula continua sem substituta.

Para entender, após 18 anos no ar, o "Casseta & Planeta, Urgente" saiu da programação da Globo em dezembro de 2010. Foi quando Hubert, Helio de la Peña, Beto Silva, Reinaldo, Claudio Manuel e Marcelo Madureira resolveram tirar férias e reformular o programa. De volta, agora o programa será exibido por temporadas, essa primeira com 12 episódios, e cada edição terá um tema diferente. Depois de falar sobre celebridades na estreia, outros temas serão família, amor, maracutaia, ecologia e música na primeira temporada.

Depois de anos sob a direção de José Lavigne, a direção de núcleo agora é de Mauricio Farias e a direção geral de Claudio Manoel. Esse último, aliás, fará falta em sua interpretação do Seu Creyson, que não voltará à cena. Assim como as sátiras das novelas, um dos pontos altos do programa durante anos. É aguardar para ver se a fase “Vai Fundo” vai superar a era “Urgente”. 

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“As Brasileiras”: “A Indomável do Ceará” teve romance e aventura tratados com humor, mas sem se tornar bizarro

Rodrigo Santoro e Alice Braga fizeram toda a diferença em “A Indomável do Ceará”. Não apenas por serem atores brasileiros que já fazem parte de um casting internacional e são respeitados por seus trabalhos tanto na televisão quanto no cinema americanos, mas por terem mostrado que tem talento e são bons no que fazem ao interpretarem uma delegada e um foragido da prisão no episódio da série "As Brasileiras” que foi ao ar nessa quinta-feira (29), na Globo. Além, claro, de terem a tal química tão necessária.

Depois de tanto besteirol exagerado nessa série, esse foi o que menos extrapolou e o que chegou mais próximo a uma linguagem de cinema. Também o que melhor explorou as belezas do lugar em que foi ambientado. Não que as locações anteriores não tivessem sido belíssimas, mas não foram tão mostradas no decorrer da história quanto foram as do Ceará. E olha que o estado nada tinha a ver com os protagonistas: ele nascido na cidade fluminense de Petrópolis e ela, paulistana da gema.

No episódio, Mirtes (Alice) é uma delegada que tem como braço direito a policial Jupiara, personagem-chave vivida por Carla Daniel, que protagoniza vários momentos cômicos. Apesar de durona e arredia, Mirtes não resiste e acaba se envolvendo por um bandido de alta periculosidade foragido da prisão conhecido como Carioca (Rodrigo). “Se eu não tenho medo de cara feia, imagina de cara bonita”, diz ela, antes de se apaixonar.

Diferentemente dos episódios anteriores, esse teve romance e aventura tratados com humor, mas sem se tornar bizarro. E a narração de Daniel Filho também foi mais discreta. Depois que Mirtes e Carioca acabam ligados, literalmente, por algemas, os dois assumem a paixão. E acabam tendo um final feliz: “Eu não vou mais me separar de você”, afirma o galã.

O episódio “A Indomável do Ceará” teve direção de Cris D´Amato e também contou com a participação de Luka Ribeiro, Babu Santana e Gerson Lobo. Agora é torcer para que os próximos episódios tenham o mesmo tratamento.

“Big Brother Brasil 12”: Num reality show no qual quem decide é o público, os telespectadores continuam sendo ignorados

Não é preciso nem esperar a final para se chegar à conclusão de que o ponto alto desse “Big Brother Brasil 12” foi a total falta de respeito não só com os participantes como também com a opinião pública. E não falo que o único responsável seja Boninho, diretor geral do programa, pois acima dele há pessoas mais importantes que também devem estar de olho no que acontece em sua empresa. Se Boninho faz e acontece, alguém está dando poder a ele para tal. E assinando embaixo de suas decisões.

A primeira grande derrapada do “BBB 12” foi o caso Daniel. Acusado de um provável estupro contra Monique, ele foi expulso da casa na primeira semana do programa antes que houvesse qualquer comprovação. Excluso durante mais de dois meses, o modelo só voltou a se expor depois que Monique saiu da casa, eximiu Daniel de qualquer acusação e o inquérito foi arquivado. A opinião pública questionou: “Por que apenas ele foi afastado? Por que não retiraram Monique também?”. A pergunta foi ignorada até mesmo depois que a inocência de Daniel foi comprovada.

Num reality show no qual a principal propaganda é dizer que quem decide é o público, os telespectadores continuam sendo ignorados. Mais uma vez voltou a acontecer na última prova do líder, em que o favorecimento a Fabiana foi visto, provado e comprovado na internet. Coincidentemente, alguns dias após Boninho ter tecido elogios à participante, ela ganha liderança e vai para a final em uma prova que consistia em um jogo de perguntas, em que era preciso bater na campainha para acender primeiro a luz para responder à pergunta.

A primeira falcatrua foi quando Fabiana bateu na mesa, e não na campainha, e a campainha acendeu, enquanto Jonas e Fael, que bateram na campainha, não tiveram suas luzes acesas. Se fosse válido bater apenas na mesa, deveriam ter avisado a todos. Sem falar que os lugares que eles ocuparam foram estipulados pela produção, "por ordem alfabética", como orientou Bial. Ou seja, seria mais fácil controlar a luz de cada bancada. Fora ela ter sido privilegiada com um tempo acima do estipulado para responder uma questão, etc e tal.

Agora não adianta mais reclamar. A decisão ficou entre o escroto e o esfarrapado. Quem vai ganhar? Aquele que se diz veterinário e é contra a castração de gatos e ganha dinheiro à custa dos maus tratos dos bichos em rodeios, ou a garota-propaganda que mais parecia uma garota de programa e tentou desestabilizar a todos com suas cantorias e rebolados inconvenientes? Sinceramente, para mim pouco importa quem vai ganhar. Um programa que se autodenomina reality show e ignora a opinião do público que lhe dá audiência na vida real não merece a menor atenção.

“De Frente Com Gabi”: Rafinha diz porque não abaixou a cabeça para a Band no caso Wanessa

Rafinha, ou Rafael Bastos, sem o terno e óculos pretos, marca registrada dos apresentadores do “CQC”, da Band, mostrou outra imagem no “De Frente Com Gabi”, desse domingo (25), no SBT. Desde março novo contratado da Rede TV!, o comediante foi ao talk-show de Marília Gabriela para fazer o que todos esperavam ser uma espécie de mea-culpa. Não foi bem assim. Ele assumiu alguns erros, não abriu mão de seus acertos, e, sem perder seu habitual tom que mistura ironia com arrogância, deixou no ar dicas que fizeram qualquer um pensar no teor da verdade de cada um no episódio que envolveu sua saída da Band: "Eu estaria sendo falso se pedisse desculpas públicas naquele momento".

No caso da cantora Wanessa, por exemplo, que foi a gota d’água para seu afastamento do “CQC”, por causa da piada de mau gosto que fez dizendo, na época em que ela ainda estava grávida, que “comeria ela e o bebê”, Rafinha diz ter se desculpado por e-mail com o marido dela, o empresário Marcus Buaiz. Só que, pelo que deu a entender, a emissora também exigia uma retratação pública. Isso ele não faria. Faltou Marília Gabriela perguntar por que em outros casos a emissora também não pediu tal tipo de retratação.

Afinal, o DVD de Rafinha continua suspenso por causa de uma ação movida pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo (Apae-SP). E nada tem a ver com o caso Wanessa. Em janeiro, a entidade entrou com ação cível para pedir indenização por danos morais no valor de R$ 200 mil reais e proibir a circulação e a venda do DVD “A Arte do Insulto”, em que Rafinha diz ter internado seu pênis na Apae depois de usar um preservativo com efeito retardante. Marília Gabriela nem pensou em se aprofundar no assunto. Ou seja: seria o “caso Wanessa” mais importante do que o “caso Apae”? Parece ter acontecido o mesmo na Band: valorizar mais um do que outro caso.

Acho ambas as piadas de extremo mau gosto. Mas, por que uma merece ter relevância maior do que a outra? O comediante também pecou ao comparar as piadas que faz no teatro com o que faz na TV. São situações diferentes, com públicos diferentes. Ele parece ter sido sincero ao falar no pai: "Meu pai está em Porto Alegre tomando pedrada atrás de pedrada. Minha preocupação é o meu pai me ligando triste, não pelo o que ele vê, mas pelo que ele sente". Mas retomou a postura altiva ao ser perguntado se ainda estava chateado com tudo que tinha acontecido. "Eu nunca fiquei chateado com nada. Se perderam no que são excessos", respondeu ele.

Fugindo das polêmicas, Gabi pergunta sobre os novos projetos na Rede TV!: uma versão nacional do “Saturday Night Life” e um reality show ou série de ficção “A Vida de Rafinha Bastos”. Tudo ainda na fase de projetos. Mas, como Rafinha não se preocupa com audiência nem com elogios, talvez ele fique feliz com qualquer resultado. “Eu me divirto mais com quem me xinga do que com quem me pede autógrafo”, afirmou ele para Gabi.

“Troféu Imprensa”: Leão Lobo critica Aguinaldo Silva e diz que autor de “Fina Estampa” é ‘uma mentira como novelista’

Nelson Rubens, Décio Piccinini e Leão Lobo, com longos anos de estrada e veteranos no júri do “Troféu Imprensa”, exibido há 42 anos no SBT, sempre exageraram em roubar para si as atenções da entrega do prêmio, comandada por Silvio Santos. Não foi diferente nesse domingo (25), quando eles pareciam desesperados em se sobressair. Ficou mais feio porque pareciam se nivelar a novatos na área de televisão ou a anônimos que fazem uma verdadeira maratona na internet para tentar emplacar vídeos que os levem a ter seus cinco minutos de fama. E dos três, entre dez jurados, Leão Lobo se superou ao ter que dar o voto de Minerva no empate entre “Cordel Encantado” e “Fina Estampa” como melhor novela de 2011. Leão não poupou críticas ao autor da novela das nove da Globo que terminou nessa sexta-feira (23).

“Acho Aguinaldo Silva um enganador. Acho essa novela ‘Fina Estampa’ uma grande mentira, grande bobagem. Essa novela ele já escreveu várias vezes, só mudou os nomes dos personagens. É tudo uma grande bobagem”, disse Leão. “Você tem algo contra o Aguinaldo Silva?”, perguntou o apresentador Silvio Santos. “Nada. Acho só ele uma mentira como novelista. O que ele sabe fazer é o marketing da novela dele muito bem. Dizer que essa novela está assim (bem de audiência, argumento usado pelos que votaram nela) por causa da classe C é uma ofensa à classe C”, respondeu ele, dando seu voto para “Cordel Encantado”, vencedora do prêmio tanto do jurado quanto dos que votaram pela internet.

Após o “showzinho” do Leão, Nelson e Décio tentaram chamar a atenção com uma discussão sobre a escolha da melhor dupla sertaneja. Como se fossem grandes críticos de música. “Se você babar, derrete a mesa. Fala cuspindo o tempo todo”, disse Décio para Nelson, mostrando o nível da discussão “musical”.

Fora a votação, ainda há vencedores de anos anteriores que vão buscar seus troféus, como aconteceu nessa edição com Eliana, Yudi e Priscilla, Péricles do grupo Exaltasamba, Rodrigo Faro e Marco Luque. Esse último, por sinal, roubou a cena ao aparecer com os cabelos grisalhos para receber o prêmio que o “CQC” recebeu de melhor humorístico em 2010. “Eu vim com o cabelo assim para fazer uma homenagem ao Silvio Santos que está grisalho”. Nelson Ruben parece que não estava prestando atenção, pois, pouco antes do comediante sair do palco ele perguntou o porquê do cabelo grisalho... Baixa o pano.

Silvio Santos, como sempre, fez suas gaiatices a cada voto com o qual ele não concordava. Após o “Jornal Nacional” receber dois votos, ele disse que iria chamar um jurado que “não fosse comprometido com os votos anteriores”. Também fez piada quando a atriz Mel Fronckowiak ganhou o voto dos internautas como melhor atriz. “Vocês sabem que eu não vejo TV, faço yoga, meditação. Alguém poderia falar sobre ela?”, brincou ele. Leão Lobo foi o primeiro a explicar que se trata de uma atriz da novela “Rebelde”, da Record.

Para quem não sabe, o Troféu Imprensa foi criado em 1958 pelo jornalista Plácido Manaia Nunes (1934-2007), que na época se reunia com outros jornalistas dos principais veículos da cidade de São Paulo, eles votavam e os nomes dos ganhadores eram divulgados nos jornais. Em 1970, Plácido cedeu os direitos ao apresentador Silvio Santos, que instituiu o Troféu em forma de Oscar e deu novo formato à premiação. Nele, radialistas e jornalistas que atuam na área de TV elegem os melhores do ano em 15 categorias: cantor, cantora, programa jornalístico, programa humorístico, revelação, melhor novela, melhor ator, melhor atriz, conjunto musical, melhor programa infantil, melhor música, apresentador ou animador de TV, apresentadora ou animadora de TV, jornal de TV e programa de entrevista. Previamente também há uma votação na internet. Embora seus critérios sejam discutíveis, aos menos os internautas não ficam na saia justa de ficar bajulando o dono do Baú ou a Globo na hora de votar.

Entre os vencedores do troféu dado pelo júri nesse domingo estão Victor & Léo, melhor dupla sertaneja; “Carrossel Animado”, melhor infantil; Eliana, melhor apresentadora; Rodrigo Faro, melhor apresentador; Lilia Cabral, melhor atriz, Gabriel Braga Nunes, melhor ator; Paula Fernandes, melhor cantora, “Agora É Tarde”, melhor programa de entrevista; Roberto Carlos, melhor cantor, e troféu revelação... Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos que estreou como apresentadora. Precisa dizer mais?